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Transtorno de Personalidade Esquizotípica

Por:   •  9/9/2018  •  2.273 Palavras (10 Páginas)  •  309 Visualizações

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Critérios Diagnósticos para Transtorno da Personalidade Esquizotípica

Para o diagnóstico do Transtorno de Personalidade Esquizotípica, é necessário que estejam presentes pelo menos cinco dos seguintes critérios:

(A1) Idéias de referência - Indivı́duos com transtorno da personalidade esquizotı́pica com frequência apresentam ideias de referência (i.e., interpretações incorretas de incidentes casuais e eventos externos como tendo um sentido particular e incomum especificamente para a pessoa). Estas devem ser distinguidas de delı́rios de referência, nos quais as crenças são mantidas com convicção delirante.

(A2) Crenças bizarras ou pensamento mágico - Esses indivı́duos podem ser supersticiosos ou preocupados com fenômenos paranormais que fogem das normas de sua subcultura. Podem achar que têm poderes especiais para sentir os eventos antes que ocorram ou para ler os pensamentos alheios. Podem acreditar que exercem controle mágico sobre os outros, o qual pode ser implementado diretamente ou indiretamente, por meio de obediência a rituais mágicos.

(A3) Experiências perceptivas incomuns, incluindo ilusões somáticas - Alterações perceptivas podem estar presentes. Estas são interpretações incorretas de um estímulo externo e real. Neste sentido a ilusão somática caracteriza-se pela percepção de uma experiência física localizada no corpo.

(A4) Pensamento e discurso bizarros - Seu discurso pode incluir fraseados e construções incomuns ou idiossincrásicas e costuma ser desconexo, digressivo ou vago, embora sem apresentar um real descarrilhamento ou incoerência (vago, circunstancial, metafórico, superelaborado ou estereotipado). Respostas podem ser excessivamente concretas ou abstratas, e palavras e conceitos são, por vezes, aplicados de maneiras pouco habituais.

(A5) Desconfiança ou ideação paranóide - Indivı́duos com esse transtorno são frequentemente desconfiados e podem apresentar ideias paranoides, “de proporção menor que delirante, envolvendo suspeitas ou a crença de que o indivíduo está sendo assediado, perseguido ou injustamente tratado”.

(A6) Afeto inadequado ou constrito - Em geral, são incapazes de lidar com os afetos e as minúcias interpessoais que são necessários para relacionamentos bem-sucedidos; assim, com frequência parecem interagir com os outros de forma inadequada, formal ou constrita.

(A7) Aparência ou comportamento esquisito, peculiar ou excêntrico - Esses indivı́duos são geralmente considerados esquisitos ou excêntricos em virtude de maneirismos incomuns, isto é, sua forma desleixada de vestir-se que não “combina” bem e sua falta de atenção às convenções sociais habituais.

(A8) Não tem amigos íntimos ou confidentes, exceto parentes em primeiro grau - Indivı́duos com transtorno da personalidade esquizotı́pica vivenciam os relacionamentos interpessoais como problemáticos e sentem desconforto em se relacionar com outras pessoas. Embora possam manifestar infelicidade acerca da falta de relacionamentos, seu comportamento sugere um desejo reduzido de contatos ı́ntimos. Assim, costumam ter poucos ou nenhum amigo próximo ou confidente que não seja parente de primeiro grau.

(A9) Ansiedade social excessiva, que não diminui com a familiaridade - São ansiosos em situações sociais, especialmente aquelas que envolvem pessoas desconhecidas [...]. Irão interagir com outras pessoas quando tiverem de fazer isso, mas preferem não estabelecer interações, pois sentem que são diferentes e que não se enturmam. Sua ansiedade social não diminui facilmente, mesmo quando passam mais tempo no local ou conhecem melhor as outras pessoas, visto que a ansiedade tende a estar associada à desconfiança quanto às motivações dos outros e a temores paranóides, ao invés de julgamentos negativos acerca de si próprio. A ansiedade social também conhecida como fobia social é caracterizada por ansiedade clinicamente significativa provocada pela exposição a certos tipos de situações, nas quais a pessoa, age de maneira estranha, freqüentemente levando ao comportamento de esquiva.

(B) Não ocorre exclusivamente durante o curso de Esquizofrenia, Transtorno do Humor Com Aspectos Psicóticos, outro Transtorno Psicótico ou um Transtorno Invasivo do Desenvolvimento.

Outras informações

Indivı́duos com transtorno da personalidade esquizotı́pica costumam buscar tratamento mais para os sintomas associados de ansiedade ou depressão do que para as caracterı́sticas do transtorno da personalidade em si. Particularmente em resposta a estresse, indivı́duos com o transtorno podem apresentar episódios psicóticos transitórios (com duração de minutos a horas), embora eles geralmente tenham duração insuficiente para indicar um diagnóstico adicional, como transtorno psicótico breve ou transtorno esquizofreniforme. Em alguns casos, podem surgir sintomas psicóticos clinicamente significativos que atendam aos critérios de transtorno psicótico breve, transtorno esquizofreniforme, transtorno delirante ou esquizofrenia. Mais de metade dos indivı́duos com o transtorno da personalidade esquizotı́pica pode ter história de pelo menos um episódio depressivo maior.

De 30 a 50% dos indivı́duos diagnosticados com esse transtorno têm um diagnóstico simultâneo de transtorno depressivo maior quando avaliados em um contexto clı́nico. Existe considerável concomitância de transtornos da personalidade esquizoide, paranoide, evitativa e borderline.

As distorções cognitivas e perceptivas devem ser avaliadas no contexto do meio cultural do indivíduo. Características gerais determinadas pela cultura, particularmente aquelas relativas a crenças e rituais religiosos, podem parecer esquizotípicas aos olhos de pessoas desinformadas (por ex., vodu, falar em línguas, vida após a morte, bruxaria, ler mentes, sexto sentido, mau olhado e crenças mágicas relacionadas à saúde e doença).

Há relatos de que o Transtorno da Personalidade Esquizotípica ocorre em aproximadamente 3% da população geral.

O Transtorno da Personalidade Esquizotípica tem um curso relativamente estável, sendo que apenas uma pequena parcela dos indivíduos desenvolve Esquizofrenia ou algum outro Transtorno Psicótico. Este transtorno parece agregar-se nas famílias e ter maior prevalência entre os parentes biológicos em primeiro grau de indivíduos com Esquizofrenia do que na população geral.

Breve

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