ANáLISE DO FILME - NISE O CORAÇÃO DA LOUCURA
Por: Juliana2017 • 13/12/2018 • 4.341 Palavras (18 Páginas) • 414 Visualizações
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2 - ESTUDO DE CASO: A ANDARILHA
Este estudo de caso relata bem como é de fundamental importância, observarmos e analisarmos todo o contexto de vida do sujeito necessitado dos cuidados da saúde mental, para melhor compreendermos e acolhermos esse indivíduo com as suas necessidades para um melhor atendimento, no entanto o relato não aprofunda bem toda a vivencia e as emoções relatadas pela paciente, em alguns momentos o texto relatado nos dar, uma impressão ríspida e até grosseira das informações de forma insignificante como ser humano, porém podemos observar várias características e compreender o que a leva ao descontrole dos seu comportamentos e o quanto isto lhe traz o sofrimento. Uma observação que faço como crítica é a não identificação ou seja a falta do nome desse paciente mas como é um estudo de caso talvez isso não seja relevante no entanto também não humanístico pois se trata de um indivíduo e devemos trata-la pelo nome não simplesmente com uma mulher de 49 anos. Enfim percebe-se todo o processo traumático vivido por esta senhora e o quanto todos os fatos traumáticos afetaram significativamente em seu desenvolvimento psíquico social, tendo como consequência a dependência do álcool e todo o seu descontrole psicológico gerando assim toda as dificuldades do seu convívio social, em contra partida podemos observar também as suas habilidades funcionais. O texto descreve também como funciona o amparo quando se trabalha em rede quando citado: ("Em determinado momento fizemos parceria com o CAPS pra que ela pudesse tomar banho lá antes de voltar para casa, quando estivesse nessa situação. Também fizemos parceria com o CRAS para verificar algum recurso de renda e ampliar seu ponto de apoio na rede de cuidado do território").
No entanto também mostra o descaso e preconceito dos demais serviços públicos quando citado: ("Em um momento mais grave da situação familiar, quando a filha se recusava a recebê-la em casa, precisamos buscar uma unidade de acolhimento para adultos, que recusou recebê-la alegando não ter vaga, mas após longas conversas ficou claro o receio da unidade com relação a uma paciente alcoolista e “da saúde mental").
Diante de todos pressuposto aqui apresentados e analisados conclui-se o quanto é difícil e só com muito trabalho árduo de forma humanística e respeitosa podemos trabalhar para melhor desenvolver um cuidar diferenciado e com bons resultados, mas para isso a diversos mecanismo de como melhor trabalhar esse atendimento necessariamente com a contribuição fundamental de todos os profissionais envolvidos nessa atmosfera "O cuidar da Saúde Mental".
Observação com a análise da apostila Urgência e Emergência em Saúde Mental esse processo será melhor explicado...
3 - RESUMO DA APOSTILHA URGÊNCIA E EMERGÊNCIA EM SAÚDE MENTAL
Trabalhar com saúde mental é estar disponível para receber do outro aquilo que mais lhe causa sofrimento: a eclosão psicótica, o uso prejudicial de drogas, o adoecimento infantil, os processos depressivos severos, os ataques de pânico e Ansiedade, as dores, delírios, alucinações etc.
O contato com essas experiências exige uma postura profissional amparada em alguns norteadores éticos, conceituais e práticos:
A contextualização histórica dos sentidos da “loucura” e da própria saúde mental;
O domínio das tecnologias leves de cuidado;
A necessidade da articulação em rede.
Existem momentos na vida onde a questão de saber se se pode pensar diferentemente do que se pensa, e perceber diferentemente do que se vê, é indispensável para continuar a olhar ou a refletir. (FOUCAULT, 1984, p. 10
Enquanto profissionais da Saúde Mental, quais os riscos de ignorar os processos históricos do nosso campo de trabalho?
Dentre os principais estão a crença em verdades absolutas e a naturalização de determinadas práticas. Exemplo: “Loucos são perigosos, é natural que sejam mantidos isolados do resto da sociedade”. Olhar para a história, para suas contradições e mudanças, ajuda a colocar nosso olhar em perspectiva. Nesse sentido, lançamos mão da história – da loucura, das práticas de tratamento, dos conceitos, das ciências etc. – para desnaturalizar nosso modo de pensar e de trabalhar.
Desnaturalizar significa contextualizar o que é posto como natural, mostrando que aquilo que parece natural foi em algum momento construído em resposta a determinadas necessidades e interesses. Se o sentido da loucura não fosse radicalmente questionado ao longo dos séculos, hoje não estaríamos aqui estudando sobre Saúde Mental. Um dia, talvez nos envergonharemos de no século XXI ainda buscarmos a internação psiquiátrica para alguns pacientes em sofrimento psíquico, de forma naturalizada. Mas até o momento presente, com a fragilidade da rede substitutiva ao hospital psiquiátrico, essa prática ainda é recorrente.
A construção diagnóstica atual é efeito de um cenário de disputas científicas, onde um paradigma mais voltado para manuais de classificações (DSM) sai vencedor. E que na contramão desse processo de Automatização do diagnóstico, os norteadores da Atenção Psicossocial nos ajudam a utilizar o diagnóstico em favor do projeto terapêutico dos pacientes, no lugar de reduzi-los a um código ou sigla.
Os diferentes desdobramentos do Movimento da Reforma Psiquiátrica e a promulgação da Lei 10.216/2001 nas práticas atuais em saúde mental, no que tange: ao tratamento, à diretriz da atenção integral, à concepção de crise, urgência, emergência, bem como à organização do modelo de cuidado territorialidade e em rede.
Os contextos sociopolíticos e econômicos que possibilitaram a naturalização da prescrição indiscriminada de medicações, a cultura da medicação no senso comum e seus efeitos na forma de compreender e tratar o sofrimento psíquico.
Os efeitos atuais da herança de um modelo que relegou o tratamento da infância e adolescência com transtorno mental ao assistencialismo. Bem como os efeitos da entrada tardia da pauta da infância e adolescência com transtorno mental na agenda da saúde mental, mesmo após a reforma psiquiátrica.
A multiplicidade do conceito de família em contraposição a uma lógica de família mononuclear burguesa defendida ao longo da história como única estrutura aceitável. A desconstrução
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