A INFLUÊNCIA DE PEQUENAS AÇÕES SUSTENTÁVEIS NA VALORIZAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS

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MATERIAIS RENOVÁVEIS 10

2.2 INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS E SUSTENTABILIDADE 10

2.2.1 Sistemas Construtivos 11

2.2.2 Desempenho Energético 20

2.2.3 Desempenho Hídrico 25

3 ESTUDO DE CASO 29

3.1 CUSTO EMPRESARIAL DE AÇÕES SUSTENTÁVEIS EM EDIFICAÇÕES 29

4 CONCLUSÃO 39

REFERÊNCIAS 41

1 INTRODUÇÃO

Sustentabilidade é um assunto que vem sendo abordado há algumas décadas e em 1987 foi publicado no relatório Brundtland, elaborado pela comissão mundial sobre meio ambiente e desenvolvimento, o qual pela primeira vez definiu desenvolvimento sustentável como: “[…] desenvolvimento é aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer o atendimento às necessidades das gerações futuras.”. Após isso, muito vem sendo falado e discutido sobre sustentabilidade e em como adequá-la a vários segmentos e indústrias.

Na indústria da construção civil não poderia ser diferente, afinal é um setor que gera muitos resíduos e consome muita matéria-prima de fonte esgotável. De acordo com dados do Worldwatch Institute (2008), o setor consome 40% do consumo mundial de energia e 16% da água utilizada no mundo. Além disso, há o problema relacionado à geração de resíduos. Conforme Pinto (1999, [não paginado]), “[...] chegando ao final da década de 1990 a produção média de entulho dos centros urbanos brasileiros era de uma estimativa de 0,5 toneladas por habitante por ano, correspondendo a 50% da massa dos resíduos sólidos urbanos.”. Hoje o setor já é responsável por cerca de 60% dos resíduos sólidos lançados nos centros urbanos brasileiros (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS EMPRESAS DE LIMPEZA PÚBLICA E RESÍDUOS ESPECIAIS, 2006).

Dessa forma, empresas, governos e indústrias foram em busca de novos materiais, sistemas construtivos, gestão de resíduos, reciclagem, enfim, opções para trazer sustentabilidade para o setor da construção civil, atribuiu-se então o termo construção sustentável para empreendimentos que utilizam propostas de âmbito ambiental, social, cultural e econômico em seus projetos.

A construção sustentável começa pelo seu projeto, o qual deve priorizar a sustentabilidade em todos os seus aspectos que sejam consumo eficiente de água e energia, controle das emissões atmosféricas, qualidade interna do ambiente, materiais e recursos que serão empregados. Algumas opções para implementação da construção sustentável são: optar por materiais que possam ser reciclados e/ou reaproveitados e que não sejam tóxicos, utilização de materiais reciclados, sistema de aquecimento solar, captação de água da chuva, tratamento e reuso de águas cinza e marrom, sistema estrutural que evite o desperdício e que traga conforto térmico e acústico, dentre várias outras soluções que o mercado já oferece.

Uma casa sustentável, portanto, pode ser definida como uma residência que traga algumas das soluções sustentáveis mencionadas acima no seu projeto e sistema construtivo, beneficiando o meio ambiente e o usuário. O meio ambiente é preservado, pois o consumo de matéria-prima diminui, assim como o consumo energético e a geração de resíduos. O usuário usufrui de uma casa saudável, clara, termicamente confortável e que apresente economia de recursos. Conforme cita Ambiente Brasil (2008), a economia com o uso do aquecimento solar é em torno de 30% e referente ao uso de água a economia é de 35%, durante o uso e ocupação do imóvel.

O que ainda parece nebuloso no setor são os benefícios que a construtora terá ao optar por construir o empreendimento sustentável. Há uma percepção de mercado de que a empresa que apresenta projetos de casas sustentáveis ganha uma imagem diferenciada, valorização do produto, mais produtividade, novas oportunidades de negócios, redução de custos de investimento e de operação, redução dos riscos e aumento da lucratividade (CÔRTES, 2011).

Martins (2012, [não paginado]) afirma que “[...] uma construção sustentável - que pode ser uma casa, um edifício residencial, um hospital, uma escola, uma loja - certamente terá um valor de venda mais alto do que uma construção convencional, justamente pelo baixo custo operacional.”. Nesse sentido, Souza (2011) afirma que sustentabilidade combina com lucratividade, pois as vantagens sustentáveis agregadas ao empreendimento são argumentos indiscutíveis no momento da venda ou do aluguel, o que gera valorização monetária do imóvel. O problema é que o consumidor nem sempre tem a percepção de que investimento inicial maior em uma construção sustentável irá gerar, a longo prazo, uma economia referente à eficiência energética e hidráulica além de proporcionar conforto em situações criticas como, por exemplo, um eventual racionamento energético.

Não foi identificada nenhuma pesquisa científica que relacione custo de uma casa sustentável com a sua valorização comercial, analisando se as construções sustentáveis são investimentos viáveis e lucrativos para as construtoras e nem para saber o quanto os clientes valorizam este tipo de empreendimento e se ações sustentáveis em uma casa são fatores decisórios no ato de compra do imóvel.

A presente pesquisa envolve a análise financeira para quantificar se na hora da venda, o imóvel é financeiramente valorizado e se as construtoras conseguem cobrar um preço diferenciado por ela apresentar projetos com soluções sustentáveis, os quais longo do tempo, irão gerar economia ao comprador.

1.1 oBJETIVOS

1.1.1 Objetivo geral

Avaliar o benefício/custo empresarial pelo uso de ações sustentáveis em empreendimentos.

1.1.2 Objetivos específicos

Investigar as inovações tecnológicas em relação a sistemas construtivos, desempenho energético e hídrico na área da construção civil e os benefícios para o meio ambiente e confiabilidade proporcionada ao cliente. Analisar mudanças no processo de produção de materiais utilizados em obras, por meio de uso prioritário de matérias-primas de fontes renováveis e posteriormente avaliar a qualidade da obra finalizada. Será feita uma investigação de custos e valor de mercado e para englobar todos os aspectos citados iremos realizar uma pesquisa com os consumidores.

1.2