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Resíduos da construção civil

Por:   •  3/4/2018  •  1.796 Palavras (8 Páginas)  •  269 Visualizações

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- Capacitação ineficiente tanto na indústria quanto nos governos;

- Ausência de autoridade das agências ambientais;

- Incerteza econômica e de financiamento;

- Baixo investimento urbano e baixa capacidade de pagar por serviços;

- Inércia e dependência tecnológica.

Diante desses desafios, medidas devem ser tomadas para intervir em todos esses problemas, para possibilitar, cada vez mais, a execução de ações sustentáveis. O documento Agenda 21 for the Brazilian construction industry – a proposal – (JOHN et al., 2000) cita algumas medidas fundamentais para a sustentabilidade da construção civil no país, como por exemplo, a redução do desperdício de materiais de construção; o aumento da reciclagem dos resíduos de construção; e a melhoria da qualidade do processo de construção. De acordo com a Câmara Brasileira da Indústria e Construção (CBIC) (2013) um empreendimento sustentável gera muitos benefícios ambientais que se traduzem em ganhos econômicos, dessa forma, os investimentos financeiros, em medidas sustentáveis, serão retornados a sociedade, por meio da redução de custos de construção, uso e operação, e manutenção das edificações.

Um ótimo exemplo de propostas de sustentabilidade na construção civil foi a logística reversa (ao processo industrial linear), proposta por Baptista Jr. e Romanel (2013) na cidade do Rio de Janeiro, para o processamento dos resíduos da construção civil, de forma a criar uma infraestrutura adequada para segregação de materiais originados de pequenos geradores de resíduos de construção espalhados pela cidade. Dessa forma, pontos estrategicamente localizados nos bairros da cidade seriam disponibilizados para receber os resíduos separados nas obras, e os resíduos gerados, seriam segredados por suas classes A, B, C e D, e assim seriam novamente incorporados à cadeia produtiva (reciclados), ou recolhidos dos resíduos de construção ou demolição por etapas e separação, de acordo com suas classes. Assim, além da sustentabilidade gerada pela reciclagem e descarte correto dos resíduos de construção, essa logística geraria uma economia no transporte desses resíduos para um centro de tratamento, já que os pontos de armazenamento dos resíduos garantiriam quantidades economicamente viáveis de transporte.

A classificação dos resíduos sólidos de acordo com a NBR 10004 da ABNT foi resumida por Garé (2011) na tabela 1.

Tabela 1: Classificação dos resíduos sólidos – NBR 10004 da ABNT

CLASSE

DESCRIÇÃO

A

São os resíduos reutilizáveis ou recicláveis com agregados, tais como:

a. De construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação e de outras obras de infraestrutura, inclusive solos provenientes de terraplenagem;

b. De construção, demolição, reformas e reparos de edificações: componentes

cerâmicos (tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento etc.), argamassa e

concreto;

c. De processo de fabricação e/ou demolição de peças pré-moldadas em concreto (blocos, tubos, meio fio, etc.) produzidas nos canteiros de obras.

B

São os resíduos recicláveis para outras destinações, tais como: plástico, papel/papelão, metais, vidros e outros.

C

São os resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias ou aplicações economicamente viáveis, que permitam a sua reciclagem/recuperação, tais como os produtos oriundos do gesso.

D

São os resíduos perigosos oriundos do processo de construção, tais como: tintas, solventes, óleos e outros, ou aqueles contaminados oriundos de demolições, reformas e reparos de clínicas radiológicas, instalações industriais e outros.

Fonte: GARÉ, 2011.

Outro ótimo exemplo de sustentabilidade na construção civil foi apresentado por Godói (2012), que propôs o uso de materiais de menor impacto ambiental durante o processo de construção civil, como por exemplo:

- Uso de materiais provenientes de demolição, com conteúdo reciclável em sua composição ou oriundos de matéria-prima rapidamente renovável, pois reduzem a necessidade de extração de recursos naturais para a sua fabricação, promovendo a preservação da biodiversidade. E, além disso, incentiva a reutilização dos resíduos gerados e evita a poluição e a criação de novas áreas para a destinação de resíduos de construção e demolição.

- A preferência por materiais da região, o que privilegia e valoriza os recursos, a cultura, a economia e a comunidade locais. E resulta em uma redução da demanda por transporte e, consequentemente, a emissão de CO2 na atmosfera.

- A escolha de produtos, como por exemplo, tintas, com baixa toxidade reduzindo a quantidade de substâncias voláteis nocivas à saúde de trabalhadores e usuários e promovendo melhor qualidade do ar.

Para garantir que medidas sustentáveis sejam implementadas é necessário a adesão de diferentes setores da sociedade: O poder público (garantindo a infraestrutura em espaços públicos, espalhando postos de coleta pela cidade, bem como licenciando obras que quantifiquem obrigatoriamente a produção de resíduo, com descrição e estimativa de seu volume gerado); Geradores de resíduos da construção civil (conscientizados de sua importância social e ambiental do descarte correto dos resíduos provenientes da construção civil); Empresas de coleta destinadas apenas ao transporte de resíduos segregados aos centros de tratamento de resíduos de construção civil; e a mobilização da sociedade em geral (BAPTISTA JR. e ROMANEL, 2013).

Em conclusão, é visível o impacto ambiental do setor de construção civil, que gera uma quantidade altíssima de resíduos sólidos, que na maioria das vezes são descartados de forma indevida. Dessa forma, é extremante importante a conscientização não só dos profissionais do setor, como também de diferentes setores da sociedade, assim, será possível desenvolver e executar um maior número de medidas de construção

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