A Informação e construção e cidadania

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O sistema neoliberalista, ao descobrir que a arma mais decisiva para a fabricação da ignorância seria comprometer-se com o conhecimento inovador, que consistia em uma inovação competitiva e não com a cidadania. Nada poderia favorecer mais o sistema capitalista do que a ignorância do trabalhador. As propostas foram vistas pelo ONU vistas como um discurso neoliberal com impossibilidade prática, ao afirmar que nunca se teve na história registros que mostrassem o desenvolvimento sendo superior ao crescimento, como também nunca se teve cidadania e direitos humanos como reguladoras de mercado.

Após esse recorte histórico, apresenta-se conceituações que descrevem o sistema político do século XX, para, por fim, chegar ao objeto central desse artigo, compreender a relação da informação para a construção de cidadania.

A definição de cidadania acompanha todo o processo histórico e evolutivo das sociedades. A informação pode ser vista como base para a exercício da cidadania, pois, se no sistema democrático, a constituição prevê direitos e deveres, como o sujeito será atuante no processo, sem informação? Tanto para cumprir deveres, quanto para exigir seus direitos, temos como pressuposto o conhecimento dessas diretrizes.

Neste momento, destacamos o momento em que a autora pontua o acesso à informação é a condição básica para o funcionamento de uma política democrática que favoreça os direitos do cidadão. Por outro lado, essa questão está intimamente ligada ao conhecimento. A partir disso, compreendesse que conhecimento também é poder, sendo que esse conhecimento pode fomentar na sociedade um tipo de poder que não interesse ao poder político. A isso, se deve o controle do poder político quanto ao conhecimento.

O direito à informação e comunicação reúnem um conjunto de direitos de natureza individual e social. No entanto, a partir do pensamento de outros autores, Varela nos convida a refletir que informação não é conhecimento. Informação pode ser vista como uma forma de transferência, de comunicação. Sendo assim, uma representação externa do saber, enquanto o conhecimento diz respeito a representação interna (subjetiva) do saber elaborado. Nesse processo, seguindo a proposta de Popper & Eccles (1977), deve ser incluído o desempenho ou ação humana. Sendo que “o saber, além de acesso a informações exige a construção de representações internas (conhecimento) e uma prática (desempenho) que molda continuamente o conhecimento.

Portanto, a cidadania pressupõe requisitos fundamentais como consciência crítica, raciocínio lógico, responsabilidade individual e coletiva, enfim, para construir cidadania, é assumir o protagonismo do processo, estar preparado para a autonomia, responsabilidade, efetiva participação as condições necessárias para o progresso, portanto, é dizer não para a alienação e dependência.