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Analise do filme kaspar Hauser

Por:   •  21/1/2018  •  1.261 Palavras (6 Páginas)  •  292 Visualizações

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A exclusão social a que Hauser foi exposto não o privou apenas da fala, mas de uma série de conceitos e raciocínios. Enquanto aprisionado não conseguia discernir sonhos da realidade. Sua percepção era muito limitada. Ao se defrontar com a sociedade da época, ele próprio se vê em um mundo estranho. Para entender seu comportamento é preciso, na perspectiva da Gestalt, entender o ambiente da mesma forma que ele, através de sua percepção e sua subjetividade. Seu comportamento dependia de experiências anteriores. Kaspar Hauser não tinha comportamento porque não teve essas experiências anteriores. A forma diferente como percebia a realidade era suficiente para ser visto como estranho, chegando a ser exibido como criatura estranha em um circo local. Ele próprio sentia-se estranho sem compreender a realidade como esperavam que compreendesse.

Os objetos eram percebidos por Hauser de forma diferente do que a prática social definia previamente, ou seja, Hauser estava despido dos “filtros” e estereótipos culturais que condicionam a percepção e o conhecimento. Assim, o processo de conhecimento da realidade é regulado por uma contínua interação de práticas culturais, percepção e linguagem.

O homem transforma-se de biológico em sócio-histórico, num processo em que a cultura é parte essencial da constituição da natureza humana ... não podemos pensar o desenvolvimento psicológico como um processo abstrato, descontextualizado ... pois está baseado fortemente nos modos socialmente construídos de ordenar o real” (Oliveira, 1997, p. 24).

Hauser não tinha o componente cognitivo, não tinha representações, crenças, pensamentos relativos sobre algo porque não tinha interagido com ninguém até então. Por não ter o componente cognitivo sobre uma idéia, não tinha também o componente afetivo, se gostava ou não de alguma coisa; sendo esse componente o mais característico das atitudes sociais. Assim, como Hauser não tinha pensamentos sobre algo e nem se gostava ou não sobre isso, não tinha o comportamento; porque o comportamento é um componente que é coerente com cognições e afetos relativos aos objetos atitudinais. Não tinha atitude. A atitude revela o que sente, o que pensa e então isso predispõe uma ação, um comportamento; Hauser não sentia, não pensava e por isso não tinha nenhuma reação frente as pessoas. A falta de contato com outro ser humano fez com ele crescesse sem referenciais, sem hábitos, desconhecendo as regras sociais, e por isso não externalizava nenhum comportamento.

Concluímos assim, que a “humanização” do indivíduo, entendida como socialização, não é uma decorrência biológica da espécie, mas conseqüência de um longo processo de aprendizado com o grupo social. É nele que o indivíduo constrói sua percepção, suas estruturas mentais, assimila o conjunto de hábitos e costumes, aprende as regras, os “filtros” e a viver em sociedade.

Referencias bibliográficas:

BECKER, F. Modelos pedagógicos e epistemológicos. Disponível em http://www.marcelo.sabbatini.com/wp-content/uploads/downloads/becker-epistemologias.pdf acesso em 12/04/2017 às 14 horas.

DAVIS, C. Oliveira, Z.M.R. A Construção Social do Sujeito in DAVIS, C. Oliveira, Z.M.R Psicologia na Educação. São Paulo: Cortez, 2010 3ª Ed.

MOREIRA, B. M.; MEDEIROS, C. A. Princípios básicos de análise do comportamento. Porto Alegre: Artmed, 2007.

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