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Uma Reflexão crítica a cerca do tema envelhecimento/velhice e psicanálise

Por:   •  4/12/2018  •  1.261 Palavras (6 Páginas)  •  425 Visualizações

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Os textos encontrados trazem uma percepção psicanálitica engessada da velhice e do processo de envelhecimento, trazendo como características gerais da velhice e do idoso os sentimentos de impotência, tristeza, isolamento, definhamento e a aproximação com a morte, e excluindo outras possibilidades do envelhecer e outros elementos que podem vir a influenciar nesse processo, como por exemplo os fatores sócio-históricos e culturais de cada sociedade e época. É importante ressaltar neste momento qual a imagem da velhice que permeia a nossa sociedade atual, em que outrora o idoso é tido como um antro de sabedoria e merecedor de um respeito absoluto, e outrora é tido como um sujeito ranzinza, isolado socialmente e incompreendido, em outras palavras, sempre além ou aquém da sociedade, mas dificilmente inserido como parte importante de sua estrutura e funcionamento.

Para os autores citados, partindo da representação simbólica da velhice na sociedade, enquanto prevalecer a noção de que o envelhecimento se opõe a vida, o sujeito idoso tenderá a se isolar voluntariamente, porém é imprescindível que haja um questionamento sobre esse isolamento progressivo e "voluntário" na velhice, e se não caberia à sociedade vivenciar e compreender melhor a tristeza, o luto, a finitude e o processo de envelhecimento, pois todos fazemos parte deste processo de isolamento dos idosos, já que não só eles rejeitam a suposta imagem do "Eu Feiúra", e sim toda a sociedade a rejeita. Há também de se questionar a suposta impossibilidade sugeridas nos textos, do sujeito de idade avançada estabelecer novos laços e continuar a investir sua libido em novos objetos de desejo, permitindo talvez uma existência totalmente distinta daqueles capturados pelo isolamento social.

Concluindo, apesar de Monteiro apontar em seu texto a importância de permitir ao sujeito sua autonomia e agressividade e garantir assim seu lugar de sujeito, o ponto de vista psicanalítico apresentado nos textos estudados é limitado em sua contribuição para um estudo efetivo do processo de envelhecimento e do sujeito idoso, uma vez que este se limita a um viés de senso comum e estereotipado da velhice, preso a uma única faceta do que pode vir a ser o idoso e desconsiderando todas as outras possibilidades dentro do envelhecer.

Referencias:

- MONTEIRO, Marli Piva. O tempo foracluído da psicanálise. Cogito, Salvador , v. 12, p. 41-46, 2011 .Disponível em . acessos em 24 maio 2017.

- ROSA, Carlos Mendes; VILHENA, Junia de. Envelhecimento e seus possíveis destinos: Uma reflexão acerca do trabalho do negativo. Tempo psicanal., Rio de Janeiro , v. 47, n. 1, p. 112-133, jun.2015 . Disponível em . acessos em 24 maio de 2017

- CASTILHO, Glória; BASTOS, Angélica. Sobre a velhice e lutos difíceis: "eu não faço falta". Psicol. rev. (Belo Horizonte), Belo Horizonte , v. 21, n. 1, p. 1-14, jan. 2015 . Disponível em . acessos em 24 maio 2017. http://dx.doi.org/DOI-10.5752/P.1678-9523.2015V21N1P1

- SILVA, Luna Rodrigues Freitas. Da velhice à terceira idade: o percurso histórico das identidades atreladas ao processo de envelhecimento. Hist. cienc. saude-Manguinhos, Rio de Janeiro , v. 15, n. 1, p. 155-168, Mar. 2008 . Available from . access on 24 May 2017. http://dx.doi.org/10.1590/S0104-59702008000100009.

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