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AS PRATICAS DE CULTURA EM PIERRE BOURDIEU. in Socialização e cultura- ensaios teóricos

Por:   •  22/3/2018  •  1.010 Palavras (5 Páginas)  •  324 Visualizações

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sociais. Afirmando então, que o gosto por uma ou outra prática de cultura e os estilos de vida de cada grupo é diverso, derivando da trajetória de vida de cada um. Em suas pesquisas, ele percebe que a relação entre a frequência a museus, concertos, teatros, bibliotecas, entre outros meios de cultura erudita, e o consumo cultural dos segmentos escolarizados são grandes. Assim como, a frequência a esses locais muitas vezes procede de uma competência estética oferecida pela família, que deve ser complementado pela escola.

Sua teoria causa forte desconforto à sociedade da época, que considerava que o gosto pela cultura culta derivava de cada um. Bourdieu afirma que esse gosto ou a predisposição para tal estilo (seja ele popular ou erudito) são produtos de um processo educativo que acontece na família e na escola.

As praticas de cultura transpõem essa tendência de gosto, sendo então, expressões de um conjunto de habitus, construído pelo e no processo de socialização. Para ele, o gosto não se discute, pois é resultado de diferenças de origem e de oportunidades sociais.

Bourdieu considera que a dominação do poder e imposição do gosto do grupo dominante, não provem apenas da riqueza material e cultural de que os detêm, mas da capacidade deles de transforma-los em capital social e simbólico.

Outro conceito que Bourdieu revela pensar contrariamente a sociedade da época é a definição de cultura. Para ele, a cultura estética pertencentes aos grupos dominantes é uma moeda institucionalizada pelo sistema de ensino e outras instituições produtoras e difusoras de símbolos que distinguem os indivíduos ou grupos sociais. Logo, a cultura, o saber escolar e o acesso diferenciado a eles, assumem um papel politico e ideológico, a medida eu criam hierarquias entre os grupos, barreiras entre os grupos que os detêm e os privados desse conhecimento. Portanto, a cultura ou capital cultural, tem valor no mercado escolar e profissional, sendo legitimada e procurada por todos, é uma moeda de troca e pode ser convertido em outras formas de poder, apresentando valor distintivo, pois classifica e hierarquiza seus portadores.

Concluindo, esse capital cultural, ou seja, a capacidade de entender e se identificar com um objeto artístico (habitus cultural), deriva de uma sensibilização anterior, originaria no meio familiar e complementada nas instituições escolares. Bourdieu diz que em uma sociedade desigual e hierarquizada como a atual, nem todos dispõem de uma bagagem culta, estética e letrada, portanto terão mais dificuldade que os que já se apropriaram desses ensinamentos.

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