Densidade Urbana Um instrumento de planejamento e gestão urbana (Claudio Aciolye e Forbes David)
Por: Juliana2017 • 16/10/2017 • 1.290 Palavras (6 Páginas) • 654 Visualizações
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a política urbana sem desenvolvimento integrado, tem-se o fenômeno da densidade flutuante, que sofre com um espaço urbano monofuncional, que separa os usos e acarreta na falta de vitalidade, congestionamento e altos custos com infraestrutura e serviços públicos. Tal efeito pode ser visto em São Paulo e em Brasília, no Plano Piloto.
Esse fator demonstra que uma alta densidade populacional unida ao planejamento urbano é um fator definitivo no desempenho econômico de uma cidade, pois gera menor consumo de energia e tempo. Ao mesmo tempo, se o governo monitorar o mercado imobiliário, pode agir como facilitador, estimulando e reforçando as tendências e assim coordenando o curso da densificação.
Foi assim que o governo de Curitiba mostrou que gestão da densidade transformou a cidade nos últimos 30 anos. Ao criar um plano diretor e uma agência de planejamento urbano em contínuo monitoramento, revisão e flexibilização, pôde aplicar a estratégia de fomentar novos empreendimentos comerciais fora do centro da cidade, conectando-os com áreas residenciais de alta densidade, servindo-as com boa infraestrutura e tendo como princípio que quanto maior fosse a distância para os eixos de transporte estabelecidos, menor teria de ser a taxa de ocupação. Além disso parcerias público-privadas deram a cidade centros culturais e educacionais, potencializando a cultura ao mesmo tempo que as áreas verdes foram revitalizadas e servem à população como parques e praças.
Quando a densidade é relacionada a implicações sociais, é afirmado pelos autores que a qualidade do desenho urbano, forma e espaço de edificações e sua relação com o entorno influenciam diretamente a densidade urbana, assim como a maneira como os moradores e usuários se relacionam e como os mesmos se relacionam com o ambiente urbano. As baixas densidades sempre estão associadas a alta renda, ao ar puro do interior, à paz. Enquanto as altas densidades estão relacionadas a baixa renda, ao stress dos grandes centros.
As desigualdades sociais e econômicas têm influenciado a estruturação do espaço, pois os grandes lotes em locais de baixa densidade são totalmente murados na busca de proteção contra a violência. Contudo, acabam por divorciar o lote do restante da malha, formando ilhas sem vitalidade. A relação entre a densidade e o meio ambiente urbano também é discutida, citando principalmente Brasília, que conta com densos espaços livres e áreas verdes, consumindo grandes espaços de terra e aumentando os custos de urbanização. Além disso, no intuito de dificultar a apropriação de terra por favelas, nos anos 60 o governo passou a controlar a ocupação do solo através de controle policial, aumentando o valor do lote, resultando num valor de construção que exclui grandes parcelas da sociedade do mercado imobiliário e fez a população com menor poder aquisitivo migrar para as cidades-satélite e ocupações de fundo de lote, aumentando consequentemente a densidade nessas áreas e causando crowding, das favelas e invasões.
Os autores concluem o capítulo afirmando que a “cidade sustentável” planejamento e gestão do meio ambiente urbano que inclua tanto os aspectos advindos do bem-estar social dos moradores, como também dos aspectos financeiros e econômicos relacionados às tipologias e morfologias das cidades. A cidade deve ser compacta e em constante renovação e adaptação das edificações existentes, requerendo flexibilização das politicas urbanas e dinamização dos planos.
Fica claro que a sustentabilidade e a durabilidade do desenvolvimento de assentamentos humanos é diretamente relacionada à maneira como arquitetos e urbanistas, gestores urbanos e detentores de poder compreendem e tomam decisões sobre os prós e contras pertinentes a meio-ambientes com alta densidade.
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