As Cidades e os Espaços Urbanos
Por: Kleber.Oliveira • 9/12/2017 • 1.554 Palavras (7 Páginas) • 465 Visualizações
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Com o crescimento da população urbana as megacidades se tornam um dos principais aspectos da urbanização, não apenas por seu tamanho, mas por sua ligação entre a enormes populações humanas e a economia global. Castell fala que essas megacidades funcionam como um ímã para os países ou regiões que estão localizados, atraindo um grande fluxo de pessoas e oportunidades. O crescimento dessas cidades é relativamente maior nos países subdesenvolvidos devido ao crescimento populacional mais elevado e as altas taxas de migração interna, fazendo com que a maioria das megacidades projetadas estejam nesses países.
Um dos grandes problemas gerados pela urbanização é a chegada de grandes massas de trabalhadores rurais não profissionalizados, que acabam por gerar seu sustento a partir de trabalhos informais. A economia formal tenta receber este influxo de trabalhadores não especializados, porém na maioria dos casos a economia informal é a recorrência deles, o problema é que essa economia, além de ser menos produtiva, não paga impostos e não é regulamentada.
Com a demanda interminável de pessoas migrando para os grandes centros a falta de habitação e o saneamento básico se tornou um problema sério para os governos. É comum nos depararmos com loteamentos e habitações improvisados às margens das grandes cidades, como as famosas favelas. A falta de habitação, saneamento básico e a alta taxa de poluição são os principais problemas em termos ambientais enfrentados pela urbanização.
O desequilíbrio etário nos países subdesenvolvidos, gerado devido a superlotação e escassez de recursos, faz com que a população com idade inferior a 15 anos seja bem maior do que a dos países desenvolvidos. Uma população jovem precisaria de auxilio, não sendo economicamente produtiva. Porém a pobreza muitas vezes força esses jovens a trabalhar em turno integral ou até mesmo chegando a mendigar para sobreviver.
Considerando todos esses problemas pode ser difícil ter perspectivas de mudança e de crescimento, porém mesmo que as taxas de natalidade continuem altas é provável que sofram queda com o avança da urbanização. Além do que a globalização tem possibilitado a integração econômica possibilitando melhores formas de investimento e oportunidade.
A globalização facilitou o acesso as cidades, tornando as cidades interdependentes e estimulando as ligações entre elas. Com o avanço da tecnologia muitos cenários típicos das cidades serão trocados, como o surgimento do teletrabalho e o comércio eletrônico que permitem que os trabalhadores fiquem em casa ao invés de um escritório.
Saskia Sassen se refere as cidades globais como sendo os centros urbanos que abrigam as sedes das grandes corporações transnacionais e uma superabundância de serviços financeiros, tecnológicos e de consultoria. São cidades que se tornaram pontos-chave para produção de mercado e inovação financeira. Nas cidades globais as empresas locais se misturam com as nacionais e multinacionais. Essas cidades competem entre si mas também constituem um sistema de interdependência, quase isolado das nações que estão situadas.
Os efeitos da globalização acabaram por mudar a relação existente entre os grandes centros e as regiões que eles estão localizados. Normalmente uma cidade refletiria o perfil econômico do território a sua volta, porém atualmente é normal existir uma divergência nessa relação, muitas das megacidades têm um aspecto econômico totalmente diferente dos estados em que elas se situam.
Com o surgimento da nova economia global problemas como a desigualdade se tornam bastante visíveis, comparações como a vida nas áreas centrais de comércio e nas áreas periféricas mais empobrecidas ou o salário do setor financeiro, marketing e etc. com o dos empregados em serviços de limpeza e de vigilância. Esse fenômeno pode ser visto como a valorização do trabalho que está na vanguarda da nova economia global e a desvalorização do trabalho que se desenrola nos bastidores. Muitas políticas têm sido desenvolvidas para diminuir o contato entre a pobreza e a classe mais alta.
A urbanização ao mesmo tempo que fornece uma grande massa de pessoas, mercadorias e oportunidades também enfraquece a coesão entre os lugares, as tradições e as redes existentes. Esse aspecto contraditório acaba tornando a administração das novas cidades um desafio muito grande, mas em contrapartida as cidades têm ganhado maior importância e independência no cenário político uma vez que os estados-nações têm cada vez menos condições de administrar as tendências globais. Elas contribuem para assegurar a integração sócio-cultural entre várias etnias, desenvolvem a produtividade econômica gerenciando as condições e serviços que servem de base para essa produtividade.
Conforme as cidades assumem uma nova importância no sistema global seus, seus prefeitos recebem um papel diferente. Além de exercer influência sobre sua região eles têm recebido cada vez mais importância, podendo definir a agenda de áreas foras de suas cidades, estabelecendo acordos e parcerias, atraindo investimentos estrangeiros
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