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A POLÊMICA ESTÉTICA: MODERNIDADE VERSUS PÓS MODERNIDADE

Por:   •  26/4/2018  •  4.738 Palavras (19 Páginas)  •  419 Visualizações

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Na década de 90 o ensino de Arte ganha propriedade quando se torna uma disciplina obrigatória na educação básica “O ensino de Arte constituirá componente curricular obrigatório, nos diversos níveis da educação básica, de forma a promover o desenvolvimento cultural dos alunos.”[6]

Mesmo com a normatização do ensino de Arte pela LDB 9394/96, a disciplina ainda se encontrava desestruturada aos professores do ensino fundamental I, que a lecionavam mesmo sem formação específica na área.

Então para ocupar o tempo destinado a disciplina, professores aplicavam técnicas artísticas como: pontilhismo com nanquim sobre giz de cera, preenchimento com curvas e linhas retas, desenho raspado sobre fundo preto, desenho com giz de cera derretido, dentre outras.

Em meados do ano de 1997, foram elaborados os Parâmetros Curriculares Nacionais, documentos que fornecem orientações básicas aos componentes curriculares. Nos Parâmetros Curriculares Nacionais de Arte se atribui enorme importância às manifestações artísticas, por serem estas, uma forma de comunicação que envolve os sentidos e que possibilita o envolvimento amplo e diferenciado entre as pessoas e o meio.

[...] entende-se que aprender arte envolve não apenas uma atividade de produção artística pelos alunos, mas também a conquista da significação do que fazem, pelo desenvolvimento da percepção estética, alimentada pelo contato com o fenômeno artístico visto como objeto de cultura através da história e como conjunto organizado de relações formais [...] Ao fazer e conhecer arte o aluno percorre trajetos de aprendizagem que propiciam conhecimentos específicos sobre sua relação com o mundo.[7]

Em 2003 a Lei 10.639[8], acrescentou a LDB dois artigos 26 A e 79 B, que estabelecem o ensino sobre a cultura afro-brasileira, determinando ainda que tal conteúdo deveria ser ministrado pelos profissionais de educação artística, literatura e história brasileira.

Ainda com a LDB e os PCNs, era possível notar o desajuste nas aulas de Arte, desde o que era possível trabalhar nessa disciplina até a sua própria denominação que até 2005 podia ser chamada de Educação Artística, Arte Educação, Arte ou Ensino de Arte.

O Conselho Nacional de Educação com a resolução 22/2005[9], substitui nas Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental a denominação Educação Artística, por Arte, definindo a disciplina como área de conhecimento, deixando-a em consonância com a Lei de Diretrizes e Bases 9394/96.

Em 2008, com a Lei 11.769[10], música passa a ser conteúdo obrigatório, mas não exclusivo do componente curricular de Arte nas escolas.

Nota-se nestas reformulações que há uma contínua preocupação quanto à disciplina de Arte. Mas, mesmo com todas as adequações, ainda há um grande desconhecimento por parte dos profissionais sobre o que é Arte e como ensiná-la no início da escolarização.

2. O professor do ciclo inicial do Ensino Fundamental e suas impressões quanto ao ensino de Arte e a Arte Contemporânea

Minha atuação como professora de ciclo inicial do ensino fundamental se deu no início da década de 90, momento em que educadores não sabiam como proceder na aula de “educação artística” e que, portanto, usavam este momento como um lazer para os alunos e um “tempinho” para realizar atividades diversas como corrigir cadernos, organizar documentos obrigatórios, caderneta, caderno de planejamento, entre outras tarefas. Entregavam-se desenhos mimeografados para que os alunos colorissem, dando preferência ao lápis de cor, pois outros materiais geravam dispersão dos mesmos e necessitavam de uma atenção maior do professor.

Minha inquietação quanto ao relato acima é saber por que mesmo com legislação e parâmetros que amparem o ensino de Arte, esta disciplina ainda se apresenta fragilizada no cotidiano de professores e alunos.

Então para possuir material palpável sobre como caminha o ensino de Arte, mais precisamente a Arte Contemporânea no ciclo inicial do Ensino Fundamental, realizei entrevistas escritas com seis professores, sendo eles de 1º, 2º, 3º, 4º e 5º ano e uma professora adjunta. Os professores são todos efetivos do município de Mogi das Cruzes, estado de São Paulo.

Na entrevista as questões dirigidas aos professores foram:

1. Qual a sua formação?

2. Há quantos anos leciona para o ciclo inicial do ensino fundamental?

3. Na sua concepção o que é Arte?

4. Você já foi a uma exposição de Arte? Qual?

5. Em suas aulas de Arte, você costuma falar sobre artistas?

6. Quais artistas e obras você já usou em suas aulas?

7. O que você sabe sobre Arte Contemporânea?

8. Tem algum artista contemporâneo que aprecia? Qual?

9. Você já usou alguma Arte Contemporânea em sua aula?Qual?

10. Como você planeja suas aulas de Arte?

Dentre estas, me detive nas questões 1, 2, 3, 6, 7, 8 e 10, para discorrer sobre o assunto Arte Contemporânea no início da escolarização, pois minha intenção é saber por que o ciclo inicial do ensino fundamental não faz uso das expressões artísticas contemporâneas, mesmo estando estas próximas e fazerem parte do cotidiano de professores e alunos.

A escola em que os entrevistados lecionam se encontra em Mogi das Cruzes, município situado na região leste da Grande São Paulo, no Alto Tietê.

É uma escola que funciona com o ciclo inicial do ensino fundamental e tem no período noturno Educação de Jovens e Adultos do 1º ao 9º ano.

3. Análise do resultado das entrevistas

O foco definido para análise de resultados das entrevistas contemplará o conhecimento e trabalho docente na disciplina de Arte. Esta análise não visa emitir juízo de valor, nem tampouco desvalorizar a ação dos profissionais. Busca apenas mostrar a necessidade de se vislumbrar novos direcionamentos para o ensino de Arte no ciclo inicial do ensino fundamental, bem como demonstrar a razão de professores deste ciclo não trazerem para suas aulas a Arte Contemporânea.

Abaixo

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