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RESUMO DO LIVRO: O QUE É ÉTICA - DE VALLS

Por:   •  4/12/2018  •  2.810 Palavras (12 Páginas)  •  315 Visualizações

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No capítulo seguinte o autor aborda a ética grega antiga. Nele, o autor trata primordialmente dos pensamentos de Platão e Aristóteles. Importante ressaltar que, como o capítulo aponta, a ética grega tecia reflexões acerca do bem moral e de um princípio absoluto de conduta. Começando por Platão, suas ideias de ética pressupõem o Sumo Bem. Para ele, todos os homens buscam a felicidade, sendo esta alcançada após a morte, já que Platão acreditava na imortalidade da alma. Portanto, não seriam os prazeres mundanos que trariam a felicidade, mas a contemplação das ideias, principalmente da ideia do Bem. Além disso, o homem sábio tentaria se aproximar de Deus nessa contemplação de ideias, tendo uma vida virtuosa, baseada na harmonia das virtudes e na dialética. Através da dialética se chegaria a contemplação das ideias e a virtude, a coisa mais preciosa para o homem, estaria em se adequar aos ideais supremos. Para Platão as principais virtudes eram a justiça, a prudência ou sabedoria, fortaleza ou valor e a temperança.

O autor afirma que Platão era muito mais teórico e Aristóteles, seu discípulo, muito mais empírico, por mais que também fosse bastante teórico. Aristóteles tem seu pensamento caracterizado por acreditar na ideia de bens, não um Bem como Platão. Para ele, o homem é um ser complexo, e, portanto, existiria um diferente bem para cada um. Assim, para cada ser existe um bem em conformidade com sua natureza. Desta forma, no capítulo se destaca que o pensamento de Aristóteles é finalista, pois é marcada pelos fins que o homem deve atingir para alcançar a felicidade. O homem precisaria, então, de vários bens para se sentir feliz, sem uma certa variedade de bens ele não pode alcançá-la. O principal bem seria a razão, pois o homem necessita viver racionalmente, de acordo com a razão, sendo que o bem próprio do homem é a vida teórica, de estudos, de contemplação das ideias. Sendo assim, para Aristóteles o pensamento é o bem mais precioso de todos para o homem, e a atividade humana mais feliz é a contemplação. Aristóteles, mais do Platão, valoriza a vontade humana, conforme o livro aponta. Isto significa que o homem tem capacidade de escolher, tem liberdade para escolher viver uma vida virtuosa, adquirindo bons hábitos, ou não, já que o filósofo considera as virtudes como adquiridas, não inatas. Assim, é o homem quem deve escolher transformar suas capacidades naturais em bons hábitos, sendo estes os hábitos intelectuais.

No capítulo seguinte Valls discorre sobre ética e religião. Neste capítulo o autor situa as mudanças na ética com o advento do cristianismo. Na religião grega, o homem agiria eticamente agindo conforme sua natureza. O homem deveria viver em busca do bem, das virtudes e da harmonia com sua natureza. Entretanto, com o cristianismo existem algumas mudanças nas concepções éticas. O homem não deve mais agir conforme sua natureza, mas de acordo com a vontade do Deus pessoal, buscando, então, ser santo como Ele. Para o autor, a religião trouxe grande progresso moral para a humanidade, pois a meta da vida moral foi elevada, tornando-se mesmo sendo inatingível. Porém, os fanatismos religiosos também podem obscurecer a proposta ética de amor, fraternidade e liberdade. Também a religião acabou por ser responsável por condenar moralmente assuntos como o sexo.

O autor ressalta que se na Idade Média a ética estava voltada para questões bíblicas e religiosas, na Idade Moderna a concentração está ligada a duas correntes: uma que busca uma ética laica, racional, subjetiva e comum a todos os homens; já a outra busca novas formas de síntese do pensamento ético-filosófico e a doutrina da Revelação, principalmente a cristã. Mesmo existindo essas tentativas de unir ética e religião, há tendências modernas que querem ignorar completamente as contribuições das religiões, como o determinismo, o racionalismo, utilitarismo, a da vantagem particular e o positivismo lógico.

O capítulo seguinte discorre sobre os ideais éticos. Como podemos ver no texto, os ideais éticos passaram por inúmeras modificações, desde os gregos antigos, Platão e Aristóteles, já citados, passando pelos estoicos, falando sobre a vida natural, epicuristas com a ética baseada em fazer tudo que dê prazer, mas com sabedoria, os cristãos, vivendo em acordo com Deus, com o espírito, o amor ao próximo, inspirados em ideais gregos sobre a harmonia na vida cósmica, até os ideais renascentistas de ética encontrada na liberdade, na racionalidade. O autor fala ainda que no século XX pensadores existenciais escreviam sobre uma ética da liberdade individualista, o aspecto pessoal sendo cultuado. Já os pensadores sociais e dialéticos se baseavam numa ética ligada à justiça social, de igualdade para todos, principalmente econômica. Para eles a ética se volta para o plano das relações sociais. O autor finaliza o capítulo dissertando sobre como muitas nações parecem vivar atualmente como os epicuristas, em busca do prazer, mas sem moderação. Ele afirma que, devido a massificação atual, a maioria já não vive eticamente, vive de forma amoral, sendo que não há mais indivíduos livres, conscientes e críticos, graças às ideologias, aos meios de comunicação e à economia do Estado.

No capítulo que segue o autor discorre sobre a liberdade, iniciando dizendo que falar sobre ética é falar sobre liberdade. Isto porque parte-se do pressuposto da existência de uma norma, que pode ser cumprida ou não. Aí está a liberdade, do homem decidir seguir a norma ou não. Entretanto, o autor alerta que existem duas doutrinas que são extremos opostos e negam a ética: o determinismo, no qual o homem não tem liberdade nenhuma, e a concepção que crê na liberdade total, absoluta e incondicionada. Outras tendências são o idealismo, onde o homem teria liberdade acima de tudo por meio da vontade (autores desta linha acreditavam que a vontade estava acima de qualquer outra característica), o idealismo subjetivo, que vê os sujeitos como puramente racionais, infinitos, acima do aqui e agora, que em nada se parecem com o homem concreto real. Outros autores, como Hegel, também falam de uma liberdade tão infinita que sequer se assemelham à realidade humana. Para este autor, não é suficiente ter liberdade, é necessário saber ter essa liberdade, num Estado que garanta esta liberdade a todos. Autores de linha kantiana que vão contra o pensamento de Hegel creem que o homem que vive moralmente como ele propõe não está vivendo conforme a própria consciência livre, mas conforme as obrigações com o Estado. Outros críticos de Hegel são os filósofos existenciais, que acreditavam ter ele esquecido de considerar em sua teoria os aspectos subjetivos e individuais da liberdade

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