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Diario de Campo

Por:   •  5/4/2018  •  5.233 Palavras (21 Páginas)  •  364 Visualizações

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Ao envelhecermos passamos por alterações físicas, psicológicas e sociais que podem trazer limitações e declínio de capacidades funcionais. Tais alterações podem ser prevenidas e resgatadas através de ações que promovam o envelhecimento ativo tais como alimentação saudável, atividade física, estímulo da mente e integração social.

Neste contexto foi criado o Centro Dia de Atenção à Pessoa Idosa - incluído na Política Nacional do Idoso - com o objetivo de proporcionar um envelhecimento saudável e a manutenção da máxima capacidade funcional do indivíduo pelo maior tempo possível.

Entre as diversas modalidades de atendimento previstas na Política Nacional de Assistência Social e na Política Nacional do Idoso, o Centro Dia caracteriza-se como um espaço destinado a proporcionar acolhimento, proteção e convivência a idosos semi-dependentes, cujas famílias não tenham condições de prover estes cuidados durante todo o dia ou parte dele.

O Centro Dia do Idoso, em consonância com a Política de Assistência Social, é um equipamento destinado a ofertar o serviço da Proteção Social Especial de Média Complexidade, classificado como Serviço de Proteção Social Especial para Pessoas com Deficiência, Idosas e suas Famílias na Tipificação Nacional dos Serviços Socioassistenciais, aprovada pelo Conselho Nacional da Assistência Social, conforme resolução nº 109, de 11 de novembro de 2009:

O serviço tem a finalidade de promover a autonomia, a inclusão social e a melhoria da qualidade de vida das pessoas participantes. Deve contar com equipe específica e habilitada para a prestação de serviços especializados a pessoas em situação de dependência que requeiram cuidados permanentes ou temporários. A ação da equipe será sempre pautada no reconhecimento do potencial da família e do cuidador, na aceitação e valorização da diversidade e na redução da sobrecarga do cuidador, decorrente da prestação de cuidados diários prolongados.

Até pouco tempo atrás as opções para os idosos que precisavam de cuidados durante o dia eram os familiares e cuidadores ou a institucionalização em asilos. A modalidade Centro Dia ainda é pouco conhecida. Além de proporcionar atividades a idosos autônomos e independentes, atende também idosos com Doença de Alzheimer, Depressão, Mal de Parkinson, seqüelas de AVC e outras, evitando a institucionalização precoce.

A assistência multiprofissional em Centro Dia tem comprovado um impacto positivo sobre a capacidade funcional de idosos, revelando ser uma modalidade de assistência promissora na melhora funcional do idoso, mantendo o vínculo familiar e social.

Diário de Campo

A escolha da instituição Centro Dia Guadalupe foi empreendida após incessantes tentativas de visitação à Associação de Assistência à Criança Deficiente – AACD, na qual conseguimos contato com a psicóloga do local que ficou de conseguir autorização para a nossa ida a fim de executar o trabalho de Psicologia Comunitária, porém sem sucesso. Foi então que, após uma pesquisa na internet de instituições potenciais para o mesmo fim, localizamos essa instituição por apresentar características inovadoras na assistência ao idoso e por revelar ser uma modalidade de assistência promissora na melhora funcional do idoso, mantendo o vínculo familiar e social sem deixar de prover suas necessidades básicas essenciais diárias.

Após a escolha do local fizemos um contato telefônico na tarde de quinta feira, pré-feriado, dia 24 de Março, com a própria psicóloga e agendamos uma visita às 13 horas da segunda feira da semana subsequente ao local situado na Rua Vespasiano, número 592, Vila Romana, um bairro localizado na zona oeste da cidade, que faz parte da Lapa, um distrito de São Paulo.

Era começo da tarde de segunda-feira, o céu azul com poucas nuvens e o sol escaldante sob nossas cabeças acompanharam nossos passos por trinta e cinco minutos na caminhada da Universidade até a instituição. O termômetro marcava 30graus.

A instituição escolhida, Centro Dia Guadalupe,é situada em um bairro nobre e diversas casas de médio porte rodeavam a instituição. Um portão de ferro de cor branca tomava toda a fachada discreta e sem qualquer identificação externa. Havia um silêncio que denunciava a característica calma que identificamos logo ao entrarmos. Ainda na calçada procuramos uma campainha e antes que encontrássemos avistamos através do portão, que separava a calçada da entrada, no canto esquerdo, uma porta aberta com uma rampa de frente para ela que ia da entrada até o que parecia ser um andar superior, um sobrado. Nele, duas pessoas subiam quando chegamos ao portão. Uma mulher morena, de cabelos encaracolados e presos, colete azul por cima da roupa deixava a mostra osímbolo da prefeitura de São Paulo bordado nas costas segurava uma mulher de estatura pequena e cabelos brancos e pele enrugados pelos braços que subia com aparente dificuldade a rampa olham para trás em direção a porta aberta após uma de nós chamá-la e solicitar a Marília.

Ao aguardarmos que abrissem o portão tivemos tempo para observar o espaço externo da instituição que era coberta e por tal oferecia sombra à calçada amenizando o calor que sentíamos ao chegar. Encostado no portão havia três vasos de plantas aparentemente não frutíferas, o vaso maior continha uma planta que atingia mais ou menos um metro e cinquenta de altura, as outras duas eram menores e se encontravam enfileiradas. Encostada aos três vasos uma bicicleta de cor preta contribuía para a impressão pacata que nos dava o local.

Depois de alguns minutos uma mulher que depois identificamos pelo nome de Marcela, a assistente administrativa, veio em nossa direção com um sorriso aberto e simpático. Ela não usava o mesmo colete que vimos na mulher anterior, vestia uma blusa de manga curta e calça jeans azul sem qualquer objeto que a identificasse como funcionária. Solicitou-nos que fôssemos até o lado direito onde se encontrava a entrada após solicitarmos, novamente, a psicóloga Marília. Deslocamo-nos então até a entrada e contornamos uma meia parede de tijolinhos vermelhos que formava um corredor no qual tinha passagem para o lado externo dos fundos da casa. Ao lado dessa mureta plantas em três vasos rasteiros acompanhavam toda a sua extensão.

Ao lado da porta,que avistamos aberta ao chegarmos, uma janela de vidro fechada pegava quase toda a parede, embaixo dela havia um banco de madeira de mais ou menos um metro de comprimento de cor branca no qual fomos convidadas a sentar enquanto esperávamos ser atendidas pela psicóloga.

À

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