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VIABILIDADE TÉCNICA/ECONÔMICA DA IMPLEMENTAÇÃO DO MÉTODO DE LAVRA DE PAINÉIS VERTICAIS EM COMPARAÇÃO COM O MÉTODO DE BANCADA REGULARES PARA ROCHAS ORNAMENTAIS.

Por:   •  16/7/2018  •  2.642 Palavras (11 Páginas)  •  328 Visualizações

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Este método vem atendendo bem a grandes produtores, tendo vista a alta produtividade, além de sua aplicação estar relacionada a ambientes topográficos desfavoráveis a aplicação dos métodos convencionais de bancadas regulares.

- BANCADAS ULTRA ALTAS

O método de bancadas ultra altas é um método relativamente novo, que vem sendo aplicado em pedreiras de granito no norte/noroeste do estado do Espírito Santo (vide figura 1). A aplicação do método de lavra tem ganhando cada vez mais espaço dentre os métodos de lavra conhecidos, por ter como características sua alta produtividade e boa aplicabilidade relevos acidentados e principalmente em encostas íngremes (MAIOR, 2013). A sua alta produtividade está relacionada diretamente a altura das bancadas utilizadas, estas são superiores a 20,0 metros, podendo chegar alturas superiores à 70,0 metros, dependendo do relevo de onde se planeja realizar a atividade extrativa.

O método demanda da utilização de equipamentos específicos para sua aplicação, além de treinamento das equipes de trabalho para sua execução correta e segura.

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Figura 1 – Painéis verticais encontrados no Noroeste do Espírito Santo (MINERAÇÃO GUIDONI, 2016).

2.1 Método de lavra

O método de lavra se assemelha ao utilizado em bancadas convencionais. Porém, como as bancadas tendem a chegar até 70,0 metros, algumas adaptações nos equipamentos e nas técnicas se fizeram necessárias.

O primeiro estágio é a perfuração, são necessários furos verticais e horizontais concorrentes, de modo que estes dimensionem o quadrote que se deseja lavrar. Os desafios do método se iniciam nesta etapa, uma vez que, quando ultrapassam 10 metros de alturas, furos realizados com marteletes pneumáticos, ou mesmo carretas de perfuração sofrem um desvio significativo (GERALDI, 2011), dificultando assim o encontro do furo horizontal com o vertical necessário para a passagem do fio diamantado. Estes desafios foram contornados com o treinamento correto para a equipe para trabalho em altura, e a utilização de sondas para realização da perfuração, uma vez que estas apresentam um desvio muito menor, comparados a outras técnicas de perfuração.

O corte que realiza o desprendimento do quadrote do maciço é feito com fio diamantado, assim como nas bancadas convencionais, mudando apenas a dimensão do fio, e consequentemente a sua torção. Para passagem deste é utilizado um cabo guia usualmente de nylon nos furos, impulsionado por um compressor de ar, para que este encontre a outra saída do furo após o junção dos furos verticais e horizontais. Após esta etapa amarra-se o fio diamantado ao cabo guia para que ele percorra o mesmo trajeto. Então, o fio diamantado é acoplado as polias e suas extremidades são fixadas por sistema de anéis sobre pressão a fim de que não haja pontos de fraqueza do fio possibilitando uma maior efetividade do corte.

O sistema de corte com fio diamantado é previamente montado em função do corte desejado, o fio também deve passar por um processo de torção, cerca de 1,5 a 2 vezes por metro de fio, para que promova o desgaste homogêneo das pérolas. O corte então é iniciado em baixa velocidade, e com o fluxo de água aumentado, até o arredondamento das quinas, locais com maior quantidade de tensão e consequentemente locais de maior desgaste do fio diamantado. Depois o fluxo deve ser normalizado, e a velocidade deve ser aumentada até atingir a velocidade linear do fio ao tipo de material cortado (MARCON et al, 2014).

Após o corte, o quadrote deve estar totalmente desprendido do maciço, para que se inicia a fase de tombamento, uma vez que os métodos convencionais não se aplicam devido a dimensão elevada da prancha. Neste caso é utilizado o desmonte do tipo de boca de lobo, é necessário uma perfuratriz que realize furo horizontais e furos inclinados em 30º na frente da prancha, os furos devem se encontrar no fim da dimensão esperada para a prancha, obtendo um formato de cunha, (vide figura 2), para facilitar a derrubada da prancha, é feito um corte paralelo a linha de furos inclinados (VIDAL et al, 2014).

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Figura 2 – Perfuração para o desmonte do tipo boca de lobo (adaptado de VIDAL et al, 2015).

É utilizado pólvora negra como explosivo, já que apresenta características compatíveis com o método, como baixa velocidade, evitando o trincamento desnecessário do quadrote, e alta liberação de gases, o que facilita na expulsão de detritos rochosos da cunha que sustentam a o quadrote (JIMENO et al, 2015). Após a detonação, a prancha deve se desestabilizar na direção em que a cunha foi feita, e tombar.

O tombamento deve ocorrer sobre uma cama levantada com terra e estéril da própria pedreira, com finalidade de amortecimento para que se diminuam as perdas por faturamento (MARCON, 2014 apud PINHEIRO, 2012).

Uma vez que o quadrote se encontra no chão, ele é dividido em pranchas e estas são novamente divididas em blocos de tamanho comercial (figuras 3 e 4).

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Figura 3 – Prancha sendo esquadrejada em blocos (Fonte: Maior, 2013).

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Figura 4 – Evolução do desmonte até etapa do bloco comercial. a) Uso da boca de lobo para derrubada do quadrote; b) Quadrote tombado; c) Corte secundário transformando quadrote em pranchas; d) esquadrejamento das pranchas em blocos.

2.2 Viabilidade técnica

Até hoje o método de bancada ultra altas para granitos carece de um acervo teórico específico, estudos estruturais próprios e equipamentos específicos. O avanço dos estudos na área vem com a finalidade de sustentar a prática do método e ainda aperfeiçoar.

O método tem sido aplicado em pedreiras com encostas de grandes dimensões verticais, o que impossibilitava o método convencional, uma vez que a altura das bancadas superavam os das bancadas convencionais, o que possibilitava as bancadas a continuar crescendo e prosseguindo na pedreira (vide figura 4).

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Figura 4 – Perfil esquemático apresentando o avanço progressivo das bancadas.

O método tem obtido boa repercussão em casos onde as tensões naturais dos

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