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Avaliação dos riscos à saúde e segurança no trabalho em uma funilaria na Cidade de Caçapava do Sul – RS

Por:   •  5/2/2018  •  3.186 Palavras (13 Páginas)  •  424 Visualizações

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A exposição a níveis de ruído acima de 85 dBA, Limite Máximo Permitido (LMP) estabelecido pela Norma Regulamentadora nº 15 (NR 15) pode acarretar sérios danos a saúde do trabalhador, como a perda auditiva parcial ou total, além de comprometer a integridade física, mental e social do indivíduo. É necessário o uso de Equipamento de Proteção Individual (EPI) adequado para atenuar as consequências da exposição a altos níveis de ruído que são produzidos em uma funilaria. No entanto, para escolha do EPI correto a ser utilizado é necessário fazer medições para quantificação dos níveis encontrados e comparar com os limites de tolerância estabelecidos pelas normas regulamentadoras.

É importante a análise dos riscos ergonômicos e de acidente de trabalho para entender a forma como os colaboradores interagem com os meios tecnológicos e tornar o ambiente de trabalho mais confortável, seguro e produtivo (CARVALHO et al., 2013). De acordo com Schultz (2013) é importante entender que os riscos ergonômicos não se restringem apenas ao sistema homem-máquina, mas todo sistema organizacional.

Nesse contexto, este trabalho tem como objetivo quantificar e verificar se as exposições a que os trabalhadores são submetidos na funilaria, objeto desse estudo, se estão coerentes às normas regulamentadoras e adequadas a saúde e segurança dos funcionários.

- Materiais e métodos

Para caracterização da empresa foi aplicado um questionário aos trabalhadores da empresa em forma de entrevista. Essa parte do estudo objetivou destacar as necessidades e particularidades da empresa. As proposições abordadas foram referentes aos processos de produção, principais máquinas, histórico de acidentes e posição frente aos Equipamentos de Proteção Individual – EPI.

A observação dos riscos ergonômicos e de acidentes foi realizada através do levantamento fotográfico in situ.

As determinações dos níveis de ruídos aos quais os trabalhadores estão expostos na empresa foram realizadas seguindo a Norma Regulamentadora de Saúde e Segurança do Trabalho de número 15 (NR15), a qual cita que o procedimento de medição deve ser realizado próximo ao ouvido do operador da máquina. Ainda, de acordo com complementação de Coutinho (2010) a caracterização da temperatura no ambiente de trabalho relata as condições a que o trabalhador é exposto, referente à radiação de calor emitida pela superfície dos equipamentos e de segundo a NR 15, anexo n.º 3, deve ser efetuada a medição no local onde o colaborador é exposto, à altura da região do corpo mais atingida. Os valores das medições foram arredondados para o primeiro valor acima do obtido para melhor visualização dos resultados nos gráficos e como margem de segurança.

O equipamento utilizado para a determinação dos níveis de ruído foi um decibidímetro da marca DIGITAL SOUND LEVEL METER e modelo LOGGER. Este aparelho apresenta faixa de medição de 30dBA a 130dBA com retroiluminação automática. As medições foram feitas com as máquinas ligadas individualmente e o aparelho colocado próximo ao ouvido do operador da máquina. Foi realizado aferições em triplicata e aplicado aos setores que possuem máquinas.

Para aferição da temperatura fez-se o uso do aparelho: CLOCK/HUMIDITY modelo HTC-1. Este modelo exibe a temperatura atual além da umidade relativa do ar. O aparelho também fornece o dia e a data atual, junto com leituras de temperatura máxima e mínima.

As leituras de temperatura foram realizadas no intervalo de duas em duas horas, ao longo de um dia. As outras medições, apenas em um dado momento do dia. Todas as leituras foram realizadas respeitando um período de 20 minutos em cada local da empresa, para então fazer nova leitura no mesmo ambiente.

- Resultados e discussões

Os trabalhadores mais antigos na funilaria apresentam algum grau de perda auditiva (28,6%) e reconhecem como causa, a exposição a altos níveis de ruído sem uso de protetores auriculares. Apesar do uso de EPI’s ter sido considerado por todos como fundamental para proteção em virtude das atividades desenvolvidas e afirmam recebê-los da empresa, poucos realmente fazem uso periodicamente, em torno de 28,6%.

Referente aos acidentes de trabalho, 43% dos motivos são referentes à falta de atenção, enquanto 29% afirmam ser pela falta de uso do EPI, e 28% pelo excesso de materiais depositados obstruindo o local de trabalho (Figura 1). A máquina que realiza o corte das barras de ferro e o esmirilho são as máquinas que mais causam acidentes. O esmirilho apesar de não demostrar aparentemente alto grau de risco de acidente, não possui nenhuma proteção e qualquer falta de atenção acaba atingindo os dedos e mão e gerando algum dano. Segundo Mattos et. al (2011), com o levantamento das informações sobre análise preliminar dos riscos inerentes às atividades, pode-se então fazer sugestões de melhoria. Atienza (2012) complementa que o gerenciamento de riscos serve de base para o controle dos riscos e que é necessário adotar medidas de prevenção coletiva. Nesse caso, sugeriu-se mais atenção na operação das máquinas, além da implantação de uma capa de proteção, posicionada na parte superior do esmirilho que não causa interferência na realização da atividade, evitando contato direto das mãos, em caso de erros de operação e acidentes.

Figura 1 – Principais causas de acidentes na funilaria.

[pic 2]

A empresa possui máquinas e equipamentos ultrapassados, o que segundo Mendes, (2001), Corrêa (2011) e Rodrigues et al. (2012) pode acarretar em acidentes no ambiente de trabalho. Seria necessário uma renovação tecnológica na empresa em busca de máquinas mais modernas e que apresentem maior segurança (RODRIGUES, et. al 2010).Os principais riscos ergonômicos e de acidentes encontrados na empresa são referentes a má infraestrutura do local, má postura no levantamento de peso e excesso de materiais obstruindo os espaços de trabalho frente ao maquinário e corredores (Figura 2).

[pic 3]

Figura 2 - Riscos ergonômicos e de acidentes encontrados na empresa.

Na Figura 2 (a) nota-se o excesso de materiais acumulados em torno da máquina de cortar chapas, esta situação apresenta alto risco de acidentes. O excesso de materiais espalhados no chão pode fazer o operador da máquina perder o equilíbrio e sofrer o acidente, que pode ser um entorce, queda ou corte em virtude

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