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Sinntese Entre Paredes e Redes: o lugar da mulher nas famílias pobres

Por:   •  26/2/2018  •  1.147 Palavras (5 Páginas)  •  342 Visualizações

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Um apontamento que há de se considerar que as famílias cuja mulher é a única responsável pelos filhos tem necessidades distintas daquelas chefiadas por casais.

Famílias monoparentais esta relacionada mais às mulheres do que aos homens, há uma tendência para aumento da pobreza entre as mulheres, associada ao aumento das taxas de domicílios por elas chefiadas, o que ocorre é que independente do gênero assumir sozinho a responsabilidade pela família significa não poder compartilhar responsabilidade e ônus, o que por vez é um indicador de maior vulnerabilidade. O locar de moradia é outro indicar importante para se pensar a autonomia das mulheres, ao habitarem lugares com difícil acesso e recursos materiais, veem suas condições de pobreza ser produzidas e reproduzidas, num circulo perverso que conforma a falta de melhores oportunidades, confinando num lugar muito distante dos padrões minimamente aceitáveis.

Marcador mais importante da identidade feminina é, sem duvida, a maternidade, a condição de mulher, sempre associada ao papel de mãe, responsável pelo cuidado com os filhos parece uma imposição da ordem da natureza, limitam as oportunidades de construção d outros marcadores identitários necessários a ordem civilizatória, longe dos benefícios e vantagens que seu lugar social não pode proporcionar, essas mulheres acabam tecendo redes sociais e alternativas peculiares a partir do vivido.

Riscos da existência social quando faltar trabalho ou quando não puder mais trabalhar?! No caso brasileiro, o emprego não alcançou o “status” de valorização humana pelo trabalho, o trabalho no Brasil estabeleceu sob o signo da informalidade, da precarização e da desproteção, de modo que o acesso à condição de empregabilidade desenhou-se como privilégio e não como condição. Brasileiros tornando verdadeiros equilibrista, driblando a toda ordem de insegurança social.

É a partir de referencias próximas ao nosso cotidiano que as redes de solidariedade são tecidas no cruzamento indissociável das esferas públicas e privadas.

“Se tomarmos como referencias as formas de solidariedade estabelecidas entre mulheres pobres, verificamos que estas sempre contaram com o apoio de outras mulheres pobres como elas nos cuidados com seus filhos sejam para o desempenho das tarefas domésticas ou fora desse ambiente, independentemente de haver ou não creches. Pag.586”

O fato é que a forma de proteção secundária nem sempre está disponível, e pode acabar por vezes se materializando em dinâmicas famílias alternativas como a prática de “circulação de crianças”

Isso permite às mães, sobretudo, os chefes de família, obter ganhos provenientes do trabalho para alem do espaço doméstico, naturalização da relação mulher-cuidado é um dos indicadores que fazem com que elas sejam responsáveis pelas redes de parentesco e de vizinhança.

O que poderia de fato gerar impacto na perspectiva de gênero e no enfrentamento das condições de pobreza, sobretudo nas famílias cuja responsabilidade econômica não é compartilhada, o acesso a equipamentos sociais de qualidade, como creches, escola em tempo integral, serviço de saúde, entre outros que poderiam aliviar a carga de trabalhos domésticos e gerar melhores oportunidades de vida, emprego e rendimentos.

O caráter multidimensional da pobreza e a pluralidade dos modos de ser e viver das famílias afetam diretamente a mulher, enquanto figura central da esfera doméstica.

REFERÊNCIAS

AZEREDO, Verônica Gonçalves. Entre Paredes E Redes: O Lugar Da Mulher Nas Famílias Pobres. Ser. Soc. Soc., São Paulo, n 103, p. 576-590, jul./set. 2010.

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