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A Epistemologia da ciência

Por:   •  20/12/2018  •  1.637 Palavras (7 Páginas)  •  249 Visualizações

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Então percebemos que a história das ciências, assim como a história das sociedades, conhece e passa por evoluções.

Neste contexto Lakatos traz a ideia do conceito de programas de pesquisa. Na concepção de Lakatos existem grupos de teorias ligadas, umas às outras, por princípios e postulados comuns.

- Então, teoria, themata, programa de pesquisa, paradigma etc. são noções que introduzem na cientificidade os elementos aparentemente impuros mas, repito, necessário ao seu funcionamento.

- Desde o século XIX, o desenvolvimento da ciência está ligado ao desenvolvimento de uma nova camada social, a intelligentsia científica dos sábios e pesquisadores. (p. 41)

Diferentes tipos de conhecimento científico

- Existem tipos diferentes de conhecimento científico; diferentes porque são impulsionados por interesses diferentes. Há o interesse técnico (domínio da natureza), o interesse prático (o controle, especialmente da sociedade) e o interesse reflexivo (quem somos, o que fazemos?).

- O interesse reflexivo motiva a emancipação dos homens, enquanto os outros interesses conduzem à dominação e a sujeição.

- Hanson, diz que “qualquer ato específico de descoberta traz consigo a capacidade de considerar o mundo da realidade sob uma nova luz (...)”. (p. 48)

Peirce e a invenção das hipóteses explicativas

- Indução e dedução como insuficientes. Para compreender o desenvolvimento do pensamento a noção de abdução era indispensável.

- Problemas de estratégia na pesquisa: o inventor é imprevisível e relativamente autônomo com o próprio meio científico. Sempre foi assim. De maneira que, se a invenção fosse programada, não existiria.

- Ex.: Newton descobriu a gravidade pelas circunstâncias da Universidade fechar as portas e ele ter de ficar vagando, olhando as macieiras.

- “Quando pensamos na pesquisa com suas atividades da mente, com o papel da imaginação e o papel da invenção, nos damos conta de que as noções de arte e de ciência, que se opõem na ideologia dominante, têm algo em comum. Chegamos a essa ideia por um meio inesperado, o da inteligência artificial, na qual de alguma forma, graças aos atuais sistemas especializados, centralizou-se a ideia de G.P.S. (General Problem Solver - Solucionador de Problemas em geral)”. p.50-51

Evolução científica

- Popper fez uma teoria “darwiniana” da evolução teórica; Kuhn fez uma oposição a esse evolucionismo com um revolucionismo, operado pelas mudanças de paradigmas, onde o “dominante” tem cada vem mais dificuldade em dar conta dos fenômenos observáveis.

- A evolução é mais complexa.

A ciência

- “... está sempre em movimento, em ebulição e, talvez, o próprio fundamento de sua atividade [...] é ser impulsionada por um poder de transformação. É preciso abandonar a ideia [...] do progresso linear das teorias que se aperfeiçoam mutuamente.” (p. 52)

- É o conflito entre pontos de vista (teorias) que fundamenta e expressa a vitalidade e o desenrolar da ciência, seja de maneira evolutiva, evolucionista, revolucionante ou revolucionária.

- “... A ciência é um lugar onde se desfraldam os antagonismos de ideias, as competições pessoais e, até mesmo, os conflitos e as invejas mais mesquinhas.” (p.52)

- “O conflito é fecundo e podemos dizer que a ciencia está fundamentada na complexidade do conflito: ela tem quatro pernas, independentes entre si: empirismo e racionalismo, imaginação e verificação”. (p.53)

- Assim: motor da ciência é feito de oposições.

- Simultaneamente: unitária e diversificante, estabelece fronteiras e barreiras, funda-se em compartimentos e separações entre disciplinas.

- A respeito dessa dialética e/ou dialógica de uma atividade científica: “As grandes teorias são teorias que fazem a unidade onde só se vê heterogeneidade. De um lado, a ciência divide, compartimenta, separa e, do outro, ela sintetiza novamente, ela faz a unidade”. (p. 53)

Ciência como comunidade/sociedade

- Fenômeno normal a todas as sociedades organizadas;

- Trata-se de uma comunidade epistemólogica unida por princípios fundamentais comuns (objetividade, verificação e falsificação) que aceita as regras do jogo e está inscrita numa mesma tradição histórica com o mesmo ideal de conhecimento.

Ciência e democracia

- A natureza da democracia consiste na aceitação das regras de um jogo onde os conflitos de ideias são produtivos e a ciência se pauta numa verdade não-absoluta, mas sim provisória e sucessiva.

- Na democracia, propriamente científica, a regra é a investigação, onde o “papel positivo” do negativo eclode via refutação de erros. Assim, o falibilismo torna-se a marca da ciência.

- A regra do jogo científico é institucional e mental, simultaneamente. Ela é garantida pelas instituições - beneficiadas com as grandes descobertas igualmente a sociedade moderna – mas antes o próprio sistema detestava a democracia e a ciência por constituir-se meio de debate em sua pluralidade.

Algumas ideias conclusivas

- 1ª: Devemos continuar a considerar a ciência como uma atividade de investigação e de pesquisa.

- “A ciência não é só isso e, constantemente, ela é submergida, inibida, embebida, bloqueada e abafada por efeito de manipulações, de prática, de poder, por interesses sociais etc. Ela continua sendo uma atividade cognitiva.” (p.58)

- 2ª: A ciência não é uma operação de verificação das realidades triviais, ela é a descoberta de um real escondido.

- A ideia de certeza teórica enquanto verdade absoluta deve ser abandonada.

- Para que haja uma aproximação e um diálogo entre a inteligência do homem e a realidade ou a natureza do mundo, são precisos sacrifícios enormes [...] a

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