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Transtorno de Personalidade Histérica e Histriônica

Por:   •  19/2/2018  •  4.212 Palavras (17 Páginas)  •  673 Visualizações

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Aparentemente, o que liga pessoas histéricas a pessoas histriônicas é uma sobreposição de características comportamentais explícitas, como emocionalmente lábil ou superficial, busca de atenção, funcionamento sexual perturbado, dependência e desamparo e auto dramatização.

Cabe aqui dizer, que no DSM-IV-TR os sintomas são mais exagerados na pessoa histriônica. Porém, pessoas que tem o transtorno de personalidade histérica podem ser mais sutilmente dramáticas e exibicionistas, e sua sexualidade pode ser expressa de forma mais recatada e atraente. Geralmente, pacientes com transtorno de personalidade histérica têm um razoável sucesso no trabalho e demonstram ambição e competitividade.

Os pacientes histéricos podem tolerar a separação de objetos amados, enquanto pacientes histriônicos são sobrecarregados por sua ansiedade de separação quando são separados de seus objetos amados.

Quando os pacientes histéricos entram em análise seus desejos transferenciais sexualizados se desenvolvem gradualmente, em um espaço de tempo considerado longo e são considerados irreais pelo paciente. Já o paciente histriônico tem intensos desejos sexuais eróticos quase imediatamente e são considerados reais.

Portanto, pacientes com transtorno de personalidade histérica têm emocionalidade refreada e circunscrita, bom controle de impulsos, sedução de apelo sutil, superego severo e algumas defesas obsessivas, etc. Enquanto em pacientes como transtorno de personalidade histriônica têm emocionalidade florida e generalizada, impulsividade generalizada, sedução grosseira, inadequada e repulsiva superego frouxo e predominância de defesas primitivas, com cisão e idealização. Segue logo abaixo, a tabela de diferenciação do transtorno de personalidade histérica e transtorno de personalidade histriônica:

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3.GÊNERO E DIAGNÓSTICO

Ao longo da história a personalidade histérica esteve associado ao gênero feminino. Essa tendência de pensar no diagnóstico apenas em relação as mulheres tem provavelmente mais relação com o estereótipo do papel cultural do sexo do que com a psicodinâmica. As crianças do sexo feminino “apresentam maior probabilidade de se adaptar a privação buscando prender as pessoas [a elas] por meio de relacionamentos nos quais [as mulheres assumem] um papel altamente dependente”.

Foi observado que as características da personalidade histérica refletem expectativas culturais sobre como se supõe que as mulheres devem se adaptar a sociedade. Outro fator evidente que contribui para a tendência catastrófica de considerar a personalidade histérica como uma doença das mulheres e o fato de que, com poucas exceções, a literatura sobre o transtorno foi escrita inteiramente por homens.

Apesar da associação predominante entre personalidade histérica e feminilidade, o transtorno da personalidade histérica foi amplamente documentado nos homens. A descrição de pacientes histéricos do sexo masculino recai em dois amplos subtipos: o hipermasculino e o passivo/afeminado. Os do subtipo hipermasculino são diretamente análogos à mulher histérica clássica no sentido de serem caricaturas de masculinidade. Os homens do subtipo passivo/ afeminado podem ser “afetados”, homossexuais afetados ou passivos e heterossexuais impotentes que temem as mulheres.

O comportamento dos sujeitos da personalidade histriônica pode ser influenciado pelos estereótipos do papel sexual. Por exemplo, um homem pode vestir-se e comportar-se de um modo identificado como “machão”, procurando ser o centro das atenções e mostrando habilidades atléticas, ao passo de que uma mulher pode escolher roupas muito femininas, sensuais e falar do quanto impressionou seu instrutor de dança. Embora alguns pesquisadores tenham tentado associar a psicopatia ao transtorno de personalidade histriônica, a literatura não apoia tanto a ideia de que seja uma variante feminina de psicopatia ou de transtorno de personalidade. Argumentou que, pela feminilização dos sintomas de histeria ao longo do tempo, os pacientes histéricos do sexo masculino ficaram marginalizados na teoria e na prática psicanalítica. Todavia, muitos temas semelhantes aparecem em pessoas de ambos os gêneros que possuem transtornos da personalidade histérica ou histriônica, essas, incluem sedução, promiscuidade, ciúme sexual, anseio por um amor ideal, excentricidade e sexualização.

O comportamento, aparência e histórico da pessoa, juntamente com uma avaliação psicológica, são normalmente suficientes para estabelecer o diagnóstico. Não há um teste específico para confirmá-lo. Pelo critério ser subjetivo, algumas pessoas podem ser diagnosticadas erroneamente como sendo portadoras do transtorno, enquanto outras com o transtorno podem ser diagnosticadas como não portadoras. Para que seja eliminado o falso positivo, o diagnóstico é baseado no conjunto de características sintomáticas do indivíduo. O tratamento costuma ser consequência da depressão associada à dissolução de relacionamentos românticos.

4.ESTILO COGNITIVO E MECANISMOS DE DEFESA

Um aspecto do funcionamento intrapsíquico que estabelece a ligação entre transtorno da personalidade histérica e histriônica é o estilo cognitivo. Pacientes com esse transtorno são impressionistas, por exemplo, um terapeuta pergunta como foi seu dia, ele só responderá se foi “ótimo” ou “terrível” sem detalhes complementares. Pacientes com esse estilo cognitivo quando se aproximam de uma atividade, como uma testagem psicológica por exemplo, eles mostram tendência de evitar se concentrar em fatos, e em vez disso, responder em base de palpites. Esse estilo cognitivo global e impressionista está intimamente ligado ao uso de mecanismos de defesa pelos pacientes histriônicos e histéricos. Eles inibem o processamento de informações para abrandar fortes emoções. A repressão, a negação, a dissociação e a supressão são estratégias defensivas que também reduzem a excitação emocional.

Por outro lado, essa inibição da excitação emocional geralmente oscila com apresentações emocionais exageradas, destinadas a desencadear respostas nos outros. Pacientes histéricos/histriônicos têm atenção de forma global e difusa, mas seu foco é sobre se outros estão prestando atenção neles.

A manifestação mais extrema de dissociação é o transtorno dissociativo de identidade, que envolve tanto a cisão quanto a repressão. As reações dos pacientes com esse transtorno a suas crises emocionais se assemelham à dissociação e ao transtorno dissociativo

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