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Experiências de grupo - Bion

Por:   •  9/11/2017  •  1.511 Palavras (7 Páginas)  •  495 Visualizações

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que todos os integrantes do grupo, foram sinceros e exatos naquilo que diziam de não sentir hostilidade para com ele.

Bion menciona sentir-se frustrado quando um ou mais membros do grupo se caracterizam ausentes, desperdiçando assim o preparo do grupo em geral, quando todos se mostram preparados para dar o melhor de si, durante o encontro. Isso faz com que ele repense se a abordagem do grupo aos problemas vale realmente a pena, pois as mesmas passam a fornecer oportunidades para que a apatia e a obstrução se façam presentes, ao modo que não há o que fazer em relação a isso.

Os indivíduos que antes se esforçavam para solucionar seus problemas psicológicos, passam a hostilizar e ver com desdém os pacientes neuróticos e todos aqueles que desejam abordar os problemas neuróticos seriamente. O grupo possivelmente estará sendo liderado pelos dois ausentes, que passam a ideia que existem melhores formas de passar o tempo.

As suspeitas de que os atuais líderes do grupo não estão na sala começam a se confirmar quando Bion passa a observar um homem que fazia perguntas com um tom arrogante e a reação as respostas é uma certa incredulidade, uma mulher ao canto examina sua unha com certo desgosto.

Há alguns indivíduos que está preparado para efetuar algumas contribuições como provindas equivocadamente de si próprias, porém outros gostariam de fazer anonimamente. Se o grupo puder fornecer formas anônimas às contribuições, então serão lançadas as bases para um sistema bem sucedido de evasão e negação.

Bion (1975) requeriu uma mentalidade de grupo como o fundo comum ao qual as contribuições anônimas são feitas e através do qual os impulsos e desejos implícitos nestas contribuições são satisfeitos.

Espera-se que a mentalidade de grupo se distinguisse por uma uniformidade com a diversidade de pensamento existente na mentalidade dos indivíduos que contribuíram na sua formação. Deveria esperar que a mentalidade de grupo, se opusesse aos objetivos confessados dos membros individuais do grupo. E caso a experiência demonstre essa hipótese, preenche uma função útil, e outras características podem ser acrescentadas a partir da observação clínica.

Bion (1975) diz que os indivíduos que formam um grupo, esperam ter algum tipo de satisfação deste, no entanto, acabam por encontrar frustração produzido pelo próprio grupo. Isto ocorre porque há obstáculos que defrontam diretamente com uma das características de um indivíduo dentro de um grupo, que é a de contribuir anonimamente com o grupo de forma a satisfazer os impulsos que desejam, e é exatamente onde se dá a frustração, pois, faz parte “da natureza dos grupos negar certos desejos satisfazendo outros [...]” (BION, 1975, p. 46). Apesar disso, Bion ainda considera essencial o grupo para a realização da vida mental, pois, o grupo tem um potencial que pode fornecer ao indivíduo satisfação há um certo número de necessidades de sua vida mental que este pode possuir.

Para cada indivíduo conseguir satisfazer suas necessidades dentro de um grupo, perante o desafio da mentalidade de grupo, no que diz respeito ao grupo satisfazer apenas alguns desejos, o grupo elabora uma cultura de característica própria. Considerando que para Bion tal cultura diz respeito apenas à estrutura que o grupo atinge, à organização que adota. Uma das estruturas mais simples e comuns de cultura de grupo é a de ‘líder e seguidores’.

À partir dos conceitos de Cultura de Grupo, Mentalidade de Grupo e Necessidades Individuais, Bion utiliza o termo “Tríade” para indicar que em todo grupo há uma ação recíproca entre estes três conceitos. Um exemplo que Bion utiliza para esclarecer este termo ocorre quando ele diz que o comportamento de um indivíduo pode ser interpretado como comportamento de todos.

[...] o grupo se sente assim ou assado, quando na realidade, apenas uma ou duas pessoas pareceriam fornecer, através de seu comportamento, justificativa para tal afirmação, se, na ocasião de assim comportar-se, o grupo não mostrar sinais exteriores de repudiar a liderança que recebe. (BION, 1975, p. 50).

CONCLUSÃO

Considerando o capítulo 2 do livro Experiências com grupos: os fundamentos da psicoterapia de grupo de W. R. Bion, conclui-se que o autor considera essencial o grupo para a realização da vida mental, pois ele pode fornecer ao indivíduo satisfação a certo número de necessidades de sua vida mental que este pode possuir, sendo que a maneira como o sujeito faz estimativas sobre o grupo é um assunto muito importante porque é a partir destes juízos que emergem ou sucumbem a vida social dele, ou seja, é imprescindível esta relação para o desenvolvimento de uma cultura.

REFERÊNCIAS

BION, W. R. Experiências com grupos: os fundamentos da psicoterapia de grupo; tradução

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