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Asfixia em geral Asfixias Mecânicas específicas

Por:   •  21/12/2017  •  1.830 Palavras (8 Páginas)  •  435 Visualizações

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Causa: suicídio, acidente, homicídio, e, mesmo, execução judicial.

Execução: considerar a natureza e disposição do laço, o ponto de inserção superior, o ponto de suspensão do corpo

Natureza do laço: moles (lençóis, gravatas), rígidos (cordas, fios de arame) e semi-rígidos (cintos de couro).

Nó pode ser ausente (alça) ou presente, do tipo corredio ou fixo, e de posicionamento posterior ou lateral habitualmente.

Ponto de apoio superior: o local em que se prende o laço, servindo caibros de telhado, ramos de árvore, armadores de rede, etc.

Suspensão típica do enforcamento é a completa, em que o corpo fica totalmente sem tocar algum ponto de apoio. Na suspensão incompleta o corpo se apoia nos pés, joelhos ou outra parte do corpo.

Evolução:

A evolução da morte por enforcamento pode se dar de forma rápida ou tardia, na dependência das lesões causadas localmente ou à distância. Existem fenômenos do enforcamento, e fenômenos de sobrevivência.

Fenômenos do enforcamento englobam:

Período Inicial: tem início com a constrição do pescoço causada pelo peso do próprio corpo, que determina interrupção da circulação cerebral, com os sintomas de calor, zumbidos, escotomas visuais e perda da consciência. Corresponde à “fase cerebral”.

Segundo Período: ocorre a excitação e as convulsões decorrentes da hipoxemia (redução do oxigênio transportdo pelo sangue) e hipercapnia (acúmulo de gás carbônico no sangue). Ocorre ainda a compressão do nervo vago. Corresponde à “fase de excitação córtico-medular”.

Terceiro Período: evolui de um estado de morte aparente, até o de morte real, com a parada respiratória e circulatória. Corresponde às “fases respiratória e cardíaca”.

Fenômenos de sobrevivência

Aparecem quando a vítima é retirada ainda com vida, podendo se manter inconscientes com morte logo a seguir em decorrência do sofrimento cerebral, ou recobram a consciência, morrendo algum tempo depois. Dentre ele destacam-se:

Fenômenos locais: o sulco cervical, edemaciado e de cor violácea, com escoriação ou lesão profunda da pele. Dor, afasia, disfagia e congestão pulmonar.

Fenômenos gerais: decorrem da asfixia e da insuficiência circulatória. Incluem o coma, amnésia, perturbações da consciência (confusão mental até depressão), disfunção dos esfíncteres.

O tempo necessário para que ocorra a morte por enforcamento depende de várias situações circunstanciais e aspectos pessoais, variando entre 5 a 10 minutos.

Lesões anatomopatológicas

Incluem o aspecto do cadáver, os sinais externos e os sinais internos (que podem ser locais e à distância)

Observação: como a lesão principal da asfixia mecânica por enforcamento decorre da compressão do pescoço, consideram-se sinais locais aqueles encontrados nessa localização, sejam externamente visíveis ou internamente verificados por exame cadavérico. Os sinais que não sejam verificados no pescoço são considerados à distância (face, tórax, abdome, membros), os quais também podem ser visíveis externamente ou internamente (durante exame cadavérico)

Aspecto do cadáver: a face pende para o lado contrário ao do nó, fletida para a frente com o queixo tocando o tórax. A face pode ter tom brancacento ou arroxeado na dependência da intensidade da compressão vascular. Pode haver líquido ou espuma sanguinolenta em boca e narinas. A língua torna-se cianótica, projetada para além dos dentes. Os olhos são protusos (saltado para fora) e a orelha arroxeada, podendo haver sangramento pelo conduto auditivo. Quando o enforcamento é completo, os membros inferiores estão suspensos, os superiores ficam colados ao corpo, com punhos cerrados. Tais posições de membros variam muito no caso de enforcamento incompleto. A rigidez cadavérica é mais tardia. As manchas de hipóstase se localizam nas extremidades e parte inferior do corpo, com as equimoses post-mortem, que se acompanham das púrpuras hipostáticas. O cadáver tende a uma putrefação úmida na parte inferior, e uma putrefação seca na parte superior.

Sinais Externos: o sulco do pescoço é o mais importante, presente em quase todos os casos, excetuando-se os casos de suspensão de curta duração, quando se utiliza laços excessivamente moles ou quando se interpõe corpo mole entre o laço e o pescoço. Geralmente é único, mas nos casos de várias voltas pode ser múltiplo. O sulco típico situa-se na posição superior do pescoço, acima do ponto em que se fixou o laço, e desliza em sentido superior obliquamente de baixo para cima e de diante para trás. Pode ainda ser contínuo ou interrompido às proximidades do nó. Quando o laço é mole o leito do sulco é amolecida e branca, quando duro, toma aspecto duro e apergaminhado, com tonalidade pardo-escura (linha argêntica). O sulco é mais profundo quanto mais delgado for o laço, e sua largura depende da largura do mesmo. O sulco pode desaparecer proporcionalmente à consistência do laço – quanto mais mole, menos permanente.

Sinais Internos Locais:

Lesão da parte profunda da pele e do tecido subcutâneo do pescoço: há sufusões hemorrágicas profundas, roturas e infiltrado sanguíneo no tecido muscular (Sinal de Martin) além de equimoses retrofaríngeas. Tais lesões são mais intensas no lado contrário ao nó.

Lesões dos vasos: mais comumente nas artérias, é o chamado Sinal de Amusat, constituído por secção transversal da túnica íntima da artéria carótida na região de sua bifurcação, e podem ser única ou múltipla, mais comum no lado contrário ao nó. Quando ocorre desgarramento da túnica temos o sinal de Étienne-Martin, e quando aparece a sufusão hemorrágica da túnica externa, Sinal de Friedberg.

Lesões laríngeas: fraturas do osso hióide, e das cartilagens tireóide e cricóide.

Lesões de coluna vertebral: aparece nos casos de enforcamentos bruscos, em que acontecem fraturas ou luxações de vértebras cervicais.

Sinais Internos à Distância:

São similares aos encontrados nas asfixias em geral, já vistos na introdução

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