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A Pedofilia: uma investigação sobre o perfil e o comportamento do pedófilo

Por:   •  23/11/2018  •  3.141 Palavras (13 Páginas)  •  303 Visualizações

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De acordo com Baltieri (2014), a pedofilia é o transtorno psiquiátrico classificado entre os chamados transtornos da preferência sexual ou parafilias, caracterizado por uma preferência sexual por crianças, geralmente no início da puberdade ou na idade pré-púbere. Alguns pedófilos se sentem atraídos apenas por meninos, outros apenas por meninas e outros ainda estão interessados em ambos os sexos. A pedofilia raramente é identificada em mulheres.

O autor ressalta que nem todo molestador de crianças é pedófilo, como nem todo portador de pedofilia é molestador de crianças.

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História e Contexto

Masi (2008), afirmou que em algumas épocas históricas, ocorrente em certas civilizações, a pedofilia era permitida e podia até assumir um caráter ritualístico institucionalizado. Na Grécia, por exemplo, era comum entre homens adultos e adolescentes a relação sexual, dentro de uma experiência de crescimento espiritual e pedagógico, ou seja, fazia parte do processo de aprendizagem daquela cultura. Eram severamente punidas as relações sexuais com as crianças impúberes, mas era permitida a relação amorosa com crianças acima de 12 anos. Enquanto o amor homossexual pelo adolescente era permitido, ao contrário era punida a homossexualidade promíscua com caráter pornográfico ou mercenário.

Outro exemplo é na antiga Roma, que segundo Masi (2008) destacam que o antigo imperador romano Tibério possuía interesses sexuais por crianças. Há registros de que ele as levava para a ilha de Capri, onde ocorriam os abusos dos mais diversos tipos, obrigando as crianças a satisfazer seus impulsos sexuais. No Brasil, segundo Serafim (2006) as diversas formas de pedofilia nem sempre foram passíveis de punições. Apenas com a chegada dos anos 90, se iniciaram grandes mudanças sobre o direito das crianças e adolescentes, dentre elas a proteção ao menor contra os abusos sexuais. Ou seja o que antes era aceita na sociedade, nos dias de hoje, é completamente estranha decorrente à grande transformação que houve ao longo do tempo.

Apesar de fazer parte da humanidade há muitos anos, só recentemente é que vem sendo estudada pelas ciências jurídicas e psicológicas. Isso ocorreu especialmente devido a mudança na concepção da sexualidade e da diferença entre gerações.

Grande parte na busca por uma solução ao problema da pedofilia pode ser atribuída à facilidade de acesso aos meios de comunicação, dos quais se destaca a utilização da internet como um dos principais meios de propagação das condutas pedofílicas e de pornografia infantil (SERAFIM, 2006).

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Perfil e Comportamento do pedófilo

De acordo com Silva (2011), existem vários conceitos e opiniões das características do perfil do pedófilo, não tendo uma definição, sendo ambas as características e comportamentos, porém o autor ressalta que o desenvolvimento da pedofilia pode ocorrer por falta de estrutura familiar na infância e várias outras causas. Por exemplo:

Araújo (2004) define que o abuso sexual de crianças, existe pelo fato de haver uma série de elementos que são: políticas, culturais, psicológicas e econômicas. Enquanto Serafim (2009) alega que altos níveis de testosterona, além da incapacidade em manter uma relação conjugal estável, traumatismo retardo mental, crânio encefálico, abuso de álcool e substâncias psicoativas, psicoses, reincidência de crimes sexuais e transtornos da personalidade; são outros fatores que também possuem um alto grau de influência para as condutas sexuais criminosas. Ou seja, quaisquer que sejam os motivos pelos quais os pedófilos desenvolvem tal fixação, ela costuma ser crônica de difícil mudança, mesmo que corram o risco de serem identificados, ou seja, ele irá repetir seus abusos como um vício.

Afirmando Jolo (2010), o pedófilo não necessariamente recorre à violência física, uma vez que estabelece uma faixa confusa no relacionamento com a criança, de tal forma que deseja transmitir uma situação de suposta normalidade nos atos que são praticadas com elas. Assim sendo, além de criar uma situação de duplo sentindo, ele cria uma falsa impressão de segurança e que não há motivos para medo nem apreensão, razão pela qual a criança fica tranquila e não percebe o comportamento sedutor do pedófilo.

Pode-se concluir que os pedófilos geralmente apresentam comportamentos imprevisíveis e, embora possam revelar uma série de características psicológicas e comportamentais comuns em si, compõem um conjunto muito amplo e diversificado de indivíduos que agem com diferentes práticas e de variadas maneiras. De um modo geral, abusadores sexuais costumam ser criativos ao desenvolver estratégias de atuação.

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Classificação do pedófilo

Seguindo as informações colocadas por Silva (2011), os pedófilos podem ser divididos basicamente em duas categorias: abusadores e molestadores.

Os abusadores são aqueles em que se caracterizam por atitudes sutis e discretas no abuso sexual, utilizando-se geralmente de carícias, já que em muitas situações a vítima não se vê violentada. Já os molestadores são mais invasivos, menos discretos e geralmente praticam o ato sexual contra a vítima.

5.1 Pedófilo abusador

Normalmente o perfil do pedófilo abusador se caracteriza por ser um indivíduo imaturo. Em determinado instante na sua vida ele descobre que só consegue obter uma satisfação sexual com uma criança, portanto abstém de outras formas de satisfações. Trata de uma pessoa solitária, e a dificuldade de interação social acaba estimulando cada vez mais suas fantasias na pedofilia. Sua forma de interação com a vítima é forma mais suave, usando de discretas carícias como forma de ganhar confiança, assim, dificilmente age com violência, o que geralmente dificulta que a vítima e as pessoas ao seu redor percebam o ocorrido. Tende a se envolver com pornografia infantil, pela internet ou utilizando fotografias diferentes dos molestadores (SILVA, 2011).

5.2 Pedófilo molestador

O que mais marca a característica do pedófilo molestador é o padrão de comportamento invasivo com utilização frequente de violência. Esse tipo também pode ser dividido em dois grupos: molestadores situacionais e preferenciais. Molestador situacional (pseudopedófilo): para esse tipo

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