Especialização de Ossos Densos e Penas Sonoras

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Figura 4:(a) Visão ventral da rêmiges segundárias de M. deliciosus (UMMZ 255 055): penas 1 a 9 denominadas. Note a raquís enlargada das rêmiges 6 e 7. Escala: 1cm. (b) Superfície dorsal da rêmige secundária 5. (c) Superfície anatômica “medial” da sexta rêmige secundária torcida para orientação ventral. (BOSTWICK et al., 2009)

A filogenia do Tangará-bate-asa

Baseado em caracteres morfológicos, comportamentais, repertório bioacústico e padrões de seleção sexual, PRUM (1998) sugeriu uma filogenia para o Tangará-bate-asa dentro dos piprídeos, atualmente apresentada por BERKELEY (Figuras 5 e 6).

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Figura 5: Filogenia dos piprídeos com ênfase em M. deliciosus (club-winged manakin). (A) Ponta da ráquis da pena alargada e (B) ponta em forma de clava da pena. Extraído de http://evolution.berkeley.edu/evolibrary/article/0_0_0/bostwick_07> Acesso em 09/12/2015

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Figura 6: Filogenia dos caracteres ósseos nos piprídeos. (A) Ossos ligeiramente atarracados, (B) ossos mais atarracados, (C) paredes ósseas grossas e (D) osso sólido. Extraído de http://evolution.berkeley.edu/evolibrary/article/0_0_0/bostwick_07> Acesso em 09/12/2015

Um pouco de Deriva Natural

É interessante salientar que o filogenia de novas espécies depende de uma série de fatores. MATURANA e VARELLA (2011) falam sobre como a especiação se dá por muitos caminhos: alguns deles são genéticos, outros comportamentais, alguns epigenéticos, outros podem ser devido ao isolamento geográfico, enfim, um sem número de razões. Enquanto um organismo estiver devidamente “acoplado” ao seu ambiente, ele será capaz de sobreviver e deixar descendentes, de forma a criar uma linha filogenética.

Essa perpepção do fenômeno da evolução encontra-se dentro da teoria da Deriva Natural. Não existe a sobrevivência do mais apto, senão, a sobrevivência dos aptos. Para que o comportamento do Tangará-bate-asas seja possível, é necessário o desenvolvimento embrionário de ossos mais firmes, bem como as penas, mas isto não pode ser um fenômeno isolado. É necessário que essas características se estabeleçam ontogenicamente para que um linhagem torne-se distinta (ZACCHI, 2011).

Além disso, o processo da evolução não é uma foto estática culminada neste momento, ela é tão pertinente nesse momento como nos outros. Resta-nos imaginar que desenvolvimentos futuros poderão existir para essas linhagens de tangarás, cada uma com particularidades tão distintas e notáveis.

Isso, é claro, caso não explodamos o mundo antes.

Referências:

- BOSTWICK, K. S., PRUM, R. O. Courting Bird Sings with Stridulating Wing Feathers. Science, Volume 309, 736, 2005

- BOSTWICK, K. S., PRUM, R. O. High-speed video analysis of wing-snapping in two manakin clades (Pipridae: Aves). The Journal of Experimental Biology 206, 3693-3706, 2003

- BOSTWICK, K. S., ELIAS, D. O., MASON, A., MONTEALEGRE, F. Resonating feathers produce courtship song. Proceding of the Royal Society B. 2009

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BOSTWICKS, K. S., RICCIO, M. L., HUMPHRIES, J. M. Massive, solidified bone in the wing of a volant courting bird. Biology Letters, Volume 8, 760-763, 2012.

- IBIRD COLLECTION. Club-winged Manakin - Machaeropterus deliciosus https://www.youtube.com/watch?v=JMetl4ekRIQ> Acesso em 08/12/2015

- MATURANA, H. VARELA, F. J. A Árvore do Conhecimento. São Paulo: Palas Athena. 8ª edição, 2010, 283 p.

- NATIONAL GEOGRAPHIC. Bird feathers “sing”. https://www.youtube.com/watch?v=7FHSQQMnOko> Publicado em 2009. Acesso em 08/12/2015

- PRUM, R. O. Sexual selection and the evolution of mechanical sound production in manakins (Aves: Pipridae). Animal Behaviour, Volume 55, 977-994, 1998

- UNDERSTSANDING EVOLUTION. How boogieing birds evolved: The work of Kim Bostwick. http://evolution.berkeley.edu/evolibrary/article/0_0_0/bostwick_01> Acesso em 09/12/2015

- XENO-CANTO. Club-winged Manakin (Machaeropterus deliciosus). http://www.xeno-canto.org/species/Machaeropterus-deliciosus> Acesso em 08/12/2015