Abuso Sexual Intrafamilaliar
Por: Jose.Nascimento • 6/4/2018 • 4.572 Palavras (19 Páginas) • 420 Visualizações
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Muitos agressores já foram vitima de abuso sexual por algum familiar na infância. A tendência a reprodução do ciclo de violência sexual intrafamiliar tem caráter transgeracional. É provável que a vítima de hoje se comportará de maneira semelhante com seus filhos, levando tal padrão de violência para as gerações futuras. Daí a necessidade de um tratamento sistemático e continuo para a vítima e para o agressor.
Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente-ECA tendo como parâmetro a Doutrina da Proteção Integral, que está enunciada na Constituição Federa de 1988, art.227. Tem como teor que é dever da família, da sociedade e do Estado, assegurar a criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de qualquer forma de negligencia, descriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
Todavia em muitos casos a violência acontece por traz dos muros das casas, e em um ambiente que é julgado como “sagrado” e seguro para nossas crianças e adolescentes que é o seio familiar.
- PROBLEMA
Identificar como a criança /adolescente e seus familiares comportam-se diante da revelação do abuso sexual no seio familiar e como estes reagem para reestruturar o ambiente familiar no município de Cruz Machado-Pr?
O abuso sexual intrafamiliar é um fenômeno complexo. É difícil para a todos os envolvidos, a vítima e seus familiares, pois a denúncia do segredo explicita a violência que ocorre dentro da própria família, fato este que deixa o agressor muitas vezes sem qualquer forma de punição, sendo que a vitima sente-se responsável pela desestruturação familiar, sendo que muitas vezes o agressor é o único provedor da família.
As crianças/adolescente que vivenciaram situação de abuso sexual, geralmente sentem-se como responsável pela violência sofrida e apresentam sentimento de culpa e não raros na vida adulta apresentam distúrbios psicológicos e psicossomáticos além de problemas de comportamento tanto na ordem física como de comportamento.
Assim sendo, pode paralisar o desenvolvimento emocional da criança/adolescente e da aquisição de capacidades egóicas para resolver de maneira independente os problemas do dia a dia, e lidar com suas angustia confiando em si mesmo em muitos casos sendo incapaz de constituir uma família com um vínculo saudável.
- JUSTIFICATIVA
A temática é pontual e extremamente relevante, haja vista as consequências individuais, sociais, econômicas que acarretam a violência sexual infantil sofrida por uma criança ou adolescente, sendo então uma questão de saúde pública, pois nos dias atuais estamos a cada dia presenciando mais situações de abuso sexual infantil doméstico. Sendo o abuso sexual a face mais oculta da violência intrafamiliar, mas ultimas décadas vem emergindo como uma questão merecedora de atenção. Assim tornaram-se necessários novos estudos para conhecermos o perfil da vítima, do agressor e seus familiares.
O tema em questão foi escolhido por se tratar de um assunto de bastante relevância a violência intrafamiliar de cunho sexual. Todo o projeto foi voltado para o pleno esclarecimento do que é tal violência, como acontece o desenrolar da violência até a busca ajuda por parte da vitima e /ou de algum familiar O trabalho foi baseado no estágio obrigatório, realizado no Serviço de Acolhimento Institucional em casa lar, que tem demandas de alguns acolhidos que sofreram o abuso sexual intrafamiliar, e através de revisão bibliográfica sobre o assunto.
O abuso sexual doméstico em sua maioria das vezes acontece dentro do âmbito familiar, e não raro acaba por permanecer em segredo por escolha da vítima ou por pressão da própria família, sendo, que em muitos casos o agressor é também o provedor da família.
No entanto a falta de responsabilização do agressor acarreta em alguns casos sentimentos de revolta com a não internalizarão da lei por parte da vítima, sendo ela responsável por agredir fisicamente e sexualmente seus irmãos mais novos e colegas, manifestando uma identificação com o seu próprio agressor.
- OBJETIVOS
1.4.1 OBJETIVO GERAL
Identificar como a criança e adolescente e seus familiares comportam-se diante da revelação do abuso sexual no seio familiar e como estes reagem para reestruturar o ambiente familiar no município de Cruz Machado-Pr.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 ABUSO SEXUAL INTRAFAMILIAR
A violência sexual intrafamiliar contra criança e adolescente é um fenômeno mundial que ocorre em diferentes níveis de desenvolvimento econômico e social, presente em todas as classes sociais, religião, raças, etnias e culturas. Destacando que em falar de Abuso sexual domestico os grandes vilões são os pais biológicos e os padrastos em quase 83% dos casos.
De acordo com o Anuário Brasileiro da Segurança Pública, elaborado pelo Fórum Brasileiro de Segurança, que o país registrou assombrosos 50,6 mil casos de estupros somente em 2012, o correspondente a 26,1 casos por grupo de 100 mil habitantes. Na comparação com 2011, quando a taxa era de 22,1 casos para cada grupo de 100 mil habitantes, o número de estupros no Brasil subiu 18,17%, colocando o Brasil em situação delicada perante a opinião pública internacional.
Conforme, Amazarry e Koller (1998), possivelmente as reais taxas de abuso sexual, sejam mais elevadas do que estimativas existentes, pois, maioria dos casos nunca é revelada devido aos sentimentos de culpa, vergonha, ignorância e tolerância da vítima.
Para Morales e Schramm (2002) A primeira característica a ser ressaltada no abuso sexual intrafamiliar contra criança e adolescente é que o abuso acontece numa estrutura de poder do agressor diferente da vítima. Sendo que o abusador ocupa uma posição de vantagem perante a criança abusada, seja idade ou por ocupar um lugar de autoridade. Tal posição facilita para que o agressor se aproveite da vulnerabilidade da vitima, usando chantagem emocional ou a intimidação. Perante esta realidade a violência sexual se dá um contexto dissimulado, onde acontece o abuso durante muito tempo ou até durante anos.
Em, Romero apud Scodelario (2002), em seu estudo, identificou aspectos relacionados à família com dinâmica de violência. Entre eles estão: comunicação, complô do silêncio, uso intenso de mecanismos
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