O ARTIGO DE PSICOLOGIA
Por: Sara • 20/12/2018 • 3.188 Palavras (13 Páginas) • 349 Visualizações
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Em cada estágio do desenvolvimento, há uma sobreposição de uma determinada atividade, que está vinculada aos recursos que a criança dispõe, no momento, para interagir com o ambiente. Com o decorrer dos estágios que compreendem o desenvolvimento da criança, surge de maneira descontínua, e com fortes contradições os conflitos resultantes das interações e das condições do meio, tendo em vista, que o conflito ocorre entre a atividade predominante de um estágio e a atividade predominante do estágio seguinte que podem se esbarrar de forma não harmoniosa, porém, uma necessita da outra para sua própria significação. Pois, a sucessão desses estágios se dá pela substituição de uma atividade por outra, eliminando umas e construindo outras, com novos mecanismos de relação.
A alteração de um estágio para o outro significa uma evolução mental, caracterizando-se como qualitativa por um tipo diferenciado de comportamento. A partir do momento que uma atividade de caráter predominante é substituída no estágio seguinte, além de promover ao ser humano novas formas de pensamento, de interação social e de emoções, ela direciona-se, ora para a construção do próprio sujeito, ora para a construção da realidade exterior.
“O meio é um complemento indispensável ao ser vivo. Ele deverá corresponder a suas necessidades e as suas aptidões sensório-motoras e, depois, psicomotoras...não é menos verdadeiro que a sociedade coloca o homem em presença de novos meios, novas necessidades e novos recursos que aumentam possibilidades de evolução e diferenciação individual. A constituição biológica da criança, ao nascer, não será a única lei de seu destino posterior. Seus efeitos podem ser amplamente transformados pelas circunstâncias de sua existência, da qual não se exclui sua possibilidade de escolha pessoal... Os meios em que vive a criança e aqueles com que ela sonha constituem a "forma" que amolda sua pessoa. Não se trata de uma marca aceita passivamente. (Wallon, 1975, pp. 164, 165, 167)
- A aprendizagem e o desenvolvimento das fases da inteligência.
O processo ensino-aprendizagem surge com um facilitador do ponto de vista afetivo tanto da criança como da adolescente, pois, ele é o processo pelo qual os indivíduos se abrem a expressão e discussão das diferenças, e permitindo assim que as mesmas sejam levadas em consideração, além de ser uma excelente forma de se ensinar e impor limites que facilitam a vida em comunidade garantindo o bem-estar a todos os envolvidos.
No processo de desenvolvimento os conceitos que regulam os recursos de aprendizagem são os mesmos, na criança e no adulto, porém com tempos e aberturas diferentes, passando por fases para alcançar a maturação.
• Do sincretismo para a diferenciação
Os primeiros contatos com uma nova experiência/aprendizagem caracterizam-se pelo sincretismo, ou seja, pela ‘mistura’, pela ‘confusão’, para posteriormente passar gradativamente para a diferenciação do mundo ao seu redor. O período do sincretismo caracteriza-se também pela imperícia, que logo mais será substituída gradativamente pela competência ao acompanhar o processo de diferenciação permitindo a aprendizagem.
• Imitação
Instrumento indispensável de aprendizagem para a criança, que tem por modelo: adultos, colegas, amigos, professores, e para o adolescente, em situações novas (professores antigos, colegas são modelos). O processo de imitação mantém uma relação dialética com o processo de oposição, iniciando-se com os jogos de alternância, avançando na fase do personalismo e continuando pela vida inteira.
• Acolhimento
Importante em qualquer idade: acolhimento da criança e do jovem pelo núcleo familiar, grupo de amigos, grupo de colegas, professores, pelo seu entorno. A sala de aula onde as crianças e os jovens passam a maior parte do seu tempo se torna uma oficina de relações é um espaço de acolhimento.
O processo de aprendizagem traz consigo uma bagagem de fluxos e refluxos, certezas e dúvidas, seguindo os mesmos caminhos do desenvolvimento é um processo em aberto, portanto sujeito a reformulações constantes e inesperadas. A aprendizagem é um processo lento e gradual, que dura a vida toda, a todo momento estamos sujeitos a novos conhecimentos, a novas culturas, o ser humano está sempre em busca do conhecimento, que se inicia pela busca de si e perpassa pela busca do conhecimento do mundo.
O processo ensino-aprendizagem só pode ser analisado como uma unidade, pois ensino e aprendizagem “são faces de uma mesma moeda” neste contexto, a relação interpessoal professor-aluno é um fator determinante. Esses atores são concretos, históricos, trazendo consigo a bagagem que o meio lhes ofereceu até então e estão em desenvolvimento, tendo em vista, que é um processo aberto e permanente para os envolvidos.
- Linguagem e comunicação.
Segundo Wallon antes do desenvolvimento da linguagem oral, as crianças se comunicam através da ação e interpretação do meio em que vivem, construindo assim suas próprias emoções, portanto o primeiro sistema de comunicação expressiva surge a partir do primeiro contato com o mundo material, ou seja, no momento do nascimento. Esse processo se dá por meio de trocas sociais como a imitação.
A imitação surge para a criança como uma imergente capacidade de socialização e de construção, pois, através da interação com o outro a criança cria laços e posteriormente deseja se diferenciar da figura do outro, formando gradativamente uma imagem de ‘ser único’.
Wallon, em suas análises constatou que o meio social possui um grande poderio de influência sobre a criança, ele acreditava com tanto fervor que sempre reafirmava que o social era indispensável para o desenvolvimento humano, tendo em vista, que a interação que a criança viria a ter com outros indivíduos contribuiriam para o processo de desenvolvimento.
Wallon ainda afirmava que, não apenas a linguagem, mas também a cultura é importantíssima para o processo evolucional do psiquismo da criança, a experiência da criança no mundo linguístico e cultural exploram sua criatividade e aperfeiçoam seus pensamentos e ações.
Com relação a identificação do meio material ao redor da criança, a utilização da linguagem é demasiadamente significativa, pois, através dela a criança consegue visualizar e desenvolver uma capacidade comparativa entre os demais objetos
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