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Controle biologico de Monilinia Fructicola

Por:   •  2/1/2018  •  3.100 Palavras (13 Páginas)  •  236 Visualizações

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Conforme o citado por Negri (2007), o ciclo vegetativo do pessegueiro no Brasil vai de agosto a dezembro, épocas em que coincide o aumento de temperatura e umidade, facilitando assim a entrada e sobrevivências de agentes fitopatogênicos, em especial os fungos.

A podridão parda causada pelo fungo Monilinia fructicola (Wint.) Honey, é a doença de maior expressão nas culturas de pêssego e nectarina, ataca ramos, flores e frutos, podendo causar perdas parciais ou totais da safra mesmo após a colheita (MEDEIROS et al. 2005)

3.2 PODRIDÃO PARDA (Monilinia fructicola)

De acordo com Martins et al. (2005), a podridão parda destaca-se por ser uma das principais doenças a atacar culturas de rosáceas de caroço, causando o apodrecimento dos frutos.

O patógeno infecta flores, frutos e ramos. As flores quando infectadas apresentam coloração parda, que podem ficar revestidas de esporos de fungos, com aspecto de mofo. Ramos podem apresentar cancros, que podem trazer como consequência murcha e morte da parte terminal. Nos frutos, a lesão se apresenta de forma encharcada, superficial e de coloração parda, que aumenta de tamanho de forma acelerada. Em condições de alta umidade, torna-se recoberta de esporos de cor parada acinzentada. Em poucos dias o fruto apodrece completamente (KIMATI,2005).

O patógeno pode se apresentar de duas formas: perfeita (sexual) e imperfeita (assexual). A doença tem ponto de partida na primavera com a florada da planta. O inoculo primário é constituído por conídios formados sobre os frutos mumificados oriundos da safra anterior, presos na árvore ou caídos no solo e /ou demais tecidos doentes que infectam a planta na primavera e verão. O inóculo encontra os tecidos sadios através de respingos de água, vento e insetos. A doença pode se iniciar na flor e nos frutos. Quando o fungo atinge a flor, poderá mata-la e avançar pelo pedúnculo atingindo o ramo, então ocorre a formação do cancro, que poderá ficar latente. A contaminação de frutos imaturos pode ocorrer via estômatos ou cutícula, mas normalmente o fungo penetra nos frutos via ferimentos causados em pré-colheita por insetos, clima adverso como granizo e machucados causados pelo mal manuseio. Temperaturas de 25ºC combinados com a alta umidade favorece o fungo (MARTINS, 2005).

3.3 CONTROLE

O controle é realizado pela redução do inóculo inicial, com a utilização da poda de inverno, eliminando as partes infectadas e a remoção de material infectado caído no solo. O material oriundo da limpeza deve ser queimado ou enterrado em local distante do pomar. Produtos a base de enxofre são utilizados no inverno. Cuidados com a adubação também são importantes para evitar o favorecimento da doença (DANNER,2008).

Na fase de florescimento recomenda-se o tratamento químico, a quantidade de aplicações de defensivos, varia de acordo com as condições climáticas na região. Cuidados no pós- colheita também são bem vindos, como a limpeza dos recipientes de acondicionamento e armazenagem dos frutos em local arejado ajudam a reduzir perdas durante a comercialização. No tratamento químico pós-colheita, recomenda-se mergulhar os frutos em uma suspensão de fungicidas (triforine e iprodione), durante um minuto (MARTINS, 2005).

3.4 ANTAGONISMO

Antagonismo pode ser definido como a relação ecológica intraespecífica, na qual uma espécie impede pela sua presença o desenvolvimento de outra. Existe na área de controle biológico uma grande quantidade de pesquisas em desenvolvimento, porém há poucos produtos no mercado. Segundo Harman (2000), este fato se dá por conta do resultado satisfatório obtido em laboratório não ser o mesmo que o obtido em campo, isso ocorre principalmente pela interferência que as mudanças climáticas e edáficas causam nos agentes biológicos. O mesmo não ocorre com químicos utilizados para a mesma finalidade, apresentando estabilidade independente da variação climática.

Apesar dessa adversidade externa, existe grande interesse em reduzir os impactos causados no meio ambiente pelo uso de químicos. Pressão essa exercida principalmente por consumidores finais dos produtos agrícolas (BONFIM,2010).

Dessa forma, o antagonismo se apresenta como alternativa de controle de baixo impacto ambiental, através de vários tipos de interações de patógenos e agentes de controle biológico, como: antibiose, competição e parasitismo (AMORIM, 2011).

3.5 ANTIBIOSE

A antibiose é a interação entre organismos na qual indivíduos de uma população secretam metabólitos capazes de inibir ou impedir o desenvolvimento dos indivíduos de uma população de outra espécie, esses metabólitos são usualmente denominados antibióticos (BEDENDO, 2011)

De acordo com Stockwell e Stack (2007), existem antagonistas produtores de antibióticos com ação em parte aérea, que seriam algumas estirpes de Pseudomonas fluorescens, utilizadas para o controle de Erwinia amylovora, agente causal do fogo bacteriano de macieira e pereira. Hoje já existem formulações comerciais registradas. Com as estirpes formuladas são resistentes ao antibiótico streptomicina, o manejo integrado do agente biológico com o antibiótico sintético vem sendo usado com sucesso.

3.6 COMPETIÇÃO

A competição se dá pela capacidade de um organismo ocupar o lugar de outro de modo que o antagonista possa crescer de maneira mais eficiente que o patógeno no local infectado estagnando o crescimentos destes. Sendo assim fungos e bactérias capazes de produzir antibióticos (antibiose) são bons competidores.

Há outros controladores biológicos, em que a competição é o principal mecanismo de antagonismo, como por exemplo a bactéria Pseudomonas syringae aplicada em frutos e destinado ao controle do pós-colheita. Neste caso a bactéria coloniza especificamente os ferimentos do fruto que são os sítios de infecção para o patógeno. A competição por nutrientes é benéfica ao antagonista que acaba por impedir o estabelecimento do concorrente. Quando há ausência de patógenos a população de antagonistas cai (AMORIM, 2011).

No pós-colheita preferem-se agentes competidores ao invés de produtores de antibióticos, pois assim, evita-se o acúmulo de produtos químicos em vegetais, que serão consumidos in natura (VALDEBENITO- SANHUEZA apud AMORIM, 2011).

3.6 PARASITISMO

Parasitismo é a relação nutricional de dois seres vivos em que o parasita provem

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