A Mariposa Oficina

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Seria tão fácil assim? Se nem ao menos eu teria encontrado a janela para minha libertação e que alguém me guiasse à descoberta de tantas coisas que preciso viver para encontrar realmente, verdadeiramente o calor do sol por concluir algo muito esperado. Poderia eu quebrar esse processo do encontro da mariposa?

Ao certo naquele momento meu papel foi a da torcida “mais um pouco”, “vai esta quase próxima da janela”, “continue”... e o silêncio encontrou aquele lugar, não sei se era eu na expectativa do movimento da mariposa ou se de alguma forma a natureza criou o estímulo da decisão, a mariposa parou em frente a janela aberta, como se estivesse na recusa e no medo de adentrar do lado de lá, no costume, mas repetições de bater no vidro várias vezes e não entender o porquê de não conseguir sair e se libertar. Quando finalmente encontrou a saída á mariposa relutou “Seria mesmo uma janela aberta ou mais um obstáculo?”. Já cansada pelas tentativas sem sucesso, já fraca, o vento bateu, abriu as folhas e o sol... Ah! O sol quebrou as duvidas com seus raios na direção da mariposa e ela se foi, saiu pela janela aberta, voou alto e sumiu.

Tive orgulho dela, tive orgulho de mim, a mariposa não sabe da minha torcida, também não sabe que sua contribuição a este mundo foi maior que seus ovos e novas mariposas, trouxe uma leveza nessa grandeza que é a descoberta do mundo, ela deixou uma avastadora metamorfose em mim.

(Bridi, 2017)