ANÁLISE DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA BRASILEIRA NO PERÍODO 2000-2004 E IMPLICAÇÕES SOCIAIS E ÉTICAS DA AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA
Por: Evandro.2016 • 2/6/2018 • 1.691 Palavras (7 Páginas) • 389 Visualizações
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A partir do estudo dos testes psicológicos na produção científica brasileira nos anos de 2000 e 2004, espera-se poder traçar um panorama geral da utilização desses testes no contexto atual da produção de artigos científicos, notadamente, a prevalência do seu uso, a forma como são abordados bem como aspectos demográficos e institucionais vinculados à elaboração dos artigos analisados. Tendo como objetivo principal a verificação da expressividade do uso dos testes no cenário nacional, analisando particularmente a produção de artigos científicos na área da Psicologia. A partir de tal análise, busca-se examinar o predomínio da utilização dessa ferramenta, bem como as especificidades demográficas e institucionais relacionadas ao interesse dessas produções. Também levando em consideração os objetivos específicos dentro desse contexto, que foram: analisar a proporção que há entre as publicações de outras temáticas e as que envolvem os testes psicológicos; analisar a natureza (teórica ou empírica) desses artigos; verificar como se distribui a produção quanto ao tipo de instituição (federal, estadual, privada, etc.) bem como observar quais são as instituições que mais têm artigos direcionados aos testes psicológicos, e, finalmente, observar a predominância dos autores quanto ao sexo, analisando também as frequências de autoria única e coautoria na elaboração desses artigos.
A fim de enriquecer a pesquisa sobre a eficiência e validação dos testes psicológicos, foram analisados 1182 artigos, sendo a média de artigos analisados, por revista, de 65,7. Para a seleção dos artigos, foi acessada a base de artigos Periódicos Capes. Nesta, os títulos podem ser elencados conforme a disciplina de interesse. Desse modo, selecionou-se a área de Psicologia, o que disponibilizou uma série de periódicos, dos quais foram selecionados apenas os brasileiros. Um a um, em cada periódico, foram analisados todos os artigos, compreendidos entre os anos 2000 e 2004, que se encontravam disponíveis no período da coleta que foi do dia 03 a 16 de fevereiro de 2005. Os resultados encontrados foram distribuídos em três partes Na primeira delas, encontra-se a descrição geral dos artigos que consideram testes psicológicos; na segunda, é demonstrado como essa produção se distribui em termos geográficos e institucionais; na terceira, são apresentados alguns dados sobre a natureza da autoria desses trabalhos. Tendo como conclusão que, para cada artigo que considera algum teste psicológico, há quatro que não lidam com nenhum teste desse tipo.
Por fim, pode-se concluir que tanto uma análise da utilização dos testes em outros contextos como a inclusão dos artigos indisponíveis no formato eletrônico, no momento da coleta, certamente favoreceriam uma estimativa mais acurada e ainda mais próxima da realidade bem como uma visão mais completa de seu status no quadro atual da Psicologia brasileira. Verifica-se que a prática da AP é delicada, pois envolve difíceis decisões considerando os seres humanos com igualdade, sem discriminação e ao mesmo tempo, diferentes psicologicamente. Implica planejamento prévio considerando demanda e fins, e ainda levar em consideração a complexidade de cada técnica bem como seus limites. Portanto, os profissionais da área sempre estiveram alinhados às práticas com olhar ético, embasados nos direitos humanos. Pode-se afirmar, por conseguinte, que o cenário de uma adequada utilização dos testes psicológicos no Brasil, ainda é embrionária, tal como também observado em estudos anteriores (Hutz; Bandeira, 1993; Noronha; Primi; Alchieri, 2004). Ainda podendo afirmar que a finalidade inicial dos testes psicológicos é a coleta de informações sobre a realidade e, nesse sentido, é coerente que as pesquisas busquem predominantemente enfocar a utilização dos testes nessa perspectiva, sendo a utilização destes um caracterizador marcante na história da Psicologia. Com isso, o conhecimento advindo com base em testes, uma vez que estes sejam válidos e precisos, é confiável, pois se baseia essencialmente em evidências empíricas e não apenas em meras especulações.
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