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A Velhice

Por:   •  3/12/2018  •  5.652 Palavras (23 Páginas)  •  382 Visualizações

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a equidade entre os regimes dos trabalhadores da iniciativa privada e dos servidores públicos”

Considera-se que os principais fatores que influem negativamente no processo de envelhecimento são:

• Privação de uma atividade ocupacional; condenação à passividade: a aposentadoria, às vezes, mais do que um direito adquirido, é uma verdadeira condenação social e econômica;

• Doenças físicas e enfraquecimento corporal;

• Lentidão das funções psíquicas;

• Diminuição ou exclusão das atividades prazerosas e agradáveis da vida;

• Medo diante da aproximação da morte.

Teorias sobre o processo de envelhecimento

Desde a Antigüidade, a atenção dos pensadores e dos povos voltou-se para temas como as causas do envelhecimento, como prolongar a vida, a busca de processos de rejuvenescimento ( a fonte da eterna juventude).

Nos países desenvolvidos, as pessoas idosa gozam de um estado de saúde muito bom, vivem com grande autonomia de ação no que se refere à família e à comunidade. A pobreza, a desnutrição e as endemias envelhecem e tornam vulnerável um grande número de idosos.

Assim como a velhice foi comparada à enfermidade, é comum algum tipo de analogia entre a criança e o idoso. A velhice levaria a uma situação mental semelhante à da infância, como os romanos diziam: senectus est altera pueritia( a senectude é uma outra infância).

Na atualidade, as teorias genéticas afirmam que o ciclo vital, seja de uma célula ou organismo, é geneticamente determinado. Os genes contêm a informação ou o programa que determina a cor dos olhos ou dos cabelos. Essas teorias são em parte comprováveis, dada a existência, em meios sociais e econômicos semelhantes, de famílias de pessoas com vida mais longa e envelhecimento mais tardio.

Segundo outras teorias biológicas (não genéticas), o envelhecimento é produto do acúmulo progressivo de elementos tóxicos em células e órgãos, que acabam por interferir na função destes. A perda da elasticidade da pele e dos músculos seria um exemplo a favor de tal afirmação.

Para esses autores, o afastamento progressivo das atividades é um passo necessário de preparação para a morte. Na interação social, ocorrem três modificações: menor interação, limitação dos objetos desta e preocupação consigo mesmo. Consideram que o afastamento ou desapego é um processo universal comum a todas as culturas e a todos os tempos históricos, que se apóia no declínio inevitável das funções psíquicas e corporais e, por seu caráter intrínseco, está levemente condicionado pelo social. Para eles, no envelhecimento normal há um distanciamento recíproco entre o indivíduo, que fica cada vez mais velho, e o sistema social ao qual pertence. O afastamento leva a um envelhecimento equilibrado e prazeroso, por isso consideram satisfatória a distância mutuamente adotada entre a pessoa que envelhece e a sociedade.

Observamos que essas teorias do envelhecimento apresentadas trazem elementos importantes para a compreensão da velhice, embora parciais. Consideramos, porém, que algumas, com sua visão voltada para o biológico ou para o sociológico, desvirtuaram a compreensão psicológica desse estágio evolutivo.

Segundo o modelo deficitário, de cunho biologista, a velhice é sinônimo de deterioração física, e o problema psicológico da velhice gira portanto, exclusivamente, em torno dessas mudanças. O modelo de cunho sociológico, que interpreta os idosos como um grupo social marginalizado, considera o perfil de personalidade do idoso um produto da desvalorização e da marginalização da sociedade.

Modificações corporais

As modificações corporais são mais notórias entre os 75 e os 80 anos ( involução ou decrepitude). Perde-se mobilidade, agilidade e autonomia; seus movimentos são, em geral, mais desajeitados. A preocupação com o corpo e o declínio físico manifesta-se claramente nas conversas das pessoas idosas. Predominam os comentários sobre doenças, acidentes, operações, funcionamento intestinal, ingestão de alimentos. É uma temática que as une por serem da mesma geração e é também um dos motivos que em parte isola-as do restante de seus congêneres.

A vida sexual do idoso

Muitos encaram o idoso como alguém sem capacidade sexual, um impotente. Outros consideram perversa toda atividade sexual do ancião (“essas não são coisas de velho”) e ridícula toda expressão de amor entre eles (“é uma época para as dores, e não para os prazeres”). São afirmações errôneas e preconceituosas, pois o idoso mantém tanto o interesse ou desejo sexual quanto atividade sexual, embora com menor intensidade e frequência. Esse posicionamento consensual, por sua vez, é sustentado, no mundo contemporâneo, com a força e a penetração da publicidade, que mostra a sexualidade como monopólio da juventude, reservada a pessoas jovens e bonitas, como é revelado pelas propagandas.

O interesse e a atividade sexuais não cessam com a idade, pois se mantêm como uma condição legítima e importante da vida e como fonte de prazer, de comunicação e de amor mutuo.

Não podemos deixar de lembrar que o amor autêntico não se extingue com a impossibilidade do encontro corporal e, portanto, qualquer pessoa, até o final da vida, é capaz de amar e ser amada.

Modificações de personalidade

As modificações corporais anteriormente mencionadas favorecem a constante modificação da imagem física. Os ajustes são acompanhados de sentimentos depressivos de perda e temores pela crescente vulnerabilidade e lentidão do corpo para adaptar-se às exigências do meio. Isso diminui a auto-estima, o que leva os idosos a negar o envelhecimento ou a atribuir todos os seu problemas a dores físicas, projetando todos os seus conflitos e inseguranças no corpo (tendência à hipocondria).

Marta Leonor Méndez, seguindo o modelo de Arminda Aberastury sobre os lutos da adolescência, propõe os quatro lutos básicos da velhice descritos a seguir:

1 O luto pelo corpo potente. É uma tomada de consciência do declínio físico.

2 O luto pelo papel paternal. Ocorre quando o papel de tipo paternal, ou a generatividade a qual se refere Erikson, não pode ser desempenhado total ou parcialmente devido a impedimentos

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