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A Importância da Iluminação Natural em um Edificio

Por:   •  22/3/2018  •  5.462 Palavras (22 Páginas)  •  259 Visualizações

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A luz solar também é dispersa pela água e pelo gelo contido na atmosfera, mas, devido ao tamanho muito superior das gotículas de água das nuvens, todos os comprimentos de onda da luz são espalhados e a luz mantém sua cor branca.

Embora todas as nuvens (exceto as muito escuras) mesmo assim consigam transmitir grandes quantidades de luz,a dispersão por elas provocada pode criar uma luz muito difusa. Até mesmo em dias de céu totalmente encoberto, quando não há luz solar visível, os níveis de iluminação podem ser elevados. Ainda assim, um dia nublado é bastante desanimador. Costumamos descrevê-lo como “um dia feio”, e a atmosfera criada pelo céu encoberto pode ser deprimente e ameaçadora.

Muitas das características de um céu encoberto devem ser evitadas na iluminação de interiores, se quisemos evitar ambientes deprimentes. A característica mais óbvia é o aspecto quase uniforme e sem direção da luz. Sem a noção de direção, pode nos faltar a indicação visual que nos permite distinguir entre acima e embaixo. A falta de sombras também significa que perdemos um dos indicadores visuais mais sutis para a percepção tridimensional dos volumes e das texturas.

Outra característica não tão óbvia é a mudança de temperatura de cor. Em comparação com uma média de 6.500 graus kelvin para a luz diurna (dependendo muito das condições climáticas e de onde você se encontra no mundo), um céu encoberto pode projetar uma luz branca muito fria de, aproximadamente, 10.000 graus kelvin. Isso está fortemente associado com o clima ruim e, em espaços internos, quando combinado com uma com uma iluminância uniforme e a falta de luz direcional, pode gerar um efeito deprimente tão intenso quanto teríamos no exterior.

Sempre vale a pena comparar uma proposta de iluminação com as condições de iluminação natural, afinal de contas é exatamente isso que nosso sistema visual faz quando nos encontramos perante essas condições. Estejamos cientes disso ou não dos interiores com nossa experiência da iluminação externa.

Variação da intensidade

A luz natural quando comparada com nossa experiência da luz elétrica, tem uma ampla gama de níveis, até mesmo ao longo de poucas horas. Nos interiores das edificações, costumamos ter níveis de iluminação variando em uma escala 1:1.000 (do objeto mais escuro ao mais luminoso que encontramos). Já ao longo de 12 horas de luz natural (do meio-dia á meia-noite) essa variação poderia ser de mais que 1:1 milhão. Essa variação de intensidades relativamente gigantesca é uma propriedade da luz natural, e nosso sistema visual se desenvolveu para lidar com ela.

A variação diurna nos níveis de iluminação também é acompanhada por um ciclo anual. Devido à inclinação axial da terra, são poucas as partes do mundo que não apresentam diferenças sazonais nos níveis de iluminação natural.

Quanto mais longe estamos da linha do Equador, mais pronunciadas são as variações sazonais. Londres, por exemplo, está 51 graus ao norte da linha do Equador e tem clima temperado.

Em função da inclinação relativa em direção ao Sol durante o verão e da inclinação que afasta essa cidade do sol durante o inverno, há uma diferença acentuada entre a duração dos das no verão e no inverno.

A inclinação da terra também se reflete nos diferentes níveis de iluminação que incidem em sua superfície nas diferentes épocas do ano. Ao meio-dia, um céu encoberto sem nada de luz solar direta pode gerar cerca de 35.000 lux no nível do solo durante o verão, mas apenas um quinto desse valor no inverno.

Direção da luz Natural

A direção predominante da luz natural é a vertical. A combinação da luz solar direta com a luz difusa da abóbada celeste produz uma direcionalidade muito forte na luz natural. No entanto, o motivo pelo qual conseguimos ver as plantas verdes ou as colinas rochosas que nos circundam é porque elas estão refletindo a luz em nossa direção. A luz direta que vem de cima é muito mais forte que a luz refletida pelas superfícies no nível do solo, mas a luz refletida pode proporcionar um nível significativo de iluminação geral.

Ainda assim, mesmo em condições de forte sombreamento, as áreas mais luminosas tendem a estar acima de nós. Essa propriedade da luz natural é um elemento que pode fazer com que uma direção particular da luz pareça ser natural ou não.

Uma luz ascendente muito forte que ilumina uma pessoa tem aspecto artificial, pois não é vista como uma direção natural para a luz. Evidentemente, não é impossível que essa situação ocorra no mundo natural. A luz solar refletida por uma superfície refletiva como a água ou uma rocha lisa molhada pode gerar uma iluminação ascendente bastante intensa. Mas essa situação é rara o suficiente para que o cérebro aplique sua experiência a qualquer cena com iluminação ascendente e a classifique como uma direção de iluminação antinatural.

Mesmo em áreas profundamente sombreadas, a norma é que a parte mais luminosa de uma vista se encontre em cima de nós.

Embora um céu totalmente encoberto, ou seja, com nível de nebulosidade total, pareça ser absolutamente uniforme,podem haver variações significativas. A luminância média de um céu totalmente encoberto é de aproximadamente 42 graus acima da linha do horizonte. A uma inclinação de 5 graus acima do horizonte, o céu tem apenas a metade da luminosidade média da abobada celeste. A luz zenital (que está diretamente acima de nós) pode ser 30% mais forte do que a média (GRONDZIK, W. et al. 2010).

[pic 1]

Figura 1.0

Fonte:FROTA, Anésia Barros; SCHIFFER, Sueli Ramos (2001).

Essa variação na luminância da abóbada celeste pode ser importante no projeto de sistemas de vidraças. Mesmo em dias encobertos, a vidraça de uma cobertura , por ter iluminação zenital, pode chegar a receber cerca de duas vezes e meia a quantidade de luz natural por metro quadrado que uma vidraça vertical, que apenas recebe a luz praticamente horizontal.

Controle da luz diurna

A variedade de cores, direções e níveis de iluminância que a luz diurna pode apresentar é incomparável. Em diversas ocasiões, ela proporciona enorme satisfação a nossas experiências do mundo externo, mas pode ser problemática em muitos interiores. Deixando de lado os problemas dos ganhos térmicos provocados pela

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