Exames de Água: Recurso Natural

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os usos propostos para o corpo d’água, o conhecimento dos riscos à saúde da população, os danos ao ecossistema, a toxidade das substâncias químicas envolvidas, dentro outras informações.

Sem esses dados previamente definidos, qualquer programa de avaliação de qualidade, pode gerar resultados distorcidos sobre a realidade, levando a decisões erradas.

O objetivo da amostragem e das análises não é um resultado de pequenas frações, mas sim, de uma grande parcela do corpo d’água selecionado.

FLUXOGRAMA DE EXAMES DA ÁGUA

O exame da água é realizado de uma maneira sequencial, com o intuito de fornecer resultados desejados. Seguindo uma ordem de tarefas, temos:

ESTABELECIMENTO DOS OBJETIVOS

Definir com clareza os objetivos a serem alcançados com a execução de determinado exame, ponto de partida para todas as demais atividades. Os objetivos são inúmeros, dentre eles:

- Fornecer dados para a execução de programas de controle de poluição;

- Fornecer informações para o planejamento de do desenvolvimento de recursos hídricos;

- Complementar pesquisas;

- Determinar a eficiência dos processos de tratamento já existentes e elaborar novos processos;

- Verificar a conformidade da água para seu determinado uso

Com os objetivos definidos, sabemos a intenção do trabalho a ser feito, porém, somente isso não basta para o seguimento das demais etapas. Deve-se detalhar os objetivos, incluindo uma exposição de cada item da informação requerida. Tais informações deverão incluir o erro permitido para cada item. Por exemplo, definir qual substância será analisada e qual a proporcionalidade utilizar para essa amostra e exame. Sendo assim, adotaremos uma coleta mínima para cada interesse que for definido, de acordo com a substância a ser analisada.

ESCOLHA DOS PARÂMETROS

De acordo com os objetivos que almejamos atingir, é determinado o tipo de exame a ser feito (físico, químico, etc.) e seus respectivos parâmetros mais adequados para se caracterizar a condição da água. Os métodos são padronizados para grande parte dos parâmetros. Conforme o nível de informação a ser alcançado, escolhe-se as melhores técnicas de amostragem e análise.

PROJETO DO PROGRAMA DE AMOSTRAGEM

Os exame da água é feito em amostras de água que deve ser réplica mais exata possível do ambiente a ser analisado, seja ele ambiente químico, físico ou biológico, de onde as amostras foram retiradas. Isto significa que a amostra representará, em menor escala, características e quantidade idênticas ao ambiente amostrado. Algumas particularidades devem ser observadas: validade e representatividade das amostras: escolha do local de amostragem, frequência e hora da amostragem, coleta, preservação (tamanho, frasco e prazo) e dados de campo;

- Coleta de amostras representativas: a coleta pode ser manual ou automática. A manual consiste em colocar o frasco diretamente em contato com a água a ser coletada, ou com auxílio de equipamentos para tanto, como é o caso das amostras em grandes profundidades. Já os amostradores automáticos têm a vantagem de permitir que seja pré-determinado a coleta de amostra em determinados intervalos de tempo e quais volumes a serem coletados, por exemplo. Existem amostradores que são feitos apenas para a amostragem e outros que além disso analisam e até fornecem resultados, alguns deles enviando o resultado obtido para uma central de informações.

As técnicas para coleta variam de acordo com o tipo de exame e os métodos os quais as amostras serão submetidas, temos:

Exames físicos e químicos: colocar o frasco adequado em contato com o líquido a ser coletado, tendo o cuidado de lavar o frasco várias vezes com o próprio líquido;

Exame bacteriológico: realizada em pontos de coleta que recebam água diretamente da rede de distribuição e não de reservatórios, onde escoa-se a linha de 3 a 5 minutos, fecha-se a torneira flamba-se a torneira, abre a mesma em meia seção, escoa-se a água por mais 30 segundos e somente então utiliza-se o frasco esterilizado, enchendo-o até 4/5 de seu volume, sem lavá-lo com a própria amostra e fechando-o imediatamente. As amostras realizadas em corpos d’água devem ser colocadas contra a correnteza a cerca de 15 centímetros de profundidade, segurando o frasco sempre pela base.

Exame microscópico: realizado após a coleta indicada acima, com ele coletamos plâncton, colocando o frasco em contato com o líquido, invertendo-se o frasco a aproximadamente 15 centímetros de profundidade e recolhendo cerca de meio frasco, e ao mesmo tempo podemos também coletar e concentrar a amostra, utilizando a Rede de Birge. Mais um tipo de coleta realizada é a quantitativa de perifiton, que é feita raspando-se pedras submersas do local, ou utilizando substratos artificiais tais como por exemplo lâminas padrão de microscópio que são fixadas no local da coleta, e após isso recolhe-se o material aderido após certo tempo de exposição. Outra amostra desta família é a coleta de macro-invertebrados, feita com dragas para sedimentos de fundo ou amostrador de Surber para profundidades até 60 centímetros em reios de muita correnteza, podendo ser feita também com redes ou peneiras.

- Preservação da amostra: quanto menor o tempo decorrido entre a coleta da amostra e a sua análise, maior será a similaridade entre os valores reais e os valores medidos. O ideal seria efetuar análise no próprio local de coleta, mas na maioria das vezes é impossível tal ação. Para isso costuma-se preservar o máximo possível do volume suficiente para análise e por um intervalo de tempo condizente com a finalidade do seu exame. Para cada substância é determinado o volume necessário, o tipo de frasco e o prazo de validade, seguem alguns exemplos na tabela abaixo.

EXAME FRASCO VOLUME PRAZO

Mercúrio Plástico ou Vidro 300 ml 13 dias ou 38 dias

Pesticidas Vidro escuro 100 ml 24 horas

Fluoreto Plástico 500 ml 24 horas

Cor Plástico