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RELEITURA COMO ATIVIDADE EM ARTES

Por:   •  30/8/2018  •  4.470 Palavras (18 Páginas)  •  307 Visualizações

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A arte, desde cedo, influência a criança por possibilitar o acesso a sua cultura, apesar da espontaneidade e da autonomia na exploração e no fazer artístico em seus trabalhos. A criança tem sua própria visão, ideias e interpretações sobre a produção de arte e o fazer artístico. Assim, o trabalho com as Artes Visuais é muito importante, mesmo com as peculiaridades e esquemas do conhecimento a cada faixa etária e nível de desenvolvimento. Isso significa que o pensamento, a sensibilidade, a imaginação, a percepção, a intuição e a cognição devem ser estimulados de forma integrada, favorecendo o desenvolvimento das capacidades criativas das crianças.

Em um mundo repleto de imagens torna-se fundamental trabalhar essas imagens em aula. As imagens são necessárias para a alfabetização estética das crianças, por isso os professores de arte devem estar sempre atentos às imagens que fazem parte do cotidiano de seus alunos, buscando selecionar materiais imagéticos de seu interesse para estudo em sala de aula. A formação estética aparece como foco fundamental dos estudos em Artes Visuais, que surgiram com as novas tendências no ensino da arte da década de 90. Estas consideravam a imagem como um foco de estudo de fundamental importância, pois, como apontam os Parâmetros Curriculares Nacionais,

“os conteúdos da área de Arte estão organizados de tal maneira que possam atender aprendizagens cada vez mais complexas no domínio do conhecimento artístico e estético, seja no exercício do próprio processo criador, pelo fazer, seja no contato com obras de arte e com outras manifestações presentes nas culturas ou na natureza. O estudo, a análise e a apreciação da arte podem contribuir tanto para o processo pessoal de criação dos alunos como também para sua experiência estética e conhecimento do significado que ela desempenha nas culturas humanas” (BRASIL, 1998, p.49).

Nas artes visuais, a aprendizagem da leitura de imagens é um aspecto fundamental na compreensão, pela criança, dos inúmeros sentidos e significados expostos no mundo imagético. Nesse contexto, ela traça um percurso de criação e construção individual lendo as imagens e expressando-as no diálogo, com os registros gráficos e com seu próprio corpo. As imagens encantam e desencantam quando proporciona mensagens de “gostar de ver” e “não gostar” permeando o pensamento da criança e fazendo-a compreender o que pode ser lido, interpretado e observado, percebendo a transmissão de informações.

Raimundo Martins nos artigos: Educar com imagens: Múltiplos tempos de interpretação (2007) e Imagem, identidade e escola (2011) aborda a importância do trabalho do professor com as imagens da cultura visual. O autor conclui que as imagens “carregam referências culturais que estão cognitiva e afetivamente vinculadas a outras imagens e constituem uma trama conceitual entre imaginário e significado” (MARTINS, 2007). O significado da imagem se dá através da construção que o leitor faz relacionando essa imagem a contextos diferentes. Assim, as imagens “influenciam, direcionam, alteram e transformam sentidos e significados de experiências e de papéis sociais de alunos e professores. Desenhando nossos jeitos de ser, sentir e agir” [...] (MARTINS, 2011, p.6). Torna-se necessário trabalhar essas imagens em sala de aula para que os alunos possam refletir sobre seu poder dominante, tendo oportunidades de se posicionarem criticamente frente aos dilemas da sociedade contemporânea.

Analice Dutra Pillar (2009) refere-se ao papel dos professores de todas as áreas na educação do olhar dos educandos, ampliando e coordenando as múltiplas leituras de imagens, oferecendo-lhes elementos teóricos e a possibilidade de discussão de significados na busca de uma educação estética. Para Pillar, uma leitura se torna significativa quando estabelecemos relações entre o objeto de leitura e nossas experiências de leitor, afirmando que “o nosso olhar não é ingênuo, ele está comprometido com nosso passado, com nossas experiências, com nossa época e lugar, com nossos referenciais” (2009, p.16).

A imitação pode ser vista de forma negativa, podendo restringir a criatividade não deixando os alunos ter livre expressão, mas existe a visão positiva da imitação. Esse lado positivo pode ser observado no fato que imitamos a cultura de nossos ancestrais, ou até mesmo, o fato de grandes artistas imitarem a realidade da vida, como é visto nos teatros. Muitas vezes a imitação é pouco discutida e consequentemente pouco utilizada de forma coerente no processo de ensino e aprendizagem. Mesmo sabendo que o processo ensino aprendizagem através da imitação pode se tornar mecânico devemos deixá-lo mais plástico, tornando-a numa base sólida para o ensino da arte.

Nesse sentido esse trabalho tem como objetivo analisar o uso da releitura como atividade em aulas de Artes, tendo em vista que alguns autores e professores criticam essa atividade, pois segundo eles as mesmas não estimulam a criatividade. Em contrapartida outros autores defendem a releitura como forma dos alunos conhecerem a história de muitos artistas e o uso de materiais reutilizados pode estimular a criatividade de muitos alunos.

- DESENVOLVIMENTO

- A LEITURA DE IMAGEM E PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DE CONHECIMENTO

Um despropósito seria compararmos as profissões de médicos e professores, pois são ocupações bastante diferentes, mas não deixa de ser possível. Selbach e Antunes (2010), por exemplo, fazem uma importante discussão sobre essas profissões comparando-as, para afirmar a importância de ambas à sociedade e também salientar a responsabilidade que elas possuem de acordo com suas especificidades.

Perante a sociedade as duas profissões são colocadas como primordiais, entretanto a profissão de médico é considerada como a mais urgente, pois doença não tem hora, nem local para acontecer, enquanto que a carreira docente é vista como a que prepara para o futuro. Dessa forma, não somente o grau de prioridade modifica a visão como é encarado cada ofício, mas, sobretudo o processo de formação de cada profissional ao longo da história.

Durante o processo de formação, tanto médicos quanto professores estudam teóricos de suas áreas, para depois colocarem em prática o que viram em salas universitárias, essa seria a lógica de pensamento. Contudo, ao término do curso, ambas possuem o estágio que é o momento de praticar toda aquela teoria aprendida ou apreendida ao longo de anos de estudo. Mais uma vez, as coisas mudam: o futuro médico vai passar por sua “residência”, onde aprenderá no mínimo

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