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Paralisia Cerebral

Por:   •  10/1/2018  •  5.776 Palavras (24 Páginas)  •  372 Visualizações

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Estudo realizado na Suécia demonstra que a prevalência de PC foi de 2,4 para 1000 em crianças na faixa etária entre 4 e 11 anos nascidos no país, descartando os que adquiriram a paralisia pós-neonatal. Contudo as crianças nascidas em outros países tiveram uma maior quantidade de crianças que possuíam a doença com limitações funcionais mais graves. Totalizando assim um quantitativo geral populacional de 2,7 para 1000 e 48% apresentavam uma menor limitação na função motora grossa (WESTBOM, HAGGLUND, NORDMARK, 2007).

Levando em conta a importância clínica e acadêmica da PC, o objetivo deste trabalho será descrever a paralisia cerebral e as suas implicações na marcha do individuo enfatizando a cinesiopatologia do caso.

A relevância deste estudo é de elucidar aos graduandos do quarto semestre de fisioterapia sobre as repercussões da paralisia cerebral na marcha, demonstrando os padrões anormais decorrentes de desequilíbrios musculares e alterações neurais.

2 FISIOPATOLOGIA DA PARALISIA CEREBRAL

A paralisia cerebral (PC) “é o termo utilizado para designar um grupo de disfunções motoras e posturais resultantes de anomalia ou lesão não progressiva do cérebro imaturo. Associadas ao distúrbio da motricidade, que caracteriza a PC, podem ocorrer alterações sensoriais, perceptivas, cognitivas, assim como crises convulsivas” (HERBERT ,2009, p.887).

Segundo Roque (2012, p.312) a PC refere-se “às desordens do desenvolvimento motor, advindas da lesão cerebral primária, de caráter permanente e mutável que ocasiona alterações musculoesqueléticas secundárias e limitações nas atividades”.

Onde há uma irregularidade no movimento e postura devido à “lesão não progressiva do cérebro imaturo ou em desenvolvimento” que apresenta sintomas clínicos. As alterações motoras podem ser acompanhadas por alterações de cognição, comunicação, percepção e/ ou epilepsia (CAPUCHO et.al, 2012).

Rebel (2010) refere a PC como a consequência de uma lesão que afeta o sistema nervoso central em fase de maturação estrutural e funcional. Suas causas mais prováveis são genéticas, infecção intrauterina, baixo peso ao nascimento, hipóxia e isquemia perinatal, em que diversos fatores de risco interagem sugerindo que a paralisia cerebral seja um acometimento cerebral multifatorial, não se encontrando causa específica.

As manifestações clínicas da PC apresentam principalmente alterações do tônus postural e do desenvolvimento. Podem estar relacionados com a paralisia cerebral, outros distúrbios, como sensoriais, perceptivos, afetivos e intelectuais, ressaltando que a alteração motora é sempre a principal característica afetada nesses indivíduos (MORAIS, 2012).

2.1 ETIOLOGIA

Os fatores de risco da PC estão ligados a causas pré, peri ou pós-natais, com etiologia multifatorial mas, qualquer condição que leve a uma anormalidade do cérebro pode ser responsável (GUERZONI, 2008).

A etiologia da doença se relaciona a três grupos distintos, relacionados ao período natal. Causas pré-natais compõem o grupo de desordens que acometem o feto, ainda na vida uterina. As causas perinatais englobam as causas do momento do nascimento do bebê como trabalho de parto prolongado com anoxia, incompatibilidade do sistema Rh e fatores relacionados à prematuridade. Causas pós-natais (após o nascimento da criança) incluem as infecções além dos traumatismos. (HERBERT, 2009)

Segundo Madeira, Carvalho (2009) no pré-natal, os principais fatores etiológicos que levam a esta patologia são: as infecções como sífilis, rubéola, toxoplasmose e HIV (Vírus da imunodeficiência humana); intoxicações como drogas, álcool, tabaco; as radiações; os traumatismos (direto no abdômen ou queda da gestante); e os fatores maternos (doenças crônicas, anemia grave, desnutrição, mãe considerada idosa para a gestação).

A etiologia da diplegia espástica está associada ao subpeso ao nascimento e a prematuridade das crianças, percebe-se que essas crianças apresentam ao nascimento Leucomalácia Periventricular Cística (SANKAR; MUNDKUR, 2005). Lamônica e Ferraz (2007, p. 358) referem à leucomalácia como uma lesão “isquêmica da zona periventricular, restringida aos tratos dorsais e laterais, junto aos ventrículos laterais, quase sempre atingindo fibras motoras descendentes do córtex e fibras de associação das funções visuais, auditivas e somestésicas, trazendo impacto para o desenvolvimento de habilidades perceptivas e interferindo nas habilidades psicolinguísticas".

Didaticamente, a patologia é dividida em duas categorias de acordo com o padrão topográfico ou os tipos clínicos. Na categoria topográfica, podemos notar mais a presença de 4 subcategorias diferentes. A primeira é a diparesia onde afeta os membros inferiores, normalmente os dois membros de maneira regular (simétrico). O desenvolvimento da marcha irá depender do nível de controle de tronco da criança e quando as mesmas conseguem sentar em idades inferiores a 3 anos terá uma maior chance de andar (deambular) (HERBET, 2009).

A segunda subcategoria é a hemiparesia, acomete um lado do corpo (hemicorpo) de maneira irregular (assimétrica), de maneira contraria ao anterior, possui um bom desenvolvimento na marcha, apesar de qualquer característica da patologia presente. Por ser uma lesão mais localizada possui maior ocorrência de crises convulsivas, conforme Herbert (2009, p.888).

A terceira subcategoria é tetraparesia ou envolvimento global onde o paciente é acometido gravemente e normalmente não irão deambular. “A Presença de crises convulsivas, problemas respiratórios e digestivos é frequente nesse grupo”. Ocorre acometimento dos quatro membros e o tronco (HERBERT, 2009, p.888).

E a ultima subcategoria são as outras formas menos frequentes que são caracterizados com “dupla hemiparesia” onde são afetados os quatro membros igualmente, porém ao contrário dos tetraparéticos possuem melhor controle do tronco, onde um lado do corpo (hemicorpo) é mais comprometido e possuem mais alterações no membro superior; “triparesia” que atinge três membros, de forma geral são os dois inferiores e um superior e “monoparesia”, onde só acomete um membro, e normalmente o inferior (HERBERT, 2009, p.888).

Por fim na categoria de tipos clínicos, onde possuem 5 subcategorias. A Extrapiramidal apresentam movimentos involuntários, e são modificações neuropáticas bastantes presentes, porém com problemas musculoesqueléticos ausentes. São subdividas em atetose, forma mais

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