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Estudo da Arquitetura de Zanettini

Por:   •  4/10/2018  •  2.181 Palavras (9 Páginas)  •  342 Visualizações

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O urbanismo sustentável traz ferramentas de planejamento para os grandes centros urbanos do século XXI. Diante ás necessidades que surgiram devido ao modelo de urbanização vigente, que tem como principal consequência o alto impacto ambiental e o desajuste dentro da realidade socioeconômica, o urbanismo que trabalha com a sustentabilidade procura estabelecer uma relação coesa entre os cidadãos, suas atividades, instituições e o meio ambiente.

Segundo a Carta de Aalborg, a “Carta da Sustentabilidade das Cidades Européias”, o urbanismo que trabalha a sustentabilidade ambiental procura manutenção do capital natural através de medidas que exigem que a taxa de consumo de recursos renováveis (como água e energia) não exceda a taxa de reposição dos mesmos. Enquanto a taxa de consumo dos recursos não-renováveis não exceda a capacidade local de produção de recursos renováveis sustentáveis que sejam alternativos para estes. E também que a taxa de emissão de poluentes não seja maior que a de absorção e transformação por parte do meio.

Uma medida enfática para a qualidade de projetos que tenham valor urbanístico sustentável é a realização de projetos que venham se tornar referencias dentro de um determinado contexto, usando assim, a arquitetura como promotora da qualidade de vida. Como é o caso dos projetos realizados pelo arquiteto brasileiro Gustavo Penna (EAU/UFMG, 1973), que através de suas heranças barroca e modernista mantém olhar atento às questões contemporâneas, principalmente voltadas para a sustentabilidade como sendo obrigatória.

Com essa linha de raciocínio, Penna criou o projeto de integração da Rede Bandeirantes de Rádio e TV em Morumbi, no sul de São Paulo. Trata-se de uma ampliação que adequa as recentes instalações ao antigo prédio, que está há mais de quarenta anos no local circundado pelo comércio, árvores, jardins, o ambiente frenético da televisão e é reconhecido pela interatividade por se organizar em uma grande área de convivência, se desenvolvendo horizontalmente através de terraços preenchidos com jardins e criando praças e ambientes que servem para convívio dos usuários do edifício e da população local.

Pautado em quatro requisitos básicos (ser ecologicamente correto, ser economicamente viável, ser socialmente justo e ser culturalmente aceito), o complexo oferece ao bairro e a cidade duas praças públicas que servem como articuladoras de acesso, circundadas por vegetação e galerias de comércios e serviços, um teatro que está conectado diretamente a maior praça, um museu, áreas de alimentação no primeiro pavimento próximas a um salão de convenções, um terraço verde que conta com um restaurante mirante e um estacionamento que terá capacidade para absorver a demanda dos usuários do complexo juntamente com a população local. Todas essas atividades que são desenvolvidas no complexo não são estanques, mas se complementam. Solucionando o problema urbano de voragem frenética de tempo e de espaço e solos.

Ao que diz respeito ao problema urbano de voragem frenética de espaço e de solos, o texto Urbanismo e Arquitetura para o século XXI define como solução:

O objetivo do futuro há de passar necessariamente por um uso mais criterioso e econômico do solo, conseguido através duma maior densidade ou intensidade de uso nos planos urbanísticos, associado a um programa de ocupação de vazios urbanos. Esta formulação ajudará a baixar os gastos escandalosos com as infraestruturas e transporte, e a reduzir a pilhagem de outras áreas de solo disponíveis (por exemplo, ecossistemas ou terra cultivável) para urbanização. (AFONSO, 2005)

Enquanto a questão do problema de voragem frenética de tempo é justificada pelo mesmo texto no seguinte trecho:

A alternativa à cidade dos automóveis não é a cidade sem automóveis, porque estes já produziram transformações irreversíveis. Mas, este fato não impede uma racionalização a fundo no seu uso. Mais de 30 por cento das deslocações urbanas na Europa são de distancias inferiores a três quilômetros, de modo que não só o transporte coletivo, como também a bicicleta e o andar a pé podem absorver uma boa parte das viagens motorizadas sem que nos caiam os anéis da modernidade.

Em simultâneo, criando proximidade em vez de afastamento, evitando deslocações desnecessárias e combinando inteligentemente os diversos modos de transporte, pode-se recuperar a qualidade ambiental e urbana da rua. (AFONSO, 2005)

Penna, ao reunir uma gama de serviços, como a grande praça de acesso, o teatro e algumas áreas de comércio, adequa e reflete a multiplicidade e complexidade da vida atual dentro de um único complexo. Desta forma, utilizando-se do princípio da maior densificação e compactação das cidades. Evitando que haja destruição frenética de solos, desperdícios em combustível e perda de tempo com deslocamento.

Quanto ao princípio da sustentabilidade ambiental e problema de voragem de consumo energético, duas questões diretamente ligadas aos ecossistemas locais e a biosfera; o arquiteto tratou em aplicar materiais, soluções construtivas, tipologias formais e reciclagem de materiais e componentes. De forma que o projeto abrange vários níveis de organização, desde a vizinhança local até a preocupação com o planeta inteiro.

Foi implantado um sistema de ventilação e iluminação natural, dispositivos para a reutilização da agua da chuva e redução de energia, minimizando a emissão de CO2, cuidado com a escolha dos materiais, seus componentes e sua procedência sua vida útil e seu destino final. Uma vez que segundo o autor Afonso (2005), “Neste novo século, os arquitetos não poderão deixar de se preocupar com propostas de materiais, soluções construtivas, tipologias formais e reciclagem de materiais e componentes”.

2. REFERÊNCIA REGIONAL DE ARQUITETURA DO SÉC. XXI: CASA CONTAINER - PRESIDENTE PRUDENTE

A obra em estudo é referente a um escritório modelo, construído para abrigar a Up! Containers Construtora. Ela está inserida na Av. Cel. José Soares Marcondes, 4634 no bairro Higienópolis de Presidente Prudente.

As adaptações de um container para uma residência incluem o tratamento de isolamento, incorporando as questões térmica e acústica, o conforto interno é possível através de revestimentos nas paredes com lã (pano) de vidro ou lã de rocha e painéis de drywall. Os fechamentos tem revestimento de alumínio e vidro.

A casa container tem se destacado por se encaixar bem no conceito de sustentabilidade e por ser de grande potencial

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