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PAVIMENTOS FLEXÍVEIS: ANÁLISE DAS ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS E DESEMPENHO DO REVESTIMENTO ASFÁTICO PRÉ-MISTURADO A FRIO EM RELAÇÃO AO CONCRETO ASFÁLTICO USINADO À QUENTE

Por:   •  21/9/2018  •  6.088 Palavras (25 Páginas)  •  392 Visualizações

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REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

HISTÓRIA DA PAVIMENTAÇÃO

Percorrer a história da pavimentação nos remete à própria história da humanidade, passando pelo povoamento dos continentes, conquistas territoriais, intercâmbio comercial, cultural e religioso, urbanização e desenvolvimento. Como os pavimentos, a história também é construída em camadas e, freqüentemente, as estradas formam um caminho para examinar o passado, daí serem uma das primeiras buscas dos arqueólogos nas explorações de civilizações antigas (Bernucci et al., 2006).

O homem, a fim de obter melhor acesso às áreas cultiváveis e às fontes de madeira, rochas e água, além do desejo de expandir sua área ou território de influência, criou o que chamamos de estradas, cuja lembrança mais remota provém da China – país que as inventou. Bem mais tarde os romanos aperfeiçoaram as estradas, instalando pavimentos e drenagem, com o intuito de torná-las duradouras. Segundo autores alemães, durante a fase áurea de Roma, mais de 80 mil km de estradas foram construídos, permitindo aos dominadores o transporte de legiões militares e o acesso a bens disponíveis nos longínquos territórios dominados (Balbo, 2007).

No Brasil, uma das primeiras estradas reportadas tem início em 1560, à época do terceiro governador-geral do Brasil, Mem de Sá. Trata-se do caminho aberto para ligar São Vicente ao Planalto Piratininga. Em 1661, o governo da Capitania de São Vicente recuperou esse caminho, construindo o que foi denominada Estrada do Mar (ou Caminho do Mar), permitindo assim o tráfego de veículos. Hoje a estrada também é conhecida como Estrada Velha do Mar (Bernucci et al., 2006).

Em 1950 foi concebido um grande plano de pavimentação nos Estados Unidos, para a ligação entre os Estados americanos de cidades de médio e grande porte, denominado Interstate System, que culminou no planejamento dos experimentos realizados pela AASHO (atual AASHTO, American Assiciation of State Highway and Transportation Officials) (Balbo, 2007).

Em 1985, o Brasil contava com aproximadamente 110.000km de rodovias pavimentadas, saltando em 1993 para aproximadamente 133.000km. Números de 2005 apontam 1.400.000km de rodovias não-pavimentadas (federais, estaduais e municipais) e 196.000km de rodovias pavimentadas, sendo 58.000km federais, 115.000km estaduais e 23.000km municipais. Esse percentual (de cerca de 10% de vias pavimentadas) contrasta com um percentual nos Estados Unidos e na Europa de mais de 50% e de uma média na América do Sul superior a 20% (Bernucci et al., 2006).

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Tabela 1: Evolução da rede rodoviária Estadual e Federal em quilômetros.

Fonte: Bernucci et al, 2006.

PAVIMENTOS RODOVIÁRIOS

Os pavimentos rodoviários são constituídos por um conjunto de camadas horizontais, colocadas sobre uma fundação, que tem como função principal suportar as ações induzidas pelos veículos, redistribuindo as tensões transmitidas à fundação, proporcionando uma superfície segura e confortável para a circulação dos veículos. Esta definição engloba uma grande variedade de estruturas de pavimentos para os quais, em muitos casos, o betume é um componente essencial, que lhe confere importantes características, daí a designação de “pavimentos betuminosos” adotada para a maioria dos tipos de pavimentos empregues na pavimentação rodoviária (Jiménez, 2006).

O pavimento é uma estrutura não perene, composta por camadas sobrepostas de diferentes materiais compactados a partir do subleito do corpo estradal, adequada para atender estrutural e operacionalmente ao tráfego de maneira durável e ao mínimo custo possível, considerados diferente horizontes para serviços de manutenção preventiva, corretiva e de reabilitação, obrigatórios (Balbo, 2007).

O pavimento de uma estrada ou de um arruamento é constituído por um conjunto de camadas colocadas horizontalmente sobre o terreno, tendo como principal função, proporcionar uma superfície cômoda e segura para a circulação dos veículos, ao longo de sua vida útil, e distribuir as ações induzidas pelo tráfego, por forma a que estas possam ser suportadas pela fundação (Jiménez, 2006).

O pavimento rodoviário classifica-se tradicionalmente em dois tipos básicos: rígidos e flexíveis. Mais recentemente há uma tendência de usar-se a nomenclatura pavimentos de concreto de cimento Portland (ou simplesmente concreto-cimento) e pavimentos asfálticos, respectivamente, para indicar o tipo de revestimento do pavimento (Bernucci et al., 2006).

O pavimento rígido é aquele em que o revestimento tem uma elevada rigidez em relação às camadas inferiores e, portanto, absorve praticamente todas as tensões provenientes do carregamento aplicado. Já o pavimento flexível é aquele em que todas as camadas sofrem deformação elástica significativa sob o carregamento aplicado e, portanto, a carga se distribui em parcelas aproximadamente equivalentes entre as camadas (Manual de pavimentação do DNIT, 2006).

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Figura 1: Estrutura dos pavimentos rígidos e flexíveis.

Fonte: Bernucci et al., (2006).

Enquanto uma dada carga atuante sobre um pavimento flexível impõe nessa estrutura um campo de tensões muito concentrado, nas proximidades do ponto de aplicação dessa carga, em um pavimento rígido, verifica-se um campo de tensões mais disperso, com os efeitos da carga distribuídos de maneira semelhante em toda dimensão da placa, o que proporciona menores magnitudes de esforços verticais (pressões) sobre o subleito (Balbo, 2007).

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Figura 2: Distribuição das cargas nos pavimentos rígidos e flexíveis. Fonte: www.dtt.ufpr.br/Pavimentacao/Notas/TextoComplementar.

CLASSIFICAÇÃO DOS REVESTIMENTOS – MISTURAS USINADAS

O asfalto é chamado de material betuminoso porque contém betume, um material hidrocarboneto solúvel em dissulfeto de carbono. O alcatrão obtido a partir da destilação destrutiva do carvão macio também contém betume. Tanto asfalto de petróleo como alcatrão de carvão são referidos como materiais betuminosos. No entanto, devido às suas propriedades diferem muito, asfalto de petróleo não deve ser confundido com alcatrão de carvão.

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