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TCC Complexo de Edipo

Por:   •  28/4/2018  •  12.178 Palavras (49 Páginas)  •  926 Visualizações

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O Édipo é uma chama de sexualidade vivida por uma criança de quatro anos no interior da relação com seus pais, é uma fantasia sexual, forjada inocentemente pelo menino ou pela menina para tranquilizar o ardor do seu desejo. É a matriz da identidade sexual de homem e de mulher, pois é durante a crise edipiana que a criança sente pela primeira vez um desejo masculino ou feminino em relação ao genitor do sexo oposto, é ainda uma neurose infantil, modelo de todas as nossas neuroses adultas, é uma fábula simbólica que põe e, cena uma criança interpretar a força do desejo, e seus pais interpretando tanto o objeto desse desejo quanto o bloqueado que impede. É a chave mestra da psicanálise, é o conceito soberano que gera e organiza todos os outros conceitos psicanalíticos e justifica a prática da psicanálise. É o drama infantil e o inconsciente eu todo analisado representa na cena do tratamento ao tomar seu psicanalista como parceiro.

As relações do filho com sua mãe são para ele uma fonte contínua de excitação e satisfação sexual, a qual se intensifica quanto mais ela lhe der provas de sentimentos que derivem de sua própria vida sexual, beijá-lo, niná-lo, considerá-lo substituto de um objeto sexual completo. Seria provável que uma mãe ficasse bastante surpresa se lhe dissessem que assim ela desperta, com suas ternuras, a pulsão sexual do filho. Ela acha que seus gestos demonstram um amor assexual e puro, em que a sexualidade não desempenha papel algum, uma vez que ela evita excitar os órgãos sexuais do filho mais que o exigido pelos cuidados corporais. Mas a pulsão sexual, como sabemos, não é despertada apenas pela excitação da zona genital; a ternura também pode ser muito excitante. (Sigmund Freud)

- JUSTIFICATIVA

É necessário propor discussões e aprofundar-se no tema para que se adquira um maior conhecimento sobre a teoria do complexo de Édipo. A sexualidade humana e as neuroses vem sendo tema de discussões ao longo dos anos e clinicamente são complexas e polêmicas, pois envolvem questões morais e religiosas onde o sexo e o prazer estão diretamente ligados ao pecado.

3. OBJETIVOS

3.1 OBJETIVO GERAL

Analisar os aspectos do complexo de Édipo do livro “Édipo, o processo do qual nenhuma criança escapa”, do psiquiatra, psicanalista e autor Juan David Nasio, à luz da teoria psicanalítica objetivando perceber traços de uma estrutura pela qual a criança passa na fase fálica.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

- Discorrer sobre o conceito do complexo de Édipo sob a visão de Freud.

- Especificar o Édipo masculino

- Especificar o Édipo feminino

- Discorrer sobre a neurose

4. MÉTODO

A fim de alcançar os objetivos propostos realizou-se uma pesquisa qualitativa de caráter explicativo.

A obra analisada, que teve a psicanálise como instrumento, é o livro “Édipo, o processo do qual nenhuma criança escapa”, do escritor e psiquiatra Juan David Nasio, o livro foi publicado pela Editora Zahar, em 2007.

A análise dos dados deu-se sob o enfoque e articulação da perspectiva psicanalítica, tendo como referencial bibliográfico o trabalho de autores como Sigmund Freud.

5. O Édipo do menino

No começo é o conjunto de sensações eróticas; os três desejos incestuosos; as três fantasias de prazer; as três fantasias de angústia de castração. Solução do Édipo do menino: a dessexualização dos pais. Comparado à mulher, o homem é profundamente um covarde.

Por volta de três, quatro anos, todos os meninos focalizam seu prazer sobre o pênis. Nessa idade, o órgão peniano torna-se a parte do corpo mais rica em sensações e determina-se como a zona erótica dominante. Antes dessa idade, os locais de prazer eram a boca, o ânus e a atividade muscular – não esqueçamos que o prazer de andar, correr e agir prevalece em todos os bebês entre dois e três anos –

Com quatro anos, todo prazer corporal, seja qual for o lugar excitado, reflete em seu pequeno pênis sob a forma de um arrepio de prazer. Em outras palavras, se um menino de quatro anos sente prazer em olhar o decote da mãe ou gosta de se mostrar nu em público, ou ainda, excitado pela brincadeira, morde a coxa da irmãzinha, diremos que todos esse prazeres sentidos pela excitação dos olhos, dos dentes ou do corpo inteiro são prazeres que refletem no nível de seu pequeno sexo e já lhe fazem viver uma excitação genital.

Porém, aos quatro anos, o pênis não é apenas o órgão mais rico em sensações. É também o objeto mais amado e o que requer de mais atenção. O pênis atrai a mão, assim como a teta atrai os lábios e a língua; o pênis chama os olhares, atiça a curiosidade dos meninos e das meninas e inspira fábulas, ficções e bizarras teorias infantis. É também vivido como um órgão frágil, excessivamente exposto aos perigos e, por isso, símbolo não apenas do poder, mas também da vulnerabilidade e da fraqueza. Pois bem, quando esse apêndice, excitável, nitidamente visível, eréctil, manipulável, torna-se aos olhos de todos – meninos e meninas – o representante do desejo, nós o chamamos de “Falo”.

O Falo não é o pênis enquanto órgão. O Falo é um pênis fantasiado, idealizado, símbolo da vulnerabilidade. A menina também acreditará que possui um Falo. É precisamente esse pênis fantasiado, dito Falo, que dá nome à fase do desenvolvimento libidinal durante a qual acontece a crise edipiana. Freud chama essa fase em que a sexualidade infantil permanece polarizada no Falo de “fase fálica” (cf. p.77-9).

Durante essa fase, as crianças, meninos ou meninas, acham que todas as criaturas do mundo são dotadas de um Falo, isto é, que todas as criaturas são tão fortes quanto elas. Quando, por exemplo, um menino considera que todos têm um Falo, ele pensa: “Todos detêm um órgão peniano como o meu. Todos experimentam as mesmas sensações que eu e todos devem se sentir tão fortes quanto eu.” Observe que essa ficção infantil, essa ilusão de acreditar que o pênis é um atributo universal, é forjada tanto pelo menino quanto pela menina.

A idolatria da criança pelo Falo vai ser acompanhada pela angústia de perdê-lo no menino e pelo sofrimento de tê-lo perdido na menina. Nessa idade a criança já fez a experiência de perder os

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