A Epistemologia Genética
Por: Salezio.Francisco • 14/7/2018 • 904 Palavras (4 Páginas) • 328 Visualizações
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elaboradas, é possível que a Epistemologia Genética seja uma das mais completas, e justamente pela negligência de um estudo mais sistemático das origens naturais-cognitivas do conhecimento por parte de uma epistemologia mais tradicional, se seguirmos o que diz o próprio Piaget na introdução desta sua obra, ela seria completa não só porque abrange a aquisição de conhecimentos pelo homem, desde o nascimento até a idade adulta, mas também porque ela procuraria responder, com certo nível de detalhamento prático e teórico, quais são os processos naturais-cognitivos dessa aquisição.
Desta maneira, o objetivo da Epistemologia Genética é, em última instância, prover e expor os desvendamentos bem como abarcar as raízes das diversas variedades de conhecimento, e isso desde as suas formas mais elementares até a evolução observada nos níveis seguintes, inclusive no pensamento científico. A ênfase está, portanto, na construção, ou melhor, na reconstrução dos caminhos pelos quais o indivíduo evoluiu de um estado inicial pré- linguístico até um determinado estado atual, onde é amplamente capaz de um formalismo linguístico. Logo, é uma teoria estruturalista na qual o conhecimento é um processo se estruturando e não um estado já cristalizado; e nesse sentido é uma teoria realista, propriamente em oposição seja ao empirismo seja a um racionalismo idealista, a priori de tipo kantiano, pois o desenvolvimento da criança é, sobretudo, um processo histórico; segundo duas direções: a psicossocial e a de um espontaneismo biológico, o qual remete a certo realismo de tipo naturalista.
Assim, Piaget busca diferenciar de uma mera associação positivista a estruturas linguísticas, em última instância pré-determinadas e de fundo essencialmente empirista, algo como uma assimilação dos conteúdos por esquemas essencialmente objetivos, que vão se estruturando extemporaneamente conforme o desenvolvimento natural-cognitivo do próprio sujeito do conhecimento; tendência mútua de continuidade e ruptura que vai retrospectivamente além das operações causais sobre objetos para operar abstratamente sobre o próprio processo operativo, reconhecido lógico-matematicamente como sendo o de assimilação dos conteúdos; e isso conforme três tipos de processos.
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