Orçamento e planejamento de obras
Por: Kleber.Oliveira • 12/2/2018 • 6.182 Palavras (25 Páginas) • 358 Visualizações
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- Orçamento Preliminar
O orçamento preliminar consiste em um orçamento mais detalhado que a estimativa de custos, pressupondo o levantamento de quantidades e requerendo a pesquisa de preços dos principais insumos e serviços, tendo assim um grau de incerteza menor (MATTOS, 1965). Para Tisaka (2011), o orçamento preliminar é uma avaliação de custos da obra obtida através do levantamento da quantidade de serviços, materiais e equipamentos, acompanhada de pesquisa de mercado dos preços médios dos componentes, normalmente feita a partir do anteprojeto da obra, incluindo também o cálculo do Benefícios e Despesas Indiretas (BDI).
- Orçamento Detalhado
De acordo com Mattos (1965), o orçamento detalhado é elaborado com a composição de custos e extensa pesquisa de preços dos insumos, procurando chegar a um valor bem próximo do custo real, com uma reduzida margem de incerteza. Para Tisaka (2011), o orçamento detalhado consiste na avaliação do preço, com o nível de precisão adequado, obtida através do levantamento de quantidades e de materiais, serviços e equipamentos acompanhados da composição analítica dos custos unitários realizada na etapa de projeto e/ou projeto executivo, incluindo o BDI.
- Orçamento Reduzido
O orçamento reduzido consiste no resumo do orçamento detalhado, com valores parciais expressos em etapas ou grupos de serviços a serem realizados, com seus respectivos subtotais e com o valor total do orçamento (TISAKA, 2011).
- Etapas do Orçamento
Um orçamento bem elaborado engloba quatro grandes etapas a serem realizadas, sendo elas o estudo das condicionantes, a composição de custos, os encargos sociais e trabalhistas e o cálculo do BDI (FIG. 02).
Figura 02 – Etapas do Orçamento
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Fonte: Os autores (2015)
- Estudo das Condicionantes
Levando-se em consideração o conceito defendido pelo professor de Orçamento, planejamento e custos de obras da FUPAM (Fundação para Pesquisa Ambiental), professor Ivan Xavier (2008), o estudo das condicionantes engloba o entendimento e conhecimento das condições do entorno da obra, tais como: entendimento das especificações técnicas e leitura e interpretação do edital da obra.
Para Mattos (1965), todo orçamento baseia-se num projeto, é este projeto que norteia o orçamentista. A partir dele serão identificados os serviços constantes da obra com suas respectivas quantidades, o grau de interferência entre eles e a dificuldade relativa da execução das tarefas.
O estudo da condicionante engloba três passos, sendo eles a leitura e interpretação do projeto e especificações técnicas, a leitura e interpretação do edital e, por fim, a visita técnica.
- Leitura e interpretação do projeto e especificações técnicas
Grandes obras possuem geralmente uma gama de plantas e projetos. Projetos arquitetônicos, estrutural, de instalações (elétricas, hidrossanitárias, gás), paisagismo dentre outros definem o produto final a ser construído. É ponto crucial o estudo e o entendimento do projeto para uma maior fidelidade no valor global final da obra (XAVIER, 2008).
As especificações técnicas contêm a descrição qualitativa dos materiais que serão utilizados na obra, os padrões que deverão utilizados no acabamento, peculiaridades dos elementos estruturais, definição do número de ensaios que deverão ser realizados, interferência com tubulações já existentes, grau de aceitação dos materiais, tolerância dimensionais dos elementos estruturais dentre outros (XAVIER, 2008).
- Leitura e interpretação do Edital
O edital é o principal documento utilizado em uma licitação, caso seja uma obra de concorrência. É o documento que rege a licitação, e traz as premissas do projeto. As informações contidas nesses editais, são extremamente importantes para a realização de um orçamento de obra pública, como prazos, penalidade por atraso ou bônus por antecipação, critérios de medições utilizados, formas de pagamento, regime de preço (unitário, global ou administração), dentre outros (XAVIER, 2008).
- Visita técnica
A visita técnica é essencial para tirar dúvidas, levantar dados importantes, tirar fotos, avaliar o estado das vias de acesso e verificar a disponibilidade de materiais, equipamentos e mão de obra na região. O registro dessa visita em formulários, evita que, diferentes profissionais, tenham interpretações diferentes sobre aquilo que viram no local da obra.
- Composição de Custos
Para o professor Xavier (2008), a elaboração de uma boa composição dos custos consiste em considerar quatro fatores, sendo eles a identificação dos serviços, o levantamento de quantitativos, os custos diretos e os custos indiretos. A identificação dos serviços é a soma dos serviços integrantes da obra e sua quantificação. A existência de um serviço na obra e a sua exclusão na obra, faz parte de um orçamento mal feito.[a]
O levantamento de quantitativos são os cálculos baseados nos projetos com a utilização dos índices para composição de custos, que são as descrições, os quantitativos e valores unitários dos itens que compõe as atividades. O erro de conta do projetista ou do orçamentista pode ocasionar enormes custos a mais na obra (XAVIER, 2008).
Os custos diretos referem-se ao preço dos materiais e dos serviços aos quais deverão ser considerados com o acréscimo de frete, pagamento de impostos (quando for o caso), pagamento de hora extra e demais custos como pagamentos e/ou taxas a serem pagas ligadas diretamente ao serviço prestado (XAVIER, 2008).
Os custos indiretos são aqueles custos que existem para realizar tais serviços na obra. Devem ser dimensionadas a equipes de obra (engenheiros, mestre de obras, encarregados), contas a pagar com despesas gerais de obras (material de escritório, limpeza, contas de água e luz), mobilização e desmobilização com canteiro de obras e taxas de alguns serviços (XAVIER, 2008).
- Encargos Sociais e Trabalhistas
De acordo com o livro “Como preparar orçamentos de obras”, de Mattos (1965), durante a orçamentação de um serviço, cabe ao construtor
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