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Coringa: O Sorriso de um Psicopata

Por:   •  29/8/2018  •  7.043 Palavras (29 Páginas)  •  397 Visualizações

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Escolhemos mídias mais atuais para tornar os elementos dessa pesquisa menos distantes para as pessoas, pois essa é uma realidade muitas vezes embaçada. Além disso, filmes são uma alternativa boa de ensino, já que usa-se uma linguagem mais aceitável, tornando o aprendizado mais prazeroso que em aulas convencionais. (MAIA et al, 2005).

Por fim, tentamos, nesta pesquisa, fornecer mais informações sobre os transtornos de personalidade, um assunto não muito bem difundido no senso comum, e que produz muita confusão. Achamos importante chamar atenção para o modo que os sanatórios e locais semelhantes desumanizam os indivíduos, que foram simplesmente enterrados pela sociedade que os exclui. Dessa forma, esse estudo é importante para haver melhor entendimento sobre tais assuntos, deixando a generalização para trás.

2. INTRODUÇÃO

A psicopatologia é a área de conhecimento que pertence ao campo epistêmico da Medicina. (SCHWARTZMAN, 1997). Ela divide a vida mental em funções da psique, e estuda as alterações da consciência, como dissociação, fenômenos alucinatórios, delírios, os quais podem ser mais bem visualizados em filmes (MAIA et al, 2005). “O termo ‘psicopatologia’ encontra-se associado a um grande número de disciplinas que se interessam pelo sofrimento psíquico.” (CECCARELLI, 2003, p. 14).

Tem-se que a psicopatia é um Transtorno de Personalidade estudado pela psicopatologia, e é caracterizada por aspectos de afeição e relacionamento e características comportamentais que desviam do padrão, e não estão limitadas a pessoas presas ou forenses, entretanto pouco se sabe sobre sua origem e desenvolvimento. (WANGBY; BERGMAN; MAGNUSSUN, 1999; WILKOWSKI; ROBINSON, 2008). Para Hauck Filho, Teixeira e Dias (2009), a psicopatia é complexa, envolve comportamentos e personalidade, que podem ser manifestados em contextos sociais específicos. Tal fato acaba tornando difícil a criação de medidas e instrumentos para avaliar comportamentos da psicopatia, mesmo existindo meios para avaliação de psicopatas em entrevistas. (ZOLONDEK et al, 2007).

Os psicopatas, como possuem uma deficiência empática e são desprovidos de emoção, não conseguem perceber a emoção no outro, o que faz com que não ponderem sobre os efeitos de suas atitudes. São indivíduos frios, com afetividade pouco elaborada. Como os praticantes de esportes radicais, não se sentem ansiosos em situações de risco, mas a diferença é que suas atitudes podem prejudicar outras pessoas, além de não existir uma recompensa positiva em seus comportamentos. Se os seus interesses forem contra os da sociedade, poderão infringir leis e regras para obter o desejado, o que acaba associando fortemente tal transtorno ao sistema penitenciário e torna importante a precisa identificação do mesmo. (SUECKER, 2005; LEWIS, 2005 apud GOMES; ALMEIDA, 2010).

Cleckley (1976) lista dezesseis características que podem ser observadas na psicopatia: 1. Charme superficial e inteligência; 2. Ausência de delírios e irracionalidade; 3. Falta de nervosismo; 4. Não confiabilidade; 5. Tendência à mentir; 6. Ausência de remorso ou vergonha; 7. Comportamento antissocial; 8. Falta de juízo; 9. Egocentrismo e incapacidade de amar; 10. Poucas reações afetivas; 11. Perda do insight; 12. Falta de reciprocidade nas relações interpessoais; 13. Comportamento fantasioso e não-convidativo; 14. Ameaças de suicídio; 15. Vida sexual impessoal; 16. Falha em seguir um plano de vida.

Kaplan, Sadock, Grebb (2002) afirmam que na maioria das vezes, alguns sintomas da psicopatia podem ser observados na infância e adolescência, geralmente comportamentos agressivos denominados Transtornos de Conduta. Há uma tendência de a psicopatia causar problemas na vida do próprio indivíduo e de pessoas a sua volta, ás vezes podendo afetar até mesmo sociedade em que está inserido.

Essas consequências na sociedade podem ser vistas na relação entre o psicopata e sua vítima, na qual pode ocorrer uma síndrome chamada Síndrome de Estocolmo, que possui três características que a melhor descrevem, sendo elas manifestadas por indivíduos envolvidos em um evento crítico; sentimentos positivos da vítima em relação àquele que a capturou; sentimentos positivos do captor em relação à policiais e outras autoridades que cuidam do caso. (CASOY, 2014).

Descreve-se a síndrome de Estocolmo como um estado psicológico em que a vítima desenvolve sentimentos por seu sequestrador, como lealdade, gratidão ou até mesmo amor. É um mecanismo de defesa do corpo como uma estratégia de sobrevivência, causado pelo medo, que leva a uma forte submissão e dependência sem que o indivíduo perceba a situação em que se encontra. (MELO; CASSINI; LOPES, 2011). Consiste, portanto, nas relações de torturador-vítima nas quais há vínculos transferenciais, em sua maioria graças às estratégias de sedução do torturador com suas vítimas. (MARTIN, 2005).

A vítima pode identificar-se com o seu torturador até o ponto de sentir "amor" por ele. Os sentimentos de culpabilidade podem ser intensos, tanto nesse caso como naqueles em que a vítima foi "quebrada", ou simplesmente pelo fato de ter sobrevivido, enquanto os outros morreram. (MARTIN, 2005, p. 445).

Considerando a psicopatia como um dos Transtornos de Personalidade, segundo o CID-10 (2015), o Transtorno de Personalidade é uma perturbação grave na constituição do caráter e dos comportamentos do indivíduo, sendo considerado como uma anomalia no desenvolvimento psíquico, comumente manifestado no relacionamento interpessoal. “Os transtornos de personalidade são condições psiquiátricas complexas e possivelmente ainda pouco entendidas diante dos conhecimentos e possibilidades da medicina atual.” (LOVATO, 2011, p. 314). É importante deixar claro que os transtornos de personalidade não são doenças, mas sim alterações no desenvolvimento psicológico, as quais afetam a integração psíquica e causam no indivíduo distancia dos padrões considerados normais, principalmente em relacionamentos e no ambiente a sua volta. (KAPLAN; SADOCK; GREBB, 2003; LARANJEIRA, 2007).

Para Morana, Stone e Abdalla-Filho (2006), o comportamento dentro do Transtorno de Personalidade é estrondoso e suas atitudes podem ser incoerentes, caracterizadas por uma necessidade imediata de satisfação. As pessoas que possuem transtornos de personalidade se envolvem, geralmente, em atividades criminosas, principalmente aqueles que apresentam características antissociais, sendo que este transtorno específico é marcado por uma indiferença aos sentimentos alheios, e quando essa indiferença se mostra em um grau elevado,

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