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Síntese do texto “A construção e a Reconstrução da Velhice: Família, Classe Social e Etnicidade”

Por:   •  6/7/2018  •  1.968 Palavras (8 Páginas)  •  427 Visualizações

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assim como o desemprego e a aposentadoria precária.

Mostrando uma análise de como os idosos vivem a velhice, o que Debert chama de “representações dos atores sociais”, temos a de Philippe Ariès (1983). Este diz que a geração nascida em meados do século XIX, chegou à velhice rompendo com o estilo de vida e costumes da idade adulta. Os filhos dessa geração, a chamada “geração do progresso”, buscou não envelhecer e manter as ocupações que tinham durante a idade adulta. Já os nascidos entre 1910 a 1920, chegaram à velhice não renegando esta condição aproveitando-a, o que culminou em um mercado especializado para esse público que acabou por segrega-los da sociedade.

Debert afirma que os estudos acerca das relações entre adultos e idosos nas sociedades anteriores dizem pouco e que a visão negativa entre modernização e envelhecimento é revista pelos teóricos e apresenta os estudos de Sally F. Moore (1978), Pamela T. Amoss (1981) e de Latim (1977) que se utilizando de diferentes sociedades como objeto de estudo e desmistifica a ideia de no passado os idosos tinham um papel privilegiado na sociedade.

Na tentativa de definir a velhice nas sociedades ocidentais, segundo Debert, há dois consensos, porem as soluções são diferentes. Enquanto o primeiro tende a solucionar a questão desatando a ligação de velhice com o fim do trabalho, o segundo busca na continuidade do lazer exercida o melhor caminho. Ainda segundo a autora, a ideia de ciclos de vida deve ser substituída pela ideia de curso da vida, uma vez que a dimensão histórica e social, assim como, a história de vida dos sujeitos devem ser levados em conta para a compreensão da velhice.

No artigo da revista SBPH utilizado como material de apoio, Maria Lucia Lustosa mostra duas visões filosóficas diferentes na antiguidade acerca do envelhecimento, e assim ela relata:

“Na Filosofia, ganha destaque desde conceituações realizadas por Platão, quando este relata que se envelhece da mesma forma que se vive. Platão é um incentivador de que se prepare para o envelhecimento desde a juventude, com atitudes propícias com a saúde. Ele, na verdade, é um precursor do incentivo à prevenção de saúde e da profilaxia, trazendo uma visão positiva da velhice para seus contemporâneos”.

“De forma diferente, Aristóteles se coloca frente ao envelhecimento, com uma posição pessimista, conceituando velhice como uma “enfermidade natural”, e afirmando que a fase de senectude é a de deterioração e ruína da existência humana.” (Lustosa, Maria Lucia - 2007).

2. Família, Integração e Segregação Espacial do Idoso.

o Relação entre o idoso e seus familiares:

“Pesquisas recentes mostram que a proporção de idosos morando com os filhos tende a diminuir principalmente nos Estados Unidos e nos países da Europa; Entretanto deve ser tratada com cuidado segundo Wall (1989)” (Debert, Guita Grin)

Segundo a autora, a tendência e que cada vez mais os idosos passem a morar em unidades domesticas separadas das dos filhos e não deve ser percebida como reflexo de um abandono dos familiares e sim um novo tipo de arranjo, na qual a troca e assistência ocorrem de maneira intensa (Cohler 1983) ou pode ser tratada como uma intimidade à distância segundo ( Rosenmayr e Koeckeis ( 1963). Esse tipo de relação só foi possível devido ao aumento de mobilidade, aperfeiçoamento da comunicação a distancia que beneficiaram as diferentes classes sócias. Assim ela mostra que fato dos idosos viverem com a família não são garantia de respeito e prestígios nem mesmo garantia da ausência dos maus tratos e nem pode garantir de uma velhice bem-sucedida

Utilizando um balanço de cunho antropológico sobre as novas comunidades de idosos, Debert apresenta o estudo de Keith ( 1980) que mostra com razão que eles redirecionam a reflexão sobre a velhice em dois sentidos, por um lado, oferecem elementos para uma revisão da idéia do idoso como sendo sujeitos passivos de conjunto de mudança sociais, apontando, ao contrario, o seu papel ativo como criador dessa mudança, fazendo novos arranjos sociais em resposta a sociedade. Por outro lado, os estudos têm a preocupação de comparar as alternativas, criadas pelos idosos, com aquelas de outros grupos que também têm procurado responder de forma inovadora aos desafios colocados pela experiência contemporânea. Esses estudos alertam para o fato de que a família não é adequada como mundo total para o idoso, mas a relação entre idoso e familiar é fundamental na assistência do idoso e no processo de envelhecimento.

3. Classe Social e Etnicidade

Debert mostra que pesquisas sobre a relação entre os idosos e seus familiares foram desenvolvidas no final dos anos 60 que essa também foi marcada, sobretudo nos Estados Unidos, pela preocupação com problemas relativos às minorias e à pobreza. Essa preocupação se traduziu em nível acadêmico, na elaboração de projetos e pesquisa visando dar conta das questões em vários campos do conhecimento.

Alber e Gilbert ( 1989) procuravam mostrar que a ideia de que é sobretudo a mulher casada com filhos pequenos que tem que cuidar dos pais não se sustenta.

A preocupação com a etnicidade e classe social esbarra, entretanto, em dificuldades teóricas e metodológicas que também dão a Tonica do debate atual.

4. A velhice e etnicidade

Guita Grin Debert, fala que não têm como ter uma pesquisa apurada quantitativa, referente à velhice e etnicidade, sobre quem é mais “feliz”, evoluído ou tem um nível de satisfação maior entre os negros Americanos, latinos ou brancos. Pois independente, de cada grupo o aspecto cultural ou socioeconômico influência para o desenvolvimento do indivíduo.

Com base no artigo: A psicologia do idoso, o Dr. Antônio Mourão Cavalcante professor titular de psiquiatria da faculdade de medicina da Universidade Federal do Ceará. Relata-nos a dimensão econômica tem uma importância significativa na estabilidade psíquica do idoso. Ter uma renda própria pode ser a garantia de uma melhor qualidade de vida na velhice. Estamos numa sociedade de inspiração capitalista, onde as pessoas são consideradas pelo que possuem. Nesta circunstância é fácil compreender a relevância de perceber uma aposentadoria. Começa com a sua conquista, um grande sonho. Dela deriva, em grande parte, o conceito de liberdade e expressão. Não vai depender de ninguém. E isto é muito importante para o idoso. Poderá manter e alimentar a independência e a autonomia.

5. O idoso mais idoso

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