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A Paralisia Cerebral

Por:   •  19/5/2018  •  2.978 Palavras (12 Páginas)  •  364 Visualizações

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Christovam & Cia (2013) defendem que existe uma tendência para uma visão mais positiva sobre a inclusão, quer pela aceitação das diferenças pelos pares quer pela sociedade, o que possibilita uma aproximação de crenças entre as escolas e os pais, no que se refere ao apoio da família.

O apoio da família deve primar pela qualidade, pois o mesmo influência as práticas parentais e a qualidade de vidas das crianças com NEE, uma vez que as mesmas formam um grupo heterogéneo com desafios complexos (Pinto, Macedo & Dias, 2013).

Contudo, apesar dos diversos esforços, ainda existem muitas informações e estratégias que podem ser otimizadas para uma bem-sucedida inclusão das crianças com NEE, as quais devem envolver pais e professores, assim como privilegiar a igualdade de direitos entre todos os alunos e a resposta dada pelas escolas às necessidades dos mesmos (Pinto & Morgado, 2012).

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Contextualização de paralisia cerebral

O conceito de paralisia cerebral surgiu em 1843, através do cirurgião inglês William John Little, que referiu pela primeira vez o conceito de encefalopatia crónica da infância (Gauzzi & Fionseca, 2004).

Segundo Rosenbaum, Paneth, Leviton, Goldstein & Bax (2007), a paralisia cerebral consiste num grupo de desordens permanentes do desenvolvimento do movimento e postura, as quais são atribuídas a um distúrbio não progressivo que se dá durante o desenvolvimento do cérebro fetal ou infantil. As desordens motoras englobam distúrbios sensoriais, percetivos, cognitivos, de comunicação e comportamental, por epilepsia e problemas músculo-esqueléticos secundários.

Para Queiroz & Braccialli (2013), a paralisia cerebral pode dificultar a participação dos alunos no ambiente escolar, na medida em que os mesmos carecem de assistência ou alterações consoante a Tecnologia Assistiva ou Tecnologia de Apoio que serve para aperfeiçoar a funcionalidade e facilitar a capacidade de autonomia.

A Tecnologia Assistiva possibilita o acesso ao currículo para os alunos com paralisia cerebral, uma vez que o tratamento é planeado de forma progressiva e adaptado aos equipamentos disponibilizados, os quais desenvolvem o seu desempenho funcional (Machado, 2013).

A inclusão dos alunos com NEE tem sido alvo de diversas intervenções pelas escolas e pelos profissionais de saúde, onde se incluem os psicólogos, com o objetivo de integrar os alunos com as outras crianças, de modo a que estes não se sintam excluídos ou diferentes (Queiroz & Braccialli, 2016).

Para o efeito, os alunos são colocados no ensino regular e com um apoio e acompanhamento especializado para que possam desenvolver o seu trabalho pedagógico, o seu perfil funcional, função motora grossa e capacidades manuais recorrendo à materiais didático-pedagógicos, equipamentos e ações de aprendizagem. Quanto mais os professores e os profissionais de saúde souberem melhor será o planeamento das aulas e as possibilidades de participação em tarefas físicas e cognitivo-comportamentais relacionados com a escola (Queiroz & Braccialli, 2016).

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Estudos relacionados com as temáticas abordadas

As temáticas das crianças com NEE e com paralisia cerebral têm sido alvo de estudo por diversos autores, ao longo do tempo, dos quais se destacam:

Rosenbaum et al. (2007) analisaram informação relevante extraída de um workshop realizado nos EUA cujo objetivo passava por definir o conceito de paralisia cerebral. Para o efeito, foram sugeridas definições revistas e classificadas de paralisia cerebral que englobassem as necessidades dos profissionais de saúde, investigadores, famílias e sociedade. Os resultados mostraram que o conceito de paralisia cerebral deve ser um conceito comum para todas as áreas e que o mesmo corresponde a um grupo de desordens do desenvolvimento neurológico que envolve diversas funções em desenvolvimento e que cada caso é único e apresenta diferentes sintomas em diferentes fases da vida de uma pessoa (deficiência motora, perda sensorial, deficiência intelectual, dificuldade de atenção, epilepsia, disfunção músculo-esquelética, entre outras.

Leonardo (2008) observou o processo de implementação de projetos inclusivos nas escolas públicas de ensino básico, onde participaram 13 professores que tinham alunos com NEE nas suas turmas. Para o efeito, foi aplicado um questionário formado por quatro questões abertas, o qual teve como principais conclusões que as alterações das escolas estavam associadas às infraestruturas físicas e que noutras escolas não foram realizadas quaisquer alterações para a inclusão dos alunos com NEE, o que dificultava o processo de inclusão e da aplicação de estratégias e metodologias de ensino. Também se verificou a falta de formação dos professores na área da inclusão.

Pinto & Morgado (2012) estudaram a inclusão dos alunos com NEE, através da realização de entrevistas aplicadas a 64 participantes, dos quais 34 eram professores e 30 eram pais das crianças, sendo que 15 pais tinham experiência com a inclusão das crianças e os restantes 15 não tinham nenhum tipo de experiência. Os resultados mostraram que os participantes possuíam atitudes positivas face à inclusão de crianças com NEE, assim como também referiram que as principais dificuldades baseavam-se em duas áreas, isto é, nas escolas (escassez de recursos humanos competentes) e nos professores (gestão da sala, falta de formação para lidar com alunos com NEE).

Pinto, Macedo & Dias (2012) investigaram a qualidade de vida dos pais de crianças com NEE, através da aplicação de dois questionários “Questionário de Qualidade de Vida da Família” e “Questionário de Desenvolvimento Emocional para Adultos” a 206 adultos com filhos com e sem NEE. As principais conclusões mostraram que existia uma diferença na qualidade de vida das famílias com filhos com e sem NEE, apesar de não se terem encontrado relações com a idade, escolaridade dos pais ou das crianças, estado civil ou frequência de ações de formação específicas em NEE. Em contrapartida, também se verificou uma relação positiva significativa entre a qualidade de vida e as competências emocionais.

Freitas, Arroja, Ribeiro & Dias (2015) aplicaram um questionário a 300 pais com filhos com e sem NEE, tendo obtido como resultados a existência de atitudes positivas para ambos os géneros e para os pais de crianças com NEE, assim como a influência que as variáveis idade,

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