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PSCILOGIA HOSPITALAR

Por:   •  29/4/2018  •  2.189 Palavras (9 Páginas)  •  266 Visualizações

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Entrevista com profissional

A profissional que entrevistamos chama-se Josenilda, exerce sua função na área hospitalar no Hospital de Urgências de Goiânia (HUGO) há quatro anos, mas com experiência nesta mesma área há mais de 12 anos, experiência essa que foi adquirida no Hospital Geral de Goiânia (HGG). Também atua na Central de Transplantes, que é um órgão da Secretaria da Saúde, que trabalha diretamente com transplantes no Estado de Goiás. Além disso, é supervisora e preceptora de estagiários e residentes. Por ser um hospital estadual, a contratação de funcionários é feita pela Secretaria da Saúde e pelas OSS, em que contratam para prestação de serviço.

No dia a dia o uso de testes é pouco utilizado, mas como a Josenilda é especialista em neuropsicologia, em alguns casos quando necessário, ela faz avaliações psicológicas a fim de tirar dúvidas e verificar funções cerebrais, mas sua ocupação é bem focal em situações específicas, sendo o trabalho feito muito mais direto com o paciente, priorizando o contato, a escuta, tanto com o paciente quanto com a família.

A consolidação do profissional segundo a entrevistada depende do nosso próprio empenho e vontade, isto começa pela busca de uma especialização, que dura em torno de dois anos, e servirá para todas as atuações, como em ambulatórios, enfermarias, UTIs e em todo campo cirúrgico, ou seja, vários tipos de lidar. Outro tipo de especialização que também foi destacada pela entrevistada, foi à residência, que é um tipo de especialização bem mais na prática que pode ser feito em psicologia hospitalar, e que acontece logo após o término do curso de graduação. Essa residência é oferecida pelo Estado, e o aluno deve residir 8 horas por dia, por outro lado recebe uma bolsa que pode chegar até 2.800, para a dedicação total dos estudos. Foram citados alguns campos para essas residências tais como: Materno Infantil, Hospital de Doenças Tropicais (HDT), Hospital Geral de Goiânia (HGG), Hospital de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (HUGOL) e no Centro de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santilo (CRER).

A remuneração em hospitais estaduais e federais é bem melhor do que em hospitais particulares. Destacou também sobre os projetos de pesquisa que variam muito da área de atuação. No HUGO a entrevistada disse que foram implementados projetos na área da emergência e urgência, e comentou de um projeto de uma residente, que foi um programa de implantação de protocolos, pesquisa essa que foi apresentada no seu mestrado, também comentou de quando esteve no HGG, que alguns projetos também foram implementados na área de cuidados paliativos e hemodiálise.

As principais dificuldades apontadas para essa área é o próprio desgaste, por lidar com a morte a todo o momento, estar preparado para lidar com a dor do outro, e para isso, precisamos cuidar da nossa própria dor. Ainda destaca que se formos atuar de verdade nesse campo é onde que temos que ter mais cuidado.

Outra questão discutida foi os impasses que estão superados, esses que são próprios da conquista do psicólogo, em saber principalmente distinguir o que é clínica e área hospitalar, sem deixar de lado o olhar clínico que é muito importante, para que possamos ver o outro na sua integridade enquanto paciente no aqui agora.

Além do espaço para discussão multidisciplinar, em que se deve considerar toda a equipe desde aquela pessoa da limpeza até o médico. A entrevistada falou do quanto é importante para quem escolher a psicologia hospitalar a escuta ativa, o cuidado e o saber trabalhar em equipe, não sendo assim, a melhor opção nesse sentido seria clínica que visa o individual.

Falamos ainda na entrevista das oportunidades de estágio que são ofertados a todo semestre, em que a bastante tempo já foi consolidado. Esse campo de estágio é sempre supervisionado, e sempre abre convênios para outras faculdades.

No decorrer da discussão, foi relatado que mesmo existindo 17 psicólogos no local, ainda sim o hospital carece de mais profissionais, pois em média são 407 leitos, e somente a emergência possui psicólogos fixos, que ficam durante os plantões, devidos esse déficit, a psicóloga entrevistada responde por todas as enfermarias, algumas vezes por solicitações da própria equipe, como médicos e enfermagem. A visita nos leitos vai depender do tempo de permanência do paciente no hospital e da própria instituição. No que diz respeito aos encaminhamentos para a continuidade de acompanhamento psicológico ou psiquiátrico, acontece em algumas vezes, como por exemplo, em uma tentativa de autoextermínio, se pessoa ainda está consciente e vai sair de alta, faz-se necessário encaminhamento para rede básica de atendimento, assim, o papel do psicólogo seria explicar para a família a importância da continuidade desse tratamento, podendo isso acontecer em situações que em que o paciente não pode responder por si.

O psicólogo especificamente no HUGO conforme relatou a profissional, é bem aceito, tanto pela família, como pela equipe, somente em alguns casos que há uma resistência ou certo desprezo por parte do paciente que se encontra hospitalizado. O paciente e a família ver o psicólogo mais como um suporte, para eles esse é um momento de muita dor e se encontra com a alma dilacerada, a entrevistada fala que suas experiências negativas foram poucas, existem mais é uma gratidão por parte dessas pessoas. A equipe médica sempre espera do psicólogo o “poder mágico”, como diz ela, pois acreditam que o psicólogo tem o poder de fazer o paciente parar de chorar e reclamar, além de dar suporte para a família desse paciente. E mais uma vez destacou as mudanças de paradigmas e da cultura, principalmente dessa nova geração de profissionais, sobre o quanto é necessária a presença do psicólogo no ambiente hospitalar. Disse que isso pode ser notado nas reuniões multidisciplinares, quando toda a equipe visita leito por leito.

O trabalho voluntário mostrou-se muito válido, onde estudantes através do curso feito pela OVG pode conseguir um trabalho voluntário, principalmente na ajuda com as famílias e nas UTIs.

Foi falada também a questão da perda da sensibilidade diante de tanto sofrimento, no qual foi nos pautado que nunca vamos acostumar com a dor, o que acontece seria o fato de cada dia ficarmos mais prontos para estar com a dor do outro, e assim servir de suporte, percebendo que o sofrimento de cada um se manifesta de forma diferente e isso nos ensina a respeitar e ser mais ético diante desse sofrer.

CONCLUSÃO

Em muitos

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