ANÁLISE DO POSTO DE TRABALHO NO SETOR DE EMBALAGEM EM UMA INDÚSTRIA DE FABRICAÇÃO DE ESPONJAS

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De acordo com o mesmo autor, com a redução da circulação sanguínea, os músculos acumulam ácido lático e potássio causando uma redução da força. Isto é chamado de fadiga muscular. Isto ocorre quando o músculo é contraído por longos períodos, causando dores intensas que irão requerer relaxamento através de descanso para que o sangue circule removendo as substâncias cotadas anteriormente do músculo.

Segundo Couto (2002), distúrbios provenientes da coluna vertebral são um dos principais problemas que afetam os trabalhadores na atualidade. Geralmente, são causados por fadiga dos músculos nas costas quando, principalmente, passa-se um tempo considerável em uma mesma postura. Isso, raramente, causa afastamento no posto de trabalho. As principais situações de sobrecarga, segundo o mesmo autor, são: elevar cargas, mesmo não pesadas, com frequência; torcer e fletir o tronco para levantamento ou manuseio de cargas; trabalhar, excessivamente, com o pescoço inclinado; executar atividades com o tronco encurvado.

Iida (2005) diz que a coluna possui duas propriedades: rigidez e mobilidade. A primeira garante o suporte necessário para o corpo se manter ereto enquanto o segundo permite a movimentação e a rotação da cabeça e dos membros superiores. Uma das estruturas mais fracas do corpo humano e sujeita a várias deformações que podem ser adquiridas através de esforços físicos exagerados, má postura deficiência na musculatura dentre outros. A melhor forma de se prevenir isso é através de exercícios que trabalhem os músculos dorsais, evitar levantar cargas muito elevadas e mudanças frequentes.

No tocante a adequação do posto de trabalho ao homem, a antropometria, é definida como o estudo das medidas físicas do corpo humano e um dos seus principais objetivos é contribuir na concepção da ergonomia do posto de trabalho (KOVALESKI et al., 2005). Em outras palavras, a estação de trabalha deve ser dimensionada de acordo com as características do operador, proporcionando-o maior conforto e segurança (KOVALESKI et al., 2005).

3- PROBLEMATIZAÇÃO E METODOLOGIA

O estudo de caso é o método mais adequado para a realização desse trabalho. Ao passo que esse é um estudo de caráter empírico que investiga um fenômeno atual no contexto da vida real, geralmente considerando que as fronteiras entre o fenômeno e o contexto onde se insere não são claramente definidas (YIN, 2001).

Analisou-se um posto de trabalho em uma indústria cuja principal atividade é a fabricação de esponjas de limpeza. O motivo da escolha desse setor foi devido à reclamação dos trabalhadores de dores nas pernas e coluna, pois estes passavam cerca de 7 horas ininterruptas em pé de segunda a sábado. O posto de trabalho é o responsável pela seleção das esponjas e avaliação de sua qualidade para que as mesmas possam ser colocadas em uma esteira que as levarão ao setor de embalagem.

Neste setor há um silo que se localiza a 1 metro de altura do chão, possuindo uma base de madeira e redes que o cercam para que a esponja que chega do setor de corte possa permanecer neste ambiente até ser analisada e repassada ao outro setor. À frente deste silo tem-se uma esteira e a frente desta localiza-se o trabalhador. A movimentação que o trabalhador realiza é estirar o braço por cima da esteira para ter acesso ao silo pegando a esponja e analisando-a de forma que, se esta estiver com algum defeito de tamanho, colagem ou flertada, ele as joga em um tambor de lixo localizado no chão a sua esquerda e cerca de 1 metro e 20 centímetros de distancia. Caso a esponja esteja ideal à venda, ele a coloca a sua frente encaixando-a na esteira.

Com essas reclamações analisou-se o posto de trabalho citado para que se encontrassem sugestões de melhorias na realização das atividades, além de menores intensidades das dores ou mesmo a eliminação das dores na operacionalização do trabalho.

Inicialmente mediu-se a altura da esteira para verificar se estava ideal, medindo também a media da altura de 4 funcionários que estavam presentes no dia da visita à fabrica e trabalhavam neste setor alternando os dias. Em seguida, observou-se a realização da atividade para analisar de forma bem simples, se realmente há uma necessidade da realização deste trabalho na posição em pé. Por fim, aplicou-se um questionário nórdico (KUORINKA et al., 1986) para levantamento dos problemas músculo esqueléticos e identificação da localização dos músculos com maior frequência das dores.

4- DISCUSSÃO E SUGESTÕES

Ao analisar a altura da esteira encontrou-se um valor de 1 metro, e ao analisar a média da altura dos funcionários um valor de aproximadamente 1,72m (Quadro 1).

Quadro 1 – Altura dos fucionários

Funcionário 1

Funcionário 2

Funcionário 3

Funcionário 4

Média:

1,70m

1,75m

1,72m

1,72m

1,725m

Fonte: Autor

Sabe-se que a altura ideal de uma bancada para um trabalho que necessita de precisão (como pode ser classificado este trabalho, pois o trabalhador analisa a esponja aproximando-a do olho e depois a encaixa nos intervalos existentes na esteira necessitando deixá-la reta, pois com alguma curvatura ela não iniciará o próximo processo), para um homem está no intervalo de 1 a 1,10 metros de acordo com (GRANDJEANS, 1983) ou de 5 a 10 cm a baixo da altura do cotovelo.

Como a variação da altura dos funcionários é pequena, constatou-se que não há uma necessidade de elevação ou rebaixamento da esteira já que ela está dentro dos padrões e sua largura também é pequena não dificultando o acesso ao silo independente da altura da pessoa. Analisando a execução da atividade observou-se que o funcionário mantem-se constante na posição, mesmo tendo que jogar na lixeira as esponjas não conformes, eles arremessam ao invés de andarem até esta, visando uma economia de tempo por evitar algumas movimentações.

Sabe-se que permanecer muito tempo em pé diminui a ação dos músculos da panturrilha sobre as veias, pois estes ficam muito tempo sem se contrair de forma efetiva, impedindo o bombeamento do sangue no sentido ascendente e gerando