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O Recalque diferencial em edificações com paredes de divisa

Por:   •  6/12/2018  •  2.620 Palavras (11 Páginas)  •  448 Visualizações

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[pic 1]

Em todos os casos, deve ser respeitado o número mínimo de:

- Duas sondagens para área de projeção em planta de até 200 m²;

- Três sondagens para área de projeção em planta entre 200 m² e 400 m²;

A distância entre os furos pode variar conforme o tipo de obra.

- Fundações

Fundações são os elementos responsáveis pela transmissão da carga da estrutura para o solo. Em nossa cidade de Joinville localizada no estado de Santa Catarina, as duas técnicas mais utilizadas são as de fundações superficiais com sapatas isoladas e/ou de divisas e ainda as fundações profundas, utilizando-se na sua grande maioria dos casos de estacas de concreto pré-moldado e/ou hélice continua.

Sapata isolada é utilizada quando as cargas transmitidas pela estrutura são pontuais ou concentradas, como as cargas de pilares. As dimensões da sapata isolada são determinadas pelas cargas aplicadas e pela resistência do solo, de forma que as tensões no solo sejam no máximo iguais à sua tensão admissível (taxa do solo) (REBELLO, 2008).

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Figura 1: Sapata isolada

Fonte: Adaptado (BOTELHO e CARVALHO, 2007)

Sapata de divisa é quando o pilar se encontra na divisa da construção, seja com terreno vizinho ou com área pública, não se pode avançar com a fundação além da divisa. Nesse caso, o centro de gravidade da sapata não irá coincidir mais com a carga aplicada pelo pilar, pois a sapata teve que ser deslocada para não invadir o terreno vizinho, ocasionando em uma excentricidade da carga. A viga alavanca é uma viga que liga o pilar da divisa a um pilar próximo. A carga excêntrica do pilar é transmitida através da viga alavanca até o centro de gravidade da sapata, equilibrando o sistema.

Esta sapata é comumente executada em obras geminadas, residências térreas e sobrados.

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Figura 2: Sapata de divisa

Fonte: Adaptado (REBELLO, 2008)

O emprego das fundações profundas dar-se a quando não for possível obter a tensão admissível ao projeto em pequenas profundidades, é adotada então a fundação profunda, que pode ser classificada em fundações moldadas in loco, estas em nossa região são comumente utilizadas à hélice continua e as pré-moldadas. As primeiras são executadas furando o solo e depois preenchendo o furo com concreto, podendo ser armadas ou não.

Conforme Velloso e Lopes (1998), as estacas são elementos de fundação profunda executadas com o auxílio de ferramentas ou equipamentos, por cravação a percussão, prensagem, vibração ou pode ser executada por escavação.

Afirma Alonso (1983), que a estaca possui a finalidade de transmitir cargas ao solo, seja pela resistência sob sua extremidade inferior (resistência de ponta), seja pela resistência ao longo do fuste (atrito lateral) ou pela combinação dos dois.

Quanto as Hélices Continuas, segundo Rebello (2008), o uso desse tipo de estaca no Brasil é razoavelmente recente, sendo utilizada pela primeira vez em 1987. Nos Estados Unidos e na Europa são utilizadas desde a década de 1970.

Conforme Velloso e Lopes (1998), a estaca hélice contínua é executada mediante a introdução de um trado helicoidal contínuo e de injeção de concreto pela própria haste central do trado, simultaneamente a sua retirada. Em seguida, após a concretagem da estaca, é colocada a armação. A vantagem da estaca hélice contínua é o baixo nível de vibração e elevada produtividade, constituindo uma grande aceitação.

Ainda segundo Rebello (2008), a execução é monitorada eletronicamente, podendo ser obtido informações a respeito da inclinação, da profundidade, do torque e velocidade de rotação da hélice, da pressão de bombeamento, consumo e perdas de concreto.

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Figura 3: Execução de estaca hélice contínua

Fonte: (VELLOSO e LOPES, 2010)

Quanto às estacas pré-moldadas, são estacas cravadas ao terreno. Por essa razão, são armadas em toda sua extensão, a fim de resistir aos choques do pilão ou martelo de cravação. Variam de diâmetro e comprimento dependendo do fabricante e sempre devem informar a tensão admissível estrutural da estaca, ou seja, a carga que a estaca suporta sem apresentar defeitos.

As estacas pré-moldadas podem ser de concreto armado ou protendido, vibrado ou centrifugado, e concretadas em fôrmas horizontais ou verticais. Devem ser executadas com concreto adequado e submetidas à cura necessária para que tenha a resistência compatível com os esforços decorrentes do transporte, manuseio e da instalação, bem como resistência a eventuais solos agressivos, atendendo a norma NBR 6118/2007. Em cada estaca deve constar a identificação da data de sua moldagem.

[pic 5]Figura 4: Bate estaca de gravidade para estacas pré-moldadas

Fonte: O autor

- Distribuição De Tensões

Segundo Pinto (2006), ao se aplicar uma carga na superfície de um terreno, em uma área bem definida, os acréscimos de tensão a certa profundidade não se limitam à projeção da área carregada. Nas laterais da área carregada também ocorrem aumentos de tensão, formando os bulbos de pressão como são chamados, conforme podemos visualizar na figura 5 abaixo.

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Figura 5: Bulbo de pressões

Fonte: Adaptado (PINTO, 2006)

Segundo Pinto (2006), quando se unem os pontos no interior do subsolo em que os acréscimos de tensão são de mesmo valor, têm-se linhas chamadas de bulbos de tensões Se o bulbo atingir camadas de solo mais compressíveis, a fundação estará sujeita a recalques significativos. Caso o bulbo de tensões de uma fundação se encontre com outro bulbo de uma fundação próxima, ocorre o acréscimo das tensões dos dois bulbos no local interagido, o que contribui para ocorrência de recalques caso não tenha sido previsto o acréscimo de tensões e o solo não suporte a carga

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