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A Empresa em rede: a cultura, as instituições e as organizações da economia informacional.

Por:   •  22/11/2018  •  3.399 Palavras (14 Páginas)  •  520 Visualizações

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que seu renovado dinamismo surge sob o controle das grandes empresas, as quais permanecem no centro da estrutura do poder econômico na nova economia global.

2.1.3 "toyotismo" : cooperação gerentes-trabalhadores, mão-de-obra multifuncional, controle de qualidade total e redução de incertezas

O grande sucesso das empresas japonesas de automobilismo em produtividade e competitividade, se deve ao toyotismo, opondo-se ao fordismo e adaptando-se a economia global e ao sistema produtivo flexível ( MCMILLAN,1984; CUSUMANO, 1985, apud CASTELLS, p.214).

De acordo com o autor, alguns elementos desse modelo são bem conhecidos, como o sitema kan-ban ou just in time, no qual os estoques são eliminados ou reduzidos, existe um controle de qualidade total dos produtos ao longo do processo produtivo com o objetivo de não ter nenhum defeito e melhor utilização de recursos. Além disso, existe um envolvimento dos trabalhadores no processo produtivo por meio de trabalho em equipe, iniciativa descentralizada, maior autonomia para a tomada de decisão no cão de fábrica, recompensa para as equipes e hierarquia administrativa horizontal.

Também, segundo Castells (p.215) esse modelo funciona bem nas empresas japonesas da Europa e Estados Unidos, sendo que muitos dos seus elementos foram 4

adotados com sucesso por fábricas norte-americanas (GM-Saturn) e alemãs (Volkswagem).

Além disso, o economista japonês Aoki, afirma que a organização do trabalho é a chave do sucesso das empresas japonesas.

Ikujiro Nonaka, propôs um modelo para representar a geração de conhecimentos na empresa chamado “empresa criadora de conhecimentos” , que para ele, baseia-se entre os conhecimentos explícitos e os conhecimentos táticos na fonte de inovação.

2.1.4 Formação de redes entre as empresas

Segundo Harrison (apud CASTELLS, p.218) pequenas e médias empresas na maioria das vezes ficam sob controle financeiro e tecnológico de empresas de grande porte. Porém, tomam iniciativa de estabelecer relações em redes com várias empresas de grande ou médio porte, encontrando nichos de mercado e empreendimentos cooperativos.

As empresas taiwanesas para produzir na China e tirar vantagem dos baixos custos de mão-de-obra, do controle social e das cotas chinesas de exportação, elas fundavam empresas intermediárias em Hong Kong. Com isso, essas empresas uniam-se com as empresas locais nas províncias de Guandong e Fujian, estabelecendo indústrias subsidiárias na China (CASTELLS, p.219).

A flexibilidade desse sistema permitia a captação de vantagens dos custos das diferentes localizações, a difusão de tecnologia em todo o sistema, o benefício do apoio de vários governos e a utilização de vários países como formas de exportação (CASTELLS, p.219).

Segundo Castells (p.220) um outro modelo de ligação de empresas, é a de grande porte que se une com outra também de grande porte para desenvolver um novo produto ou aperfeiçoar uma nova tecnologia, em geral sob o patrocínio de governos e órgão públicos. Porem essa aliança não impede a concorrência entre as empresas, ou seja elas cooperam e competem.

2.1.5 A empresa horizontal e as redes globais de empresas 5

A empresa horizontal parece apresentar sete tendências principais: organização em torno do processo, hierarquia horizontal, gerenciamento em equipe, medida do desempenho pela satisfação do cliente, recompensa com base no desempenho da equipe, maximização dos contatos com fornecedores e clientes, informação, treinamento, e retreinamento de funcionários em todos os níveis ( CASTELLS, p.221).

Para Castells, a empresa para operar na nova economia global, caracterizada pela onda de novas concorrentes que usam novas tecnologias e capacidades de redução de custos, as grandes empresas tiveram de tornar-se mais eficientes que econômicas.

Além disso, as estratégias de formação de redes dotaram o sistema de flexibilidade, mas não resolveram o problema de adaptabilidade da empresa, com isso, para conseguir absorver os benefícios da flexibilidade das redes, a própria empresa teve de tornar-se uma rede e dinamizar cada elemento de sua estrutura interna.

"Em vez de ficar de fora controlando os mercados, as empresas tentam integrar suas fatias de mercado e informações sobre mercados em outros países" (CASTELLS, p.222)

Segunto Castells (p. 223) a empresa horizontal é uma rede dinâmica e estrategicamente planejada de unidades autoprogramadas e autocoomandadas com base na descentralização, participação e coordenação.

2.1.6 A crise do modelo de empresas verticais e o desenvolvimento das redes de empresas

Para Castells (p.224) a estrutura em forma de teia resultante das alianças estratégicas entre as grandes empresas é diferente da mudança para a empresa horizontal. O envolvimento dos trabalhadores no processo produtivo não se reduz necessariamente ao modelo japonês, baseado também no sistema kan-ban e no controle de qualidade total. Sendo assim, o que surge da observação das transformações nas maiores empresas ao longo das ultimas décadas do século XX não é um novo e melhor modo de produção, mas a crise de um modelo antigo e poderoso, porém excessivamente rígido associado à grande empresa vertical e ao controle oligopolista dos mercados. 6

" As redes são e serão os componentes fundamentais das organizações " ( CASTELLS, p.225).

2.1.7 As redes de redes: o modelo Cisco

A Cisco Systens é uma empresa com sede em San José, Califórnia, que fornece computadores e roteadores que conduzem dados pelas redes de comunicações.

Castells em seu livro, destaca que o modelo global de empresa em rede que a Cisco Systems propõe baseia-se em hipóteses triplas:

As relações que a empresa mantém, com suas principais clientelas podem tanto ser um diferencial de concorrência quando seus produtos ou serviços principais; o modo como a empresa distribui informações e sistemas é elemento essencial na força de suas relações; estar conectada não é mais adequado: as relações empresarias e as comunicações que as sustentam devem existir na trama da "rede". O modelo global em rede abre a infra- estrutura informática da empresa a todas as principais clientelas, impulsionando a rede para conquistar vantagem perante a concorrência.

O sucesso da Cisco Systems em pouco mais de uma década, se deve, em parte, a seu talento para aproveitar as oportunidades: forneceu os

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