FOLHA EXPLICA SÃO PAULO - RAQUEL ROLNIK

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radio concêntrica, causada pelo metro e terminais de ônibus, a área central se tornou área de transbordo. É na década de 70 que há o deslocamento do centro de consumo das elites: do Centro Histórico para a Avenida Paulista. Esse quadro foi o inicio do movimento de abandono do centro pelas elites e popularização do mesmo. Houve então o zoneamento, fazendo separação territorial entre os mais abastados e os mais pobres, sendo firmado com a construção de habitações feitos pela Cohab nas extremidades da cidade (periferias). Chegamos então ao momento contemporâneo vivido pela cidade: todo esse crescimento tornou a cidade uma cidade global, com os problemas que tal grandiosidade proporciona. Grandes áreas de carga e descarga não existem mais, não fazem parte da nova situação da cidade. O desemprego se torna notável, as indústrias produzem mais valor, porém menos emprego. Há o surto de shoppings, hipermercados e edifícios do gênero, retratando assim a decadência da qualidade urbana: dos boulevards, jardins e calçadas com 15 metros para pequenos passeios que muitas vezes não passam de 90 centímetros, o automóvel ganhou espaço de maior importância e o pedestre perdeu seu espaço gradativamente. A violência aumenta bruscamente a partir de 1990, tornando-se o efeito e causa do aumento de tensões e desigualdades na cidade. As malhas que temos hoje de trens, metrô, ônibus e rodovias não estão integradas, gerando então insuficiência para a população. “São Paulo é uma megacidade, participante das relações econômicas globalizadas, desempenhando funções de produção e serviços internacionais, em conexão com a vasta rede de cidades e regiões conectadas à economia global.” Enfim, os dias atuais da cidade são uma dualidade: a cidade esta sempre em ritmo acelerado e preso em seu transito caótico; existem mais pessoas de classe média, porém os menos a fortuna dos sucumbem em sua miséria por falta de atenção publica; prédios em bairros privilegiados sendo inaugurados e pessoas sendo desapropriadas de seus barracos nas áreas periféricas. Isto é a cidade de São Paulo, a “megacidade”brasileira.