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Armas Químicas

Por:   •  12/6/2018  •  8.759 Palavras (36 Páginas)  •  335 Visualizações

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1. INTRODUÇÃO

Os estudos CTS se firmam em perspectivas que tem como objetivo principal a geração de uma nova percepção da relação entre ciência, tecnologia e sociedade, a aplicação desse referencial em sala de aula gera a quebra do paradigma de um ensino tradicional pautado apenas em um ensino mecanizado e tecnicista.

O trabalho de temáticas CTS em sala de aula esta associa à resolução de situações problemáticas relevantes e interessantes para os alunos, assumindo que a Ciência e a Tecnologia, em profunda inter-relação, não são atividades ou conhecimentos neutros, mas estão carregados de ideologia e de implicações Sociais (PAIXÃO, F.; CACHAPUZ, A., 2003). A partir desta perspectiva que surgiu a temática “Guerra Química” como uma forte aliada de docentes de química na quebra das barreiras do ensino tradicional.

A temática que envolve um dos avanços tecnológicos-científicos mais cruéis da humanidade, o armamento químico, se tornou uma maneira eficaz e abrangente de trabalhar a aplicação de referenciais teóricos como CTS em sala de aula, pois o mesmo envolve assuntos que geram ricas discussões em sala de aula, que podem estimular o pensamento crítico, além de ser uma maneira eficaz de trabalhar conceitos que estão intimamente ligados aos estudos CTS, como a contextualização de conteúdos químicos (no caso o de química orgânica e química inorgânica) e a interdisciplinaridade, devido a grande abrangência de conteúdos do tema, envolvendo diversas áreas do conhecimento como história, filosofia, sociologia e biologia.

A aplicação de temas como “Guerra Química” baseados no referencial CTS, em sala de aula, e de suma importância, pois se tratam de assuntos do cotidiano da humanidade e da história da ciência, que ganham a atenção e interesse dos alunos dando uma nova cara ao avanço cientifico. Dessa forma a ciência se torna uma maneira de dar sentido ao mundo natural e tecnológico e que afeta diretamente na sociedade em que se insere, essa visão contribui para formar cidadãos mais cultos, mais informados e mais críticos, que podem de fato ter atuação relevante no meio social em que vivem podendo dessa forma mudar a sociedade.

2 OBJETIVOS GERAIS

A aplicação da temática “Guerra Química” em sala de aula tem como objetivo geral alcançar as perspectivas propostas pelo referencial teórico CTS, contando com teorias que estão intimamente ligadas ao referencial, como a contextualização e a interdisciplinaridade. Além de contar com instrumentos pedagógicos como recursos audiovisuais no auxílio do ensino-aprendizagem, para que dessa forma se possa gerar um novo método de ensino de química que quebra as barreiras do ensino tradicional, transformando educandos em pensadores críticos.

3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

A aplicação de um tema baseado na perspectiva CTS, tem vários objetivos, o principal deles é base que constitui a teoria CTS, que é a mudança da percepção de uma ciência, que é vista apenas como uma redentora da sociedade, através de discussões a cerca do papel do avanço científico no meio social, politico e econômico, que deverão se iniciar a partir da aplicação da temática “guerra química” em sala de aula.

Outro objetivo é usar de teorias de fundamental importância para o ensino aprendizado e que estão intimamente ligados ao referencial CTS, na aplicação do conteúdo em sala, como a contextualização. A temática “Guerra Química” se torna dessa forma uma contextualização do conteúdo químico, com o objetivo de retratar algo vigente na sociedade dos educandos que envolve principalmente os conteúdos de química orgânica, para tentar a chamar a atenção do aluno e mostra que a ciência não é neutra, sendo a sim além de estar presente no cotidiano, ela interfere diretamente na sociedade.

O segundo referencial ligado ao CTS que é de fundamental importância para o ensino-aprendizagem, é a interdisciplinaridade, que aplicada à temática “Guerra Química” tem o objetivo de relacionar diversas áreas do conhecimento, para tentar explorar ao máximo as discussões a cerca do papel da ciência na sociedade. Vale ressaltar, também o objetivo de reafirmar os conteúdos de química orgânica, aprendidos em sala, pois os conteúdos são de fundamental importância na vida escolar e futura vida acadêmica dos alunos.

4 “GUERRA QUÍMICA”: UMA TEMÁTICA CTS

Segundo Santos as coletividades das sociedades modernas acreditam e tratam a ciência e a tecnologia como divindades. Milhares de pessoas depositam diariamente toda sua fé e esperança em resultados benéficos de uma ciência, mais conhecida como neutra e de domínio exclusivo de um grupo de especialistas que trabalha muitas vezes sem nenhuma preocupação, com meios culturais e sociais, onde as consequências de sua autonomia científica não lhe são atribuídas.

Em um clima de tensão gerado pelo pós-guerra; por notícias de milhares de mortes causadas por agentes nucleares e químicos nas duas grandes guerras mundiais; notícias da guerra do Vietnã, temores gerados na guerra fria além de anúncios de catástrofes ambientais de todos os tipos, começaram a se estabelecer uma nova visão da relação de ciência, tecnologia e sociedade.

Em meio a esse clima que o movimento CTS (Ciência, Tecnologia e Sociedade), que são os estudos sociais da ciência, segundo Linsingen surgiu, em meados da década de 60 e 70, em países da América do Norte e Europa, como uma forma de criticar a atuação cientifica e tecnológica na sociedade quebrando a ideia vigente no século XIX de “uma ciência redentora de todos os males”, onde tem priori a ideia de que mais conhecimento científico, gera mais tecnologia, que consequentemente promove mais desenvolvimento econômico que por sua vez gera desenvolvimento social.

Os estudos CTS desde o princípio apontam em três direções que conforme relata Linsingen apud Bazzo et al seriam essas direções no campo da pesquisa; como uma opção ao pensamento acadêmico tradicional sobre a ciência e a tecnologia agenciando uma nova visão não-essencialista e socialmente contextualiza da atividade cientifica; no campo das politicas públicas em favor da regularização social da ciência e da tecnologia, gerando a iniciação de mecanismos democráticos facilitadores para o estabelecimento de processos de tomadas de decisão sobre questões de política cientifico-tecnológicas; e, no

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