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Resumo do livro: Construindo a relação de ajuda

Por:   •  25/4/2018  •  1.852 Palavras (8 Páginas)  •  269 Visualizações

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mútua.

Ao se encontrar com alguém que precisa desabafar, o confidente deve receber a pessoa ca-lorosamente, demonstrando interesse pela pessoa e a situação em que vive. Alguns gestos são signi-ficativos, como saber o nome da pessoa e procurar não esquecê-lo, cumprimentar de forma carinhosa sempre, mostrar que não se esquece da pessoa, ou até mesmo atender alguma necessidade física imediata.

Durante uma conversa a expressão corporal transmite muitas mensagens que não são ditas por palavras, assim, o que está ouvindo pode dizer muita coisa através do seu corpo (que não mente), transmitindo disponibilidade e interesse por quem fala. Algumas posições como se aproximar, ficar frente a frente, olhar nos olhos da pessoa, ter a fisionomia receptiva demonstrando concentração, fazer um aceno com a cabeça e um toque com as mãos, podem ter um grande significado, não em palavras, mas em sentimentos.

A linguagem corporal é mútua. Da mesma forma que o ajudador transmite mensagem ao ajudado enquanto ouve, acontece também do ajudado para o ajudador. Então este precisa estar aten-to e observar as expressões e reações do ajudado, olhando a aparência e o comportamento. Dessa forma é possível entender muita coisa que a pessoa não consegue expressar claramente por palavras, podendo deduzir a disposição física, o que sente, a prontidão em agir, como se relaciona com os outros e a coerência entre o que fala e faz ou demonstra.

Algo indispensável para ajudar o próximo é escutar a pessoa. Poucas são as pessoas que sa-bem fazer isso, talvez porque são falantes demais, porque nunca foram escutadas ou por não querer ouvir para não ter o que falar.

De acordo com a intimidade que se tem com uma pessoa é a intensidade das conversas com elas, por exemplo: com alguns só se fala superficialmente, assuntos sem importância e por educação; há quem só fala de outras pessoas; com outras se discute opiniões e idéias sobre diversos assuntos; com alguns já se fala sobre emoções e sentimentos pessoais; e com poucos pode haver liberdade para se abrir com disposição para contar e ouvir tudo.

Ouvir realmente não é fácil, é preciso exercitar essa virtude aprendendo a ficar calado, não interromper, não se distrair com coisas externas ou interiores e principalmente, depois de ouvir, evi-tar fazer um julgamento que censure a pessoa ajudada ou imponha a vontade e opinião do ajudador.

Só de ouvir já é uma grande ajuda para quem precisa de uma companhia e não tem com quem desabafar. Além disso, o objetivo deve ser a compreensão. É possível detectar o problema real do ajudado quando se percebe que em sua fala ele repete muitas vezes o que o incomoda mais, se destacando entre outros fatores. Também é possível deduzir o que o ajudado quer dizer implicita-mente através de suas palavras.

Depois de escutar é hora de corresponder a expectativa do ajudado e falar. Essa resposta é uma afirmação de compreensão. Mas antes de resolver o problema, a primeira coisa que o ajudado e ajudador precisam saber é se este compreende aquele, mesmo que para isso precisem tentar várias vezes. Então a principal resposta que o ajudado necessita ouvir é: “eu entendi você”. Por isso é im-portante que o ajudador exponha para o ajudado como compreendeu a questão, resumindo o que ele disse.

Toda palavra ou ação expressa sentimentos. Quem procura ajuda quer ser entendido em seus sentimentos e quem ajuda deve estar atento a esses sentimentos, para qualificá-los e responder ao ajudado que sabe o que está sentindo.

Se o ajudador souber responder o que entendeu das palavras e o porquê dos sentimentos do ajudado, isso fará com que a conversa continue sem medo de incompreensões. Essa resposta deve ser empática (evitando a simpatia e antipatia), mostrando para o ajudado que ele não está só e que alguém acredita nele.

É possível transmitir compreensão do conteúdo e do sentimento através de uma imagem comparativa, que em linguagem figurada expressa claramente aquilo que a pessoa ajudada disse e sentiu.

Muitas vezes, mesmo quando a pessoa procura ajuda não consegue falar muito, não se ex-pressa claramente ou de tão emocionado prefere ficar calado. Então o ajudador ao observar as ex-pressões de comportamento do ajudado, pode lhe dizer o que está percebendo ou o que está transpa-recendo no semblante do ajudado, lhe perguntando se realmente é isso que o incomoda. Assim o ajudador pode abrir caminho para que o ajudado o identifique o seu problema e se abra contando o que está acontecendo.

A expectativa de quem procura uma ajuda é receber a solução de seus questionamentos, en-tão quem vai dar essa resposta deve pensar bem sobre os sentidos da pergunta, a fim de falar sabia-mente. Às vezes a resposta pode ser uma pergunta ou uma suposição que abra caminho para um diá-logo mais intenso, levando o próprio ajudado a encontrar a causa e a solução do problema.

É bom saber que somente a própria pessoa carente de ajuda é que sabe o que realmente está acontecendo e o que é melhor para ela. A função do ajudador é conduzir o ajudado a essa conclu-são.

Outra forma de fazer o ajudado se abrir para falar o que sente é o ajudador expressar seus sentimentos diante da situação do ajudado, mostrando-lhe solidariedade e fazendo-o se sentir bem à vontade para dizer o que o faz sofrer, para um amigo e companheiro que lhe compreende.

Durante o diálogo de ajuda é necessário conduzir o ajudado a assumir sua responsabilidade no problema. Não culpá-lo, mas fazê-lo entender de acordo com suas possibilidades, que não é ape-nas vítima e pode agir para vencer. Enquanto a culpa é dos outros, o ajudado não tem nada a fazer a não ser se lastimar, porém quando assume sua participação, encontra formas de resolver seus pro-blemas.

Além

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