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PSICANÁLISE AMERICANA, INGLESA E FRANCESA

Por:   •  7/12/2017  •  881 Palavras (4 Páginas)  •  983 Visualizações

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PSICANÁLISE FRANCESA

Há uma terceira estratégia presente na difusão cultural da psicanálise que se mostra de forma mais nítida no caso da França: a refundação. Ao contrário das escolas anteriormente examinadas, onde a psicanálise desde cedo se via diante do choque entre gerações, da controvérsia de tradições e da oposição entre grupos militantes, no caso da França o desenvolvimento da psicanálise é tardio. Isso muito se deve ao relativo sucesso de uma concepção psicológica concorrente cujo autor de referência é Pierre Janet. A isso deve se acrescentar a histórica resistência cultural francesa às idéias germânicas, o que se verifica igualmente no terreno da sociologia e da filosofia desta época.

É, portanto, no contexto de uma espécie de refundação da psicanálise que se pode entender a aparição de Jacques Lacan. Herdeiro da tradição clínico psiquiátrica francesa, freqüentador das rodas surrealistas e literárias de vanguarda, leitor de Hegel e Heidegger, Lacan levou, desde o princípio, a psicanálise a uma forte interlocução com a ciência e a arte de sua época. É neste espírito que mais tarde ele será associado ao estruturalismo, de Saussure a Lévi-Strauss e á efervescência cultural e intelectual do pós-guerra francês.

No plano clínico Lacan mostrou-se um crítico renitente ao espírito de conformação e de adaptação vigente em parte da psicanálise. As reformulações do tratamento, por exemplo, sessões de tempo variável em periodicidade não convencional, são propostas no quadro de uma desburocratização da experiência psicanalítica e resgate de sua radicalidade.

DUNKER, C. I. L. - Aspectos Históricos da Psicanálise Pós-Freudiana In: História da Psicologia - Rumos e Percursos. Rio de Janeiro: Nau, 2006, v.1, p. 387-412.

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