ESTUDO DA MORFOLOGIA DA ARQUITETURA RACIONALISTA FACISMO ITALIANA TERRAGNI VERSUS AS TENDÊNCIAS ARQUITETÔNICAS MINIMALISTAS PORTUGUESA DE SIZA
Por: Rodrigo.Claudino • 28/3/2018 • 2.391 Palavras (10 Páginas) • 430 Visualizações
...
Deste modo, o Movimento Arquitetônico Moderno passa por vários sistemas de adaptação do meio para a retomada dos conceitos clássicos. O movimento que se deu na Itália, dirigida pelo arquiteto Giuseppe Terragni buscava a retomada do clássico ligada ao fascismo político. O arquiteto Terragni nasceu em Meda por Michele e mudou-se logo em seguida para Como. Em 1921, inicia os estudos sobre arquitetura na Escola Polítécnica de Arquitetura em Milão. Ele participou de movimentos políticos arquitetônicos ligados ao partido político da época de Mussolini (Dato de 1926 a 1943) . Giuseppe fazia parte de um grupo chamado Gruppo 7[4], que era a favor da consolidação da retomada da arquitetura clássica fascista italiana, mas que buscava a linguagem mais acessível à abstração e ao hermetismo instigando a Mussolini a implantação de uma arquitetura voltada para a população. Frampton indaga:
“Enquanto as manifestações anteriores da obra racionalista haviam deixado os profissionais mais conservadores relativamente indiferentes, a exposição do Gruppo 7 era acompanhada por um panfleto provocativo intitulado “Relato a Mussolini sobre a arquitetura”, escrito pelo crítico de arte Pietro Maria Bardi. (Frampton, Kenneth -Giuseppe Terragni e a arquitetura do racionalismo italiano- Fatos urbanos e a teoria da cidade - Memorial e Identidade: reflexão da trajetória e formulação do pensamento italiano. Pág.:6).
No entanto, com a ascensão de Terragni para a implantação de um arquitetura com influências arquitetônicas corbusianas e alemãs, ao longo do tempo o movimento racionalista fascismo italiana perdeu destaque. Entretanto, as obra de Terragni ainda permaneceram por mais alguns anos. Persico aduz:
“Hoje, os artistas devem defrontar-se com o mais espinhoso dos problemas da vida italia -na: a capacidade de acreditar em ideologias específicas e o desejo de prosseguir a luta contra as reivindicações de uma maioria ‘antimodernista’.”
Desde modo, pode-se destacar a composição arquitetônica da Casa del Fascio (1932 – 1936) em Como que hoje é conhecida como a “ A Casa do Povo”. Esta obra de Giuseppe Terragni atribui-se em grandes preceitos para a morfologia da arquitetura racionalista fascismo italiana. O próprio arquiteto Terragni induz:
“Exigências da planta me levaram à decisão de ocupar toda a área disponível. (...) Mas nos ocorreu estudar a possibilidade desse amplo espaço sendo acessado em formações de fileiras de fascistas e do povo nas grandes reuniões (...) O conceito mussoliniano de que o “fascismo é uma casa de vidro que todos podem observar” também origina esse interpretação, que complementa a primeira: nenhum impedimento, nenhuma barreira, nenhum obstáculo entre as hierarquias políticas e o povo.” (Giuseppe Terragni – 1936 – apud Diagramática: descrição e criação das formas na arquitetura seriada de Peter Eisenman)
A casa é composta por um volume em forma de cubo seccionado ao meio (horizontalmente), onde procura estabelecer um diálogo entre a estrutura reticulada racional e a aparência sólida de todo o conjunto.
Em sua obra, Terragni buscou usar na forma e retomada do clássico da arquitetura italiana. Umas das preposições usada por ele é a construção do sistema de cortile- pátio no interior descoberto. Ainda é possível traçar em sua obra a análise sobre o sistema de pé direito duplo com a cobertura de betão e vidro.
Entretanto, em sua obra ainda é possível traçar outras pertinências que caracteriza sua magnitude sobre o ideia fascista. No interior da edificação encontra-se um relicário em homenagem dos heróis do fascismo. Existe também uma série de portas de vidro que se abrem automaticamente para um intercâmbio entre a praça e o vestíbulo e estabelecer uma relação com abranger a massa arquitetônica no seu seio.
[pic 4]
(Imagem 1: CASA DEL FASCIO – Foto: Guillermo Hevia García- Disponível em: http://www.archdaily.com/312877/ad-classics-casa-del-fascio-giuseppe-terragni/1326249672-portada)
No entanto, o sistema adotado da Arquitetura Racionalista não se propaga durante muitos e anos. No mais tarde surge um novo movimento denominado de Movimento Pós- Moderno, onde os conceitos aplicados são diferentes do sistema moderno.
As características que regem o pós- moderno estão associados a um sistema de críticas a arquitetura moderna e principalmente a arquitetura internacional, ou seja, o pós modernismo veio com a intensão de modificar o meio já estabelecido por outros períodos e dar espaço a inserção da arquitetura para toda a população, além de fazer a projeção para a escala humana e a retomada dos conceitos clássicos.
A arquitetura pós moderna é marcada principalmente pelos conceitos de Aldo Rossi que mais a frente irá dar ênfase para outros arquitetos. Dentro da arquitetura pós moderna, o arquiteto Alvaro Siza ganha grande destaque. Siza nasceu em Matosinhos no norte de Portugal. Estudou na Escola Superior de Belas Artes do Porto entre os anos de 1949 e 1955. Ele foi marcado pela grande obras de Adolf Loos, Frank Lloyd Wright e Alvar Aalto, que no mais tardar desenvolveu a sua própria linguagem com forte tradição construtiva portuguesa.
A arquitetura de Siza estabelecia um parâmetro de dialogo com o lugar e os usuários, deste modo usando de uma linguagem racionalista e organicista surge seus projetos. Siza parte de grandes princípios de Távora e busca associar o espaço a sua construção usando de elementos locais e retomando aos preceitos da composição arquitetônica portuguesa.
Uma das sua obras que ganha destaque é o Museu de Arte Moderna e o Centro Galiciano. O Centro Galiciano (Galego) situado em Santiago de Compostela de Arte Contemporânea (criado entre os anos de 1988 -1933) é uma obra que procura integrar o edifício ao meio e estabelece a relação de seus volumes da sua fachada com as fachadas do edifício Convento da San Domingos de Bonaval.
Apresenta um conjunto coerente onde se conjuga a tradição e a modernidade da cidade. O diálogo entre o museu e o convento é constante, devido aos materiais utilizados e às formas retas e austeras, respeitando sempre a envolvente que caracteriza esta zona. Além de buscar a integração da obra com o espaço em que foi implantada, Siza ainda propõe a retomada da história local com os meios materiais da obra, demostrando o regionalismo local. O próprio arquiteto afirma: “tenho a pretensão de afirmar que (o Centro) se refere a toda a história da cidade e não apenas à sua época”[5].
[pic 5]
(Imagem
...