História da Psicologia Moderna
Por: Jose.Nascimento • 5/8/2018 • 3.350 Palavras (14 Páginas) • 463 Visualizações
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Descarte nasceu na França, e frequentou uma escola jesuíta, onde estudou matemática e ciências humanas de 1604 a 1612, tinha também grande talento para filosofia, física e fisiologia. Porem, se dedicou ao estudo da matemática, e tinha profundo interesse em aplicar o conhecimento cientifico ás questões práticas. Descartes também antecipou o condicionamento em cachorros, 200 anos antes de Pavlov.
Certo dia acabou adormecendo e no seu sonho foi invadido pelo “espirito da verdade”, que o convenceu de dedicar o trabalho de sua vida, á aplicação dos princípios matemáticos e de toda a ciência, produzindo um conhecimento inquestionável. Duvidava de tudo, principalmente das doutrinas do passado, e passou a aceitar como verdade apenas aquilo que tivesse certeza absoluta.
O trabalho mais importante de Descartes para o desenvolvimento da psicologia moderna foi à tentativa de resolver o problema mente-corpo. Antes dele, a teoria predominante afirmava que a interação entre a mente e o corpo era unilateral, ou seja, a mente exercia grande influencia sobre o corpo, e o corpo exercia pouco efeito sobre a mente. Descartes aceitava essa posição, em sua visão, a mente e o corpo era composto de essências diferentes, mais ele se diferenciou ao dizer que a mente influencia o corpo, e é por ele influenciada, sendo assim a relação não era unilateral e sim mutua.
Depois dessa publicação de Descartes, os cientistas e filósofos passaram a atribuir maior importância ao corpo físico. A função atribuída à mente começou a ser considerada como função do corpo. Acreditava-se na mente como responsável não apenas pelo pensamento e pela razão, mais também pela reprodução, percepção e movimento. Descarte rebatia dizendo que a mente era responsável apenas pelo pensamento, e todos os demais processos eram funções do corpo.
Dessa forma, Descartes introduziu uma abordagem para a questão do problema mente- corpo, e concentrou á atenção na dualidade físico-psicológica, redirecionando a atenção dos pesquisadores, que passaram do conceito teológico abstrato da alma, para o estudo cientifico da mente e dos processos mentais. Passaram então a aceitar a mente e o corpo como duas entidades separadas.
Descarte foi influenciado pelo espirito mecanicista de sua época, refletido nos relógios mecânicos e nos autômatos. Quando descrevia o corpo humano, fazia referencia as figuras mecânicas, e comparava os nervos do corpo aos canos dos quais corriam agua, os músculos e tendões as engrenagens e molas. Os movimentos do autômato não resultavam da ação involuntária da maquina, mais sim de ações externas. A natureza involuntária desse processo refletia na observação de que os movimentos corporais muitas vezes, ocorrem sem a intenção consciente do individuo.
Devido a esse raciocínio, ele chegou a ideia do undulatio reflexa, ou seja, um movimento não comandado pela vontade consciente de se mover. Essa ideia faz parte do behaviorismo: Estímulo- Resposta (E-R), e por conta disso, ele passa ser definido como o autor da teoria do ato reflexo. Seu trabalho também serviu para a tendência da previsibilidade do comportamento humano, o modo de operação do corpo mecânico e como pode ser calculado, desde que os estímulos sejam conhecidos.
Antes de Descartes completar a sua teoria sobre a interação mente-corpo, precisou localizar o ponto onde o corpo e a mente se interagiam mutuamente. Ele acreditava que ambos se interagiam em apenas um ponto, e esse ponto era em uma parte dentro do cérebro, chamada de corpo pineal, ou conarium.
Essa doutrina de Descartes influencia no desenvolvimento da psicologia moderna, pois, para ele a mente era produtora de dois tipos de ideias: derivadas e inatas. As ideias derivadas surgem da aplicação direta de estímulos externos. Já as ideias inatas não são produzidas por objetos do mundo externo e sim desenvolvidas pela mente ou pela consciência. Entre as ideias inatas identificadas por ele, está Deus, o eu, a perfeição, o infinito.
Passado aproximadamente 200 anos da morte de Descartes, no final do século XIX, terminava o período da psicologia pré-científica, e o pensamento filosófico europeu, foi tomado pelo positivismo, doutrina que reconhece apenas os fenômenos naturais que são observáveis e objetivos. Essa doutrina foi à base do trabalho do filosofo francês Augusto Comte.
Comte começou uma pesquisa sistemática sobre o conhecimento humano, e rejeitava qualquer objeto de estudo de natureza especulativa, e dedutiva. Para ele a ciência não dependia mais das crenças religiosas e coisas não observáveis. Suas ideias eram tão respeitadas que o positivismo se tornou popular e dominante no final dos anos 1800.
A doutrina do materialismo, que considera os fatos do universo suficientemente explicado por termos físicos e pela existência da matéria, também sustentava o positivismo. O trabalho dos materialistas, relacionado com os processos mentais concentrava-se nas propriedades físicas, ou seja, nas estruturas anatômicas, e fisiológicas do cérebro.
Os filósofos defensores do empirismo também se preocupavam em descobrir como a mente adquiria o conhecimento, e afirmavam que ela evolui com o acumulo progressivo das experiências sensoriais. Dessa forma, o positivismo, materialismo, e o empirismo, se tornaram bases filosóficas para a nova ciência da psicologia. Porém, foi o empirismo foi o que desempenhou o papel principal.
Entre os empiristas britânicos, os principais são: John Locke, George Berkeley, David Hartley, David Hume, Stuart Mill, e John Stuart Mill.
John Locke (1632-1704) filósofo inglês e ideológico do liberalismo, foi considerado o principal representante do empirismo britânico. Seu trabalho mais importante para a psicologia foi o livro chamado: Ensaio sobre o entendimento humano [An essay concerning human understanding], que foi publicado em quatro edições, e marca o inicio formal do empirismo britânico.
O interesse principal de Locke está voltado para o funcionamento cognitivo, a forma como a mente adquire o conhecimento. Ele rejeitou a proposta de Descartes sobre a existência de ideias inatas, apresentando a ideia de que o ser humano nascia sem conhecimento prévio, ou seja a mente humana era como uma folha em branco, uma tabua rasa, que se preenchia por meio da experiência.
Locke admitia dois tipos de experiências: Derivada da sensação, e da reflexão. As ideias derivadas das experiências sensoriais direta com os objetos presentes no ambiente são simples impressões do sentido. Essas impressões operam na mente, fazendo uma reflexão para formar as ideias.
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